18. Conversa

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"Pois você trouxe vida ao melhor de mim. Uma parte de mim que nunca tinha visto

Você pegou minha alma e a limpou"

All I want- Kodaline

Milla

Havia uma grande chance de ser apenas uma ilusão da minha mente desesperada por Edward. Eu costumava sonhar acordada com frequência na infância, então poderia ser apenas um sonho. O sonho mais perfeito que eu já tive.

Ele sorriu para mim.

-Você não está sonhando. -ele disse serenamente.

-C-como você... deixa pra lá, eu vou acabar estragando tudo de novo. Me desculpe, por...

-Não precisa se desculpar, você não fez nada de errado.

-Não me diga que agarrar você não foi errado.

-Eu preciso falar uma coisa com você, me encontre no terraço em cinco minutos.

-Tudo bem, eu vou... pegar um casaco.

Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e saiu andando pelo corredor.

Fiquei parada observando ele ir, quando me dei conta do curto tempo que eu tinha corri para o banheiro. Ao olhar no espelho tive vontade de cavar um buraco e colocar minha cabeça. Meu rosto estava inchado por causa do sono que ia e vinha, meu cabelo com fios soltos e me pijama amassado. Um desastre.

Molhei um pouco o rosto e escovei os dentes. Prendi meu cabelo em um coque desfiado. Vesti o casaco por cima da blusa do pijama e olhei no espelho mais uma vez. Eu não estava bonita, mas, sim apresentável.

Meu coração parecia saltar do meu peito a medida que o elevador subia. As borboletas em meu estomago me deixavam enjoada.

O vento me fez estremecer por baixo do casaco quando cheguei ao terraço. A vista da lua solitária no céu e dos prédios iluminados ao meu redor me deixou encantada. Valeria a pena vir aqui, se eu esquecesse meu medo de altura o momento seria até agradável.

Tirando as luzes indicando a saída, não havia outra iluminação além dos outros prédios.

Foi então que eu o vi.

Ele estava perto da beira -que felizmente tinha uma grade de proteção. Andei hesitante até ele.

-A regra do casaco valia só pra mim? -brinquei, percebendo que ele estava usando uma blusa de mangas curtas.

-Não sinto tanto frio assim. -ele se virou para me olhar- Quer que eu vá até aí?

-Tá tudo bem, pelo menos tem grade.

Fiquei ao lado dele observando a vista. Eu sentia seu olhar sobre mim, o que me deixava envergonhada.

Conte logo sua idiota! Tomei coragem.

-Edward. -eu disse evitando olhar para ele- O que aconteceu no hospital... Olha, me desculpe mesmo. Eu sou impulsiva as vezes e acabo estragando as coisas.

-Está falando sobre o beijo no hospital?

-Sim, se é que pode chamar aquilo de beijo. Eu praticamente agarrei você.

Vi pelo canto do olho que ele sorria. Não um sorriso malvado, era um sorriso divertido.

-Não se preocupe com isso. Você fez algo que eu jamais teria coragem de fazer.

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