WILLIAM
- Oh Will, por que não passa a noite comigo? Podemos fazer isso várias vezes - pergunta Emily, passando a mão no meu peito nu assim que me sento na cama.
- Sem chances - joguei minhas pernas para fora do colchão e pesquei minhas roupas do piso perfeitamente branco - conhece minhas regras, doçura.
- Poxa, eu sou sua amante há anos, não pode abrir uma exceção para mim? - questionou, abraçando-me os ombros por trás. Me afastei, vesti-me e me voltei para ela, que permanecia descoberta, não sentindo nenhuma vergonha por sua nudez.
- Nos vemos por ai, Emy.
- Vai continuar em Londres por um tempo?
- Ainda não sei.
- Volte para mim amanhã, tudo bem? - dei um sorriso de lado e caminhei para fora do quarto, mas não rápido o suficiente antes de ouvi-la gritar - alguém ainda vai captura-lo, William.
Sorri de lado e ela não fazia ideia do quão perto isso chegou a acontecer. Depois que percebi que Lucy havia mesmo ido embora, que não estava escondida novamente em qualquer parte do navio, parti sem olhar para trás e então as coisas apenas ficaram piores. Durante os quatro anos que se passaram, eu havia me tornado um perfeito fanfarrão, mais do que eu já era. Bebia com caras que encontrava em bares, ia em várias festas, pulava de cidade a cidade e de cama em cama, cada noite com uma mulher diferente. Eu estava por ai com meu pai, ambos aproveitando de todos os modos a vida, passando por todas as aventuras e, como sempre, corsários procurados.
- Você nasceu com um dom, filho - meu pai disse uma vez, dando um tapinha nas minhas costas - é imune a tentação, não cai no amor com as mulheres, apenas aproveita.
E era realmente assim que eu me sentia, nenhuma mulher havia me atraído o suficiente para ter algo mais que um sexo básico. E Emily era praticamente uma amiga que estava disponível quando eu quisesse. Eu sabia que havia deixado muitas lágrimas e muitos corações partidos para trás, porém, eu não conseguia me importar. E eu aceitava de bom grado os adjetivos que me atribuíam por ai, frio, calculista, cruel e por ai ia. Apenas uma montanha gelada que fazia as coisas por benefício próprio.
- Irmão, você já está com trinta e dois anos, está na hora de ajuizar-se - Julian dizia enquanto caminhávamos em direção ao zoológico que meu irmão havia praticamente me arrastado - apenas escolha uma garota, case-se com ela e tenha vários Williamzinhos por ai. É um homem bonito e todas já beijam o chão que você pisa - ele acenou com a cabeça para um grupo de garotas que passavam por nós, nos olhavam e soltavam risinhos - então não será difícil - acrescentou.
- Julian, garoto - passei um braço sobre seus ombros - escute atentamente pois só vou falar uma vez. Se um dia eu estiver em pé em um altar, todo emperiquitado como um mauricinho, deixarei que corte minhas bolas fora.
- Nossa mãe está preocupada que seu filho mais velho torne-se um solteirão vagabundo, que fica por ai servindo de via de doenças venéreas.
- Acalme-a e diga que não me esqueci do que ela me disse quando era adolescente - falei - eu nunca esqueço o preservativo.
- Deveria fazê-lo alguma vez para ter a possibilidade de passar sua herança sanguínea - comentou Julian quando chegamos no zoológico.
- Caramba, não era você quem estava falando de doenças transmissíveis há apenas alguns segundos? Não posso me arriscar a isso, irmão. Eu faço exames praticamente a cada mês, sei que estou limpo e... - estamos dentro do zoológico e minha voz some quando Julian acena para alguém. Olho e quase tropeço nos meus próprios pés. Oh santa merda.
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ღ Perigosa Atração
RomanceLuciana Hamilton, filha do poderoso duque de Westwick, era a favorita do papai e por isso sempre foi mantida presa na enorme casa da família ou vigiada de perto por inúmeros guardas-costas, longe dos olhares famintos dos homenzarrões da cidade. Poré...