32. Roubada

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"Quando o meu mundo está desmoronando, quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão, é aí quando eu olho para você. Quando as ondas inundam a costa e não consigo mais encontrar o meu caminho para casa. É aí quando eu olho para você. Você me ama por quem eu sou, como as estrelas abraçam a lua. Bem ali onde elas devem estar e eu sei que não estou sozinha. Você aparece como um sonho para mim, tudo de que preciso, cada suspiro que eu dou. Você não sabe que você é maravilhoso."

When I Look at You- Miley Cyrus

Milla

Essa era décima quinta ligação que eu fazia. A misteriosa surpresa que Edward guardava para mim incluía passar o dia inteiro ligando para os meus parentes e dizendo para eles que eu estava me recuperando bem depois da cirurgia. Não que fosse uma má ideia, eu até sentia saudades dos meus parentes distantes, o problema é que são muitos. Tanto lado materno, quanto paterno da minha família tinha um grande número de pessoas e isso me redeu horas até falar com todos.

-Tem certeza de que não quer que eu mande um pouco de canja pra você, querida?

-Tenho sim, vovó. Eu acho que eles têm aqui também...

-Nenhuma é igual a minha, você sabe muito bem que quando toma melhora rapidinho.

A voz da minha avó Bertha era cheia de ternura, e me fez lembrar das tardes calorosas e divertidas no Tenneesee.

-Prometo que vou tomar ela quando estivermos aí no Natal, mas agora eu tenho que ficar aqui até o médico me der alta.

-Tudo bem, minha pequena Jojo. Vou esperar vocês, e antes de desligar passe para a destrambelhada da Tess, temos que planejar como vai ser o Natal antes que ela esqueça de novo.

-Eu passo pra ela, um beijo vovó. Depois eu ligo para senhora, estou um pouco cansada.

-Não se esqueça de tomar os remédios direitinho, usar agasalhos, não comer besteiras...

-Okay vovó, vou passar para a tia Tess.

Entreguei o celular para Tessa.

-Oi mãe... Não, eu não vou colocar fogo no frango. Como eu sei disso? Eu vou comprar um. -ela disse saindo do quarto.

Edward esperou minha tia sair para voltar ao meu lado. Ele sempre ficava perto de mim desde que cheguei no hospital, e, tirando o entra e saí de pessoas e enfermeiras, era até bom tê-lo tão perto assim. Quando estávamos só nós dois era como se o hospital não existisse, falávamos sobre campos de flores em uma tarde de verão e observar as gotas de chuvas caindo do lado de fora.

Não duvido que seja a companhia dele que tem me ajudado a melhorar. Não sei o que vou fazer quando receber alta e não o ter o dia inteiro perto de mim.

-Milla não é seu único apelido? -ele perguntou com um pequeno sorriso.

-Bom... minha família me chama de Jojo, por causa do meu segundo nome. Jocelyn. E você pode me chamar de Milla, se quiser, Milena soa tão formal.

-Pensei que gostasse de ser chamada pelo primeiro nome. -ele afastou uma mecha que se desprendia da trança e colocou atrás da minha orelha.

-Ele é legal, mas Milla simplifica mais as coisas.

-Como quiser, apesar de gostar do som do seu nome, eu vou te chamar pelo seu apelido.

-Trato feito então? -brinquei.

-Não antes de selarmos com um beijo.

-Vou sentir falta disso quando voltar pra casa. -eu disse quando nos separamos- De acordar todos os dias com você aqui, de ouvir você lendo poesia, da sua companhia e da comida boa daqui.

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