Espelhos da Alma

10. Intrusa

Edward

Mal conseguia prestar atenção na estrada enquanto dirigia. Tudo o que eu conseguia pensar era em como Milena estaria, onde estaria e o que estaria fazendo. Se ela estaria se divertindo ou achando a falatória de Alice entediante. Algo dentro de mim se agonizava só de não poder ler os pensamentos dela, vê-la e sentir seu cheiro. Tenho certeza que minhas irmãs estão cuidando bem dela, mas não conseguiria me sentir confortável se não fosse eu. Somente eu poderia cuidar dela. Se Milena fosse minha nunca mais iria precisar ter medo, eu a protegeria com todas as minhas forças. Morreria novamente por ela.

Acelerei mais ainda na esperança de chegar o mais rápido possível em Seattle.

- Ed, pra que tanta pressa? -Emmett brincou- Se estivessemos apostando uma corrida você ganharia de primeira.

-Não na minha corrida contra o tempo.

-Que isso, você fala como se estivesse mil anos sem ver ela.

-Você não está entendendo, Emmett? Eu nunca senti e nunca vou sentir por alguém o que sinto pela Milena. Ela é tudo o que eu tenho agora e a cada minuto que se passa é como se eu estivesse morrendo.

-Nossa... você gosta mesmo dela. -ele disse em tom baixo.

-Meu amor por ela é mais profundo que o oceano, maior que o número de estrelas no céu e mais misterioso quanto as galáxias inesploradas.

-Vai com calma Romeu. -Jasper disse- Estou tentando te apaziguar há horas, mas parece que não está fazendo efeito nenhum.

-Só tem uma pessoa que pode me deixar mais calmo. -murmurei.

Ela estava dominando a minha mente e meu coração. Tudo em mim a desejava, uma força maior que a gravidade. Eu costumava me gabar por ser o predador perfeito, mas deipois que eu a conheci passei a ser a vítima. Ela não tem noção do domínio que exerce sobre mim, sobre como me deixa louco quando fica corada ou quando sorri. Sua voz se repete em minha mente como um disco. Ela se tornou uma intrusa em meus pensamentos. Mas a intrusa que eu deixaria ficar o tempo que quisesse. Ela poderia fazer o que quisesse comigo, só me deixando amá-la eu ficaria satisfeito.

-Aproveitando o momento, eu queria saber como vamos distrair Alice e Rose?-Emmett perguntou.

-Resolva isso sozinho, gênio. Foi você quem teve a brilhante ideia de seguí-las. -Jasper respondeu ironico.

-Ed?

-Pensamos nisso depois. Temos que achar onde elas estão.

Emmett pegou o celular.

-O que está fazendo? -Jazz perguntou.

-Ligando para Esme.

-Ela não vai dizer onde as garotas estão.

-Por uma boa causa, aposta que sim. -ele disse discando o número. O celular chamou por alguns segundos logo Esme atendeu.

-Oi, mãezinha. -ele colocou no viva-voz.

-Emmett, já sei o que você quer e não vou falar.

-Nossa, você adquiriu os poderes do Edward?

-Eu sei o que vocês estão pretendendo fazer, e isso não é certo. Pensei que fosse mais maduros. -ele disse em tom de desaprovação.

-Sabemos disso, Esme, mas é que o Edward está sofrendo aqui. Não para de dizer coisas sem sentido, e com a velocidade que está dirigindo é capaz de nos mandar para a China se batermos.

-Esme, dessa vez eu concordo. -foi a vez de Jazz- Uma hora ou outra ele iria vir, preferimos acompanhar ele. Para impedir que Edward cometesse alguma besteira.

-Ah rapazes... Não sei o que vou fazer com vocês. -ela disse pensativa.

-Nos dar o endereço e não contar da nossa presença seria uma grande ajuda. -Emmett disse- Você tem um grande coração, Esme, gostaria de ver seu filho mais velho se agonizando de dor?

-Tudo bem, vou mandar uma mensagem com o endereço. Mas façam de tudo para não serem descobertos.

-Esme muito obrigado, você não faz ideia de como isso é importante para mim. -eu disse.

-Edward, o que eu não faria por vocês. Boa sorte lá.

-Valeu Esme, nos vemos amanhã. -Emmett agradeu e desligou.

Em questão de segundos a mensagem chegou. Respirei aliviado quando finalmente soube o meu destino. Agora sim eu saberia onde encontrá-la, tinha certeza que essa noite eu ficaria ao lado dela por incontáveis horas.

Milla

Não sei explicar direito o que estou sentindo exatamente, parece algo profundo e indomável dentro de mim, como um imã gigante que atraía para minha mente todas as memórias que eu conseguia ter de Edward.

No início eu tentei negar, tentei afastar essa paixonite boba, a medida que eu tentava ela voltava mais forte. Chegou ao ponto que eu não fiz mais nada para evitar. Sim, ele era um desconhecido. Eu nem o conhecia direito, mas sentia que tinhamos alguma coisa em comum, como se fossemos velhos conhecidos. Isso seria impossível. Eu me lembraria se o tivesse visto em outro lugar, me lembraria do sorriso misterioso, dos olhos atentos e gentis.

Minha mente repetia o nome de Edward a cada segundo, junto com uma lembrança de seu rosto perfeitamente esculpido em marmore. Por que?! Essa não sou eu! Eu nunca pensei em alguém como penso em Edward, é como se todos esses dias sem ele eu estivesse murchando como uma flor que precisa de sol. O pior é saber que somente eu sinto isso, qual é? Edward Cullen deve pensar em mim como a guia turística da nova escola, como a esquisita que faz dupla com ele em algumas aulas.

-Chegamos. -Alice cantarolou no banco da frente.

-O que? Mas já? -perguntei olhando pela janela. A tarde estava chegando, o tempo havia passado tão rápido que eu nem havia percebido.

-Sim, eu disse que chegaríamos rapidinho. Agora só vamos relaxar e ir as compras!