39. Abrigo

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Oi pessoas lindas!!!! Muito obrigada por estarem acompanhando a história! É muito legal saber que vocês estão gostam, sou muito grata pelas visualizações, comentários, votos e por adicionarem na lista de leitura. Obrigada de coração <3 

" A morte não é a maior perda da vida.

A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos... "

Pablo Picasso

Edward

A ideia de deixá-la me consumia por dentro. Não poderia fazer uma coisa dessas, não conseguiria abandonar Milla em um momento como esse. Infelizmente, era preciso. A qualquer momento eu poderia me transformar em um monstro e tirar a vida dela.

-As malas já estão prontas. -Rosalie me avisou com a voz baixa.

Todos nós estávamos tristes por termos que sair de Forks. Tínhamos achado um lugar ideal para viver, onde podíamos conviver com os humanos e ficar sozinhos quando quiséssemos. Consegui estragar até isso. A felicidade da minha família foi completamente devastada.

Dei uma última olhada na cama em que Milla havia dormido quando fizemos um jantar para ela. A lembrança parecia vívida, nossos corpos tão próximos naquela noite, a respiração calma dela, tê-la em meus braços foi a melhor parte da noite. Sentir que ela me pertencia de alguma forma era confortante, ela me fazia esquecer da minha imortalidade, eu era quase humano novamente. Milena me trouxe de volta a vida.

E eu quase a matei.

Os carros já estavam ligados, não me importava o nosso próximo destino, quando o meu desejo era ficar. Evitei olhar para a janela, ver a placa indicando que estávamos deixando a cidade, porque tudo isso me deixava despedaçado.

-Edward, vamos entender se quiser ficar sozinho por um tempo. -Alice disse- Mas seria melhor ficar com algum de nós...

-Quero ficar sozinho, já estraguei a vida de vocês demais.

-Você já enfrentou coisas demais sozinho. Somos uma família, e estamos aqui para de apoiar e te ajudar quando as coisas ficarem ruins.

-Alice, você não entende? Tudo isso é culpa minha, estão se esforçando para me animar novamente e eu agradeço. Mas não há nada que possa me confortar nesse momento, nem nunca. Estou deixando a garota que eu amo para trás, a mesma garota que eu quase matei.

-Você não tem culpa disso, foi ele. -ela insistiu.

-Ele sou eu, e nada pode mudar isso. Pensei que fosse forte o suficiente para ficar com ela, mas não sou. Finalmente achei que teria um final diferente para mim, mas o nosso único destino é a dor e a solidão.

-E para onde você vai? -Jasper perguntou.

- Qualquer lugar onde eu não machuque ninguém. Ir para o lugar mais afastado se for preciso, não quero colocar mais ninguém em risco.

Jacob

Peguei o buquê com cuidado para não amassar as flores. Antes de apertar o botão da campainha verifiquei se não havia nada de errado com a minha aparência, se eu estava apresentável.

-Jacob, que surpresa você por aqui. -a tia da Milla abriu a porta.

-Bom dia, Sra. Parker, desculpe por estar incomodando eu sei que é cedo...

-Está tudo bem Jacob, e pode me chamar de Tessa. Ainda bem que você veio, Milla não saí do quarto desde o acidente... -ela disse com um tom triste- E bom ela ter companhia.

-Mas e os Cullen, não visitaram ela? -perguntei suspeitando.

-Edward e Alice vieram trazê-la, e depois disso não apareceram mais. Alice liga sempre pra saber como a Milla está.

Alguma coisa estranha estava acontecendo, eu estava disposto a descobrir o que era. Primeiro esse acidente inesperado, e os sanguessugas que sempre rodeavam ela não estão aqui.

Infelizmente descobri o que era assim que entrei no quarto de Milla, e vi uma figura sentada no chão perto da cama. Ela estava abraçada aos joelhos e escondendo o rosto, seus cabelos escorriam quase sem vida nenhuma.

-Milla o que você está fazendo aí no chão? Você deveria estar na cama. -Tessa disse correndo até a sobrinha.

Ela se assustou assim que Tessa a tocou, e a sua reação me surpreendeu. Aquela não era ela.

-ELE ESTÁ SE APROXIMANDO, NÃO DEIXE ELE SE APROXIMAR DE MIM!

-Milena, calma. Está tudo bem, ninguém vai machucar você. -Tessa tentou acalmá-la.

-Ele vai me machucar... ele vai.

Me aproximei e peguei ela no colo.

-Shh... está tudo bem. Eu estou aqui, Milla.

A garota que eu olhava era bem diferente da garota que eu conheci. Os olhos brilhantes e alegres, agora estavam assustados olhando cada canto do quarto como se alguém fosse aparecer e machucá-la. Milla estava mais magra, como se tivesse passado dias sem comer e com enormes olheiras, suas mãos estavam enfaixadas, assim como uma das pernas que estava com a bota ortopédica.

-Jake? -ela passou a mão com cuidado em meu rosto.

-Não precisa mais se preocupar, não vou deixar que eles voltem a ficar perto de você. -sussurrei.

-Então você sabe?

A coloquei na cama com cuidado, não poderia falar sobre esse assunto com ela. Não naquele estado e com Tessa por perto. Era arriscado demais.

-Melhor falarmos sobre isso depois.

Fiquei um pouco com Milla antes dela dormir. Mesmo assim sua expressão era de medo e pânico.

-O que houve com ela, Tessa? -perguntei sério.

-Não sei, Jacob, isso foi depois do acidente. No dia seguinte ela ficava repetindo coisas sem sentidos, não queria comer e nem beber nada, e tomava remédios para dormir escondido. -ela estava chorando- Já não sabemos o que fazer, estamos perdendo a nossa Milla.

-Ei, ei, calma. -abracei ela- Não vamos perder ela, nunca.

-O que mais podemos fazer? Já tentamos de tudo...

-Eu posso tentar... Se a senhora permitir, é claro.

-Mas como?

-Talvez ela precise de companhia, alguém que possa distrair ela. Se permitir, amanhã mesmo posso levá-la para La Push um pouco.

-É claro, Jacob. Obrigada.

Os gritos dela vinham do quarto, entrei a tempo de evitar que ela caísse no chão. Milla se debatia na cama como se estivesse se protegendo de algo.

-Milla, tá tudo bem. -tentei acordá-la.

-Ele me machucou, Jacob. -ela acordou chorando e me abraçou- Não deixe ele chegar perto de mim.

-Ele quem?

-Edward...

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