38. Sonho Ruim

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Oi gente!  Com esse capítulo eu quis mostrar mais sobre o monstro que vive dentro do Edward, pensem nele quando como recém nascido. Com os olhos vermelhos e tudo mais  


" A escuridão não pode expulsar a escuridão; só a luz pode fazer isso.

O ódio não pode expulsar o ódio; só o amor pode fazer isso.''

Martin Luther King Jr.

Edward

Ele rugia e avançava para cima de mim. A fera queria voltar a dominar por completo todos os meus sentidos e me prender na jaula, para continuar a satisfazer seus desejos.

Avancei para cima dele, tentando recuperar o que é meu. Bastou apenas uma brecha, um momento de fraqueza dele para dominar minha audição novamente. Escutei um choro. Baixo e amedrontado, se misturando com o som das gotas de chuva caindo na floresta.

Reconhecia aquele choro de algum lugar, mas ainda não conseguia identificar a pessoa que chorava. A fera conseguiu agarrar uma de minhas mãos, me puxando de volta e me afastando da audição. Me deixando novamente no escuro.

Eu sabia que ele estava avançando para cima de algo. Não estaria tão furioso assim comigo, a não ser que eu estivesse atrapalhando sua caçada. Era para sermos aliados, nos fortalecermos. Mas agora ele estava raivoso e egoísta, me dominar por completo era a única forma de conseguir o que queria.

-VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR AQUI! -gritei batendo nas grades da jaula- NÃO PODE ME PRENDER!

-Ah eu posso sim. -uma voz parecida com a minha, mais maligna e cruel disse no meio da escuridão.

-ESSE É O MEU CORPO! DEVOLVA OS MEUS SENTIDOS!

-Eu os devolverei, assim que acabar de brincar.

-BRINCAR?! EU OUVI UM CHORO, DE HUMANO. O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?

-Logo, logo, você saberá. Enquanto isso aproveite o sangue doce e fresco que te fortalecerá por dias, talvez semanas.

-De que sangue você está falando?! Não posso matar um humano! EU NÃO SOU UM MONSTRO!

-Você me torturou, por muito tempo, me fez ficar perto daquele cheiro delicioso. VOCÊ NÃO SABE O QUANTO EU DESEJEI ELE! O QUANTO EU ESPEREI POR ESSE MOMENTO!

Um silêncio se estendeu por alguns minutos.

-E agora, que ela, praticamente, veio até mim. Eu posso sugar cada gota do sangue dela.

Ela. Se repetia inúmeras vezes em minha mente, de quem ele estava falando? Que sangue era tão atrativo a ponto de despertá-lo assim, deixá-lo ansioso para se satisfazer. Eu geralmente conseguia arrumar outras maneiras para esquecer cheiros de sangue humanos atrativos. Eu conseguia manter o controle... menos com um.

"Não, não ela não. ELA NÃO!" Uma onda de amargura, tristeza e raiva se apoderou de mim. Uma raiva como eu nunca havia sentido antes. Minhas mãos se fecharam e minha respiração ficava acelerada. Meu maxilar se comprimiu tão forte que meus dentes poderiam até quebrar.

Prometi que não deixaria ninguém machucá-la. Que a protegeria de tudo e de todos, mas não pensei que seu sangue fosse tão atrativo a ponto de despertar o monstro dentro de mim.

Ele nunca havia me aprisionou dessa maneira. Nunca havia desejado tanto o sangue de um humano.

O sangue da pessoa que eu prometi manter segura. Milla.

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