Capítulo 56

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                                                                            4 ANOS DEPOIS

                                                                                 LUCIANA

- Arthur, Max, desçam. - gritei enquanto colocava os pratos sobre a mesa - O jantar está pronto. 

Um minuto depois ouço barulho nas escadas e risadas estridentes, logo dois garotos ruivos surgiram na porta, me abraçaram pela cintura ambos de uma vez e sentaram-se, cutucando um ao outro com o garfo.

- Parem com isso, meninos - falei, colocando as mãos no quadril - Nada de brincadeiras na mesa.

- Desculpa - falaram em uníssono, largando os talheres sobre a mesa. 

- Tudo bem - me aproximei deles - lavaram as mãos?

- Sim - gritaram sorrindo e esticaram suas mãozinhas para que eu pudesse cheira-las. 

- Muito bem - baguncei seus cabelos e observei enquanto Michael descia as escadas e se sentava na cabeceira da mesa como se fosse um rei. 

Permita-me deixa-los a par de tudo. Uma semana e dois dias, para ser exata, depois que eu cheguei na casa de papai, resolvi me casar. Foi uma festa enorme em uma das casas da família, com inúmeros convidados, vestido branco e bolos de encher a boca de água. O tipo que qualquer garota sonha. O problema é que eu provavelmente era a noiva mais infeliz que já existiu na história da humanidade e mais fria com o homem que estava me esperando no altar, com um sorriso de puro triunfo, afinal, conseguiu o que queria: o dinheiro de papai. 

Entretanto, eu determinei algumas regras ao meu futuro marido, as quais ele aceitou de prontidão. Em um dia, na sala amarela da mansão Westwick, lhe disse:

- Aceito me casar com você - ele então levantou-se e fingiu ser o homem mais feliz do mundo. Mas o cortei - não obstante, tenho algumas regras que devem ser seguidas à risca. 

- Tudo bem - disse, antes mesmo de sabe-las.

- Preciso que faça uma bateria de exames para ver se está limpo, se não há nenhuma doença e eu farei o mesmo - comecei - então nos casaremos, nos mudaremos para a casa Hamilton de Londres, teremos nossa bela lua de mel, como manda o figurino. E essa será a única vez que me tocará. Não haverá beijos entre nós, não haverá abraços e muito menos sexo, dormiremos em camas separadas e poderá pedir o divórcio se assim desejar. Mas acho que não está em seus planos se pretende ser o futuro duque. Então, aceita minhas exigências? 

Como eu disse anteriormente, ele aceitou. E na lua de mel, estremecendo de asco, eu fui para a cama com ele, sem proteção. E logo vieram os gemêos, Maximus e Arthur, meus lindos bebês e as pessoas mais importantes na minha vida. E agora estávamos todos nós vivendo na bela cidade inglesa que eu havia determinado e Michael não havia tentado nada comigo, nem mesmo fazia questão. A única coisa que lhe satisfazia era gastar o nosso dinheiro, apesar de que ele não era pobre, e se engraçar com outras mulheres... e eu não dava a mínima.

O que Michael não sabia era que o ducado passaria para alguém de nosso sangue, ou seja, Maximus, que nasceu alguns segundos antes de Arthur. Então, agora, não importava o mínimo se eu continuasse casada ou não. Mas para a sociedade em que vivíamos, apesar do século estar adiantado, seria terrível para alguém de uma família tão importante como a minha ser uma solteirona com filhos. E seria ruim para os meninos. Eu faria de tudo para que eles tivessem um pai, antes um mal pai, mas que lhes ensinasse alguma coisa, do que pai nenhum.

Quando o jantar terminou em silêncio, os meninos foram assistir um pouco de desenho e eu subi para o quarto. Tomei um longo banho e quando sai do banheiro, encontrei Michael sentado na cama. Com o tempo eu notei que estava errada sobre ele, era mais desprezível do que eu imaginava. 

ღ Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora