29. Super Protetor

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  Oi pessoal! Eu não conversei com vocês antes porque ainda não sei usar o Wattpad direito, achei que ficaria estranho colocar as notas iniciais junto da história. Mas eu realmente preciso agradecer a todas vocês que acompanham a história, que votaram nos capítulos e que adicionaram a suas listas de leituras. Muito obrigada mesmo <3  E eu sempre estou receptiva as opiniões de vocês sobre a história.


Milla


Era sempre assim que as coisas aconteciam. Por minha causa.
Desde que fiquei sabendo que me pai viria aqui eu sabia que coisa boa não ia ser. Frank e eu não nos falávamos há meses, não iriamos resolver nossos problemas de uma hora para outra por causa do que aconteceu comigo. É assim que ele deve ter visto essa situação. Como um problema cuja a responsabilidade era somente minha.
Para ele, que sempre andava nervoso e ocupado, a culpa era dos outros. Eu admito que as minhas atitudes da última vez que fui Atlanta não foram as melhores, e que deve ter deixado ele bastante irritado -tão irritado a ponto de querer me mandar para um colégio interno-, mas as coisas eram outras. Havia feito tudo aquilo porque eu queria a atenção dele, nem que fosse por um minuto, eu queria que ele se importasse comigo e com como eu me sinto. Mas é o Frank, e essas coisas não importam para ele.
O que mais me deixa triste é que eu tenha que ir embora, por mais que meus tios tentem convencer meu pai, que Carlisle receite que eu fique, não vai impedir que ao final do dia eu esteja em um avião partindo para Atlanta. Se não morri com a surra que levei, ou com os remédios que tomei, certamente morrei de solidão. De tristeza, pois ficarei longe das pessoas que amo. Longe de Edward.
Escutei uma batida de leve na porta.
-Entre. -respondi encarando a chuva que caía lá fora. Virei quando alguém pigarreou.
-Milena... -meu pai disse.
-Eu sei... já vou juntar minhas malas. O senhor pode esperar eu me despedir de todos?
-Não precisa se despedir de ninguém.
Olhei para ele surpresa. Meus olhos analisavam e duvidavam do homem que estava na minha frente. Aquele não era o homem que saiu daqui furioso há alguns minutos, muito menos com minhas lembranças recentes dele.
Era outro Frank. Mais calmo, e até mais dócil.
-Como assim, não preciso me despedir? -encarei ele tentando entender o que havia acontecido com ele.
-Eu pensei bem, e a alternativa melhor é que você permaneça aqui em Forks.
-Pai, eu não estou entendo nada. Primeiro o senhor queria me tirar daqui a todo custo e agora está dizendo que o melhor para mim é que eu fique?
-Talvez seja um pouco complicado de entender, -ele se sentou ao meu lado, na beira da cama- mas e se eu te dissesse que sou um completo idiota? Não precisa ficar com medo de responder, eu sei que sou. E sempre fui, pois não dei valor ao tesouro que eu tinha e acabei perdendo ele.
Ele olhava para o mesmo lugar que eu.
-Você é esse tesouro, Milla, é mais preciosa do que qualquer tesouro. Inteligente, carinhosa, bonita, gentil, criativa, amorosa, talentosa e várias outras qualidades que você obviamente herdara da sua mãe.
-Não diga isso, minha persistência, e meu temperamento são presentes seus. -eu disse com um pequeno sorriso.
-Sem dúvida. -ele respondeu em um tom divertido. Não conhecia esse lado do meu pai- O que eu queria dizer, é que eu errei todo esse tempo com você. Agi como um péssimo pai e você não está errada em me tratar dessa maneira, nunca lhe dei amor o suficiente, nunca me preocupei com seus sentimentos... eu perdi você porque estava me importando demais com a dor que eu sentia quando perdi Jocelyn. Fui egoísta em pensar que só eu estava sofrendo com isso, que ninguém sabia o que eu estava sentindo.
-Não fala assim, pai. O senhor sofreu muito.
-Mas você sofreu mais, perdeu a mãe... e também o pai. A culpa é inteiramente minha, você não sabia direito o que estava acontecendo e eu quis afastar você. Principalmente quando começou a crescer e se parecer com ela, eu via perfeitamente Jocelyn quando olhava para você e isso me trazia recordações dolorosas. Fui um fraco, e as consequências disso foram drásticas.
-Eu entendo a sua dor, pai, de verdade. Você e a mamãe se amavam muito, eu também ficaria assim se perdesse quem eu amo.
-O que eu fiz não tem justificativa, querida. Seu pai é o pior pai do mundo, o pior homem do mundo.
-Frank, não é pra tanto. Cada um tem um jeito diferente de reagir as situações da vida. É claro que eu passei toda a minha vida esperando que você fosse presente, que me desse carinho e atenção como fazia antes. Eu esperava que você me contasse uma história antes de dormir, como todos os pais fazem com seus filhos, que não estivesse ocupado demais e pudesse ir à festa do dia dos pais, ou que pelo menos estivesse presente quando Tessa e Joe comemoravam meus aniversários...
As lágrimas que se formavam não importavam para mim, eu só queria tirar de mim tudo o que me deixava angustiada todos esses anos. Esse era o momento certo para isso.
-É sobre isso que eu quero falar. Quero me desculpar por ter sido ausente na sua vida, por não ter lhe dado atenção quando era pequena, por não ter lhe ensinado lições que você levaria para a vida toda, por não ter te dado o beijo de boa noite antes de você dormir, por ter agido todos esses anos como se você não tivesse um pai.
Ao abraçar Frank, ele começou a chorar e não pude me controlar também. O carinho dele era tudo o que eu sempre quis desde que eu era criança, e esse abraço valia por todo o carinho que ele nunca me deu.
-Me desculpe, filha, eu sinto muito por tudo de ruim que eu causei a você. Não sei se seria capaz de me perdoar um dia, mas quero que saiba que me sinto arrependido de como eu venho agido com você. Me perdoe por querer controlar a sua vida, por querer que você seja igual a mim. Você tem sorte de se parecer mais com a sua mãe, é especial como ela e bem melhor do que eu.
-Eu te perdoou, pai. -eu disse entre o choro- Te perdoou. E me desculpe por ter sido uma péssima filha todos esses anos.
-Você não foi, Milla. Suas ações foram reações das minhas, Tessa sempre me disse o quanto você era uma boa garota. Então eu entendi que você só agia daquela maneira, porque eu era frio e insensível com você.
-Então o senhor já esqueceu aquele lance com... -perguntei enxugando as lágrimas.
-Sim, não se preocupe com isso. -ele respondeu brincando- Ele não mora mais lá, se mudou para a Califórnia assim que entrou para a universidade.
-É melhor assim, passado é sempre passado. -respondi sorrindo- Estamos bem agora?
-Estamos, quero te recompensar por ter sido ausente durante dezessete anos.
-Já disse que não precisa, só de saber que ambos nos arrependemos de nossos atos já é o suficiente.
-Você é mesmo uma garota de ouro, Edward tem sorte em ter você.
-Pai? O senhor... -perguntei assustada.
-Não sou contra, pelo contrário, fico feliz que tenha encontrado alguém que te ame de verdade. Eu mais que permito, abençoou vocês dois.
-É sério isso?
-É, quero que sejam bastante felizes. E quero muitos netos também.
-Pai! Edward e eu começamos a namorar, ele ainda pode acordar e perceber que eu não sou tudo isso que ele fala.
-Milena, você é tudo isso e ainda mais. Se esse garoto não gostasse de você, não teria ido atrás de mim quando eu saí nervoso daqui.
-Ele... foi? -perguntei intrigada. Nem eu teria feito isso, Frank poderia ter acabado com Edward.
-Foi, e me ajudou a ver que o quanto eu estava sendo injusto com você. Me desculpe.
-Eu já perdoei você, e você me perdoou.
Dei um abraço apertado no meu pai.


Jacob
-Não vou perguntar de novo, o que querem com a Milena? -o Frio de cabelo bronze pergunto.
-Você pode por favor dar licença? Aqui é um lugar público. -Leah disse irritada.
Esses Frios estão querendo guerra. Não entendi o porquê de eles terem nos barrado no estacionamento. E ainda vieram fazer perguntas, como se estivessem com toda essa autoridade.
-Não vou sair até me responderem porque estão aqui. -o de cabelo bronze perguntou, achando que deve estar me intimidando com seu olhar mortal.
-Não que isso seja da sua conta, até porque nem te conheço, mas estamos aqui para visitar a Milena. Ela é minha amiga e eu tenho direito de visitá-la.
-Leah, não devemos explicações a eles! -rosnei encarando os dois.
-Se pensam que vão ver a minha namorada sem me darem explicações estão enganados. -o de cabelo bronze respondeu.
Ela era namorada dele? Como assim?
-Sim, ela é minha namorada. E é melhor que fique longe e pare de pensar nela. -ele respondeu.
-Saí da minha cabeça agora. -respondi nervoso- Além de ser um sanguessuga, você invade a privacidade das pessoas.
Ele ia falar alguma coisa, mas duas garotas, também sanguessugas, chegaram.
-Ei, ei o que está acontecendo aqui? -a mais baixinha, com rosto de fada disse preocupada- Edward é melhor você entrar.
-Não até saber o que eles querem com a minha namorada. -o de cabelo bronze respondeu. Edward, então era esse o nome do sanguessuga metido.
-Tá, nós já estamos cansados de saber que ela é sua namorada. Mas já parou para pensar que a Milla tem uma vida social?
-Alice, vida social não incluiu andar com lobos fedorentos. -a loira disse me encarando.
-Muito obrigada pelo elogio, sanguessuga. -eu respondi a sua afronta- Leah, talvez seja melhor nós voltarmos outra hora mais agradável, sem a presença de certas pessoas... Se é que são pessoas.
-Eu não vou embora enquanto não ver a Milla, você não podem nos proibir de vê-la. -Leah insistiu.
-Leah. -eu disse entre dentes- Vamos.
-Não, espere. -a sanguessuga de cabelos pretos disse- Ela tem razão, você podem ver a Milla.
-Alice! -a loira disse.
-Nos desculpem por esse mal entendido, é que nós queremos proteger ela. Ainda mais depois do que aconteceu ontem.
-É por isso que estamos aqui, para visitar ela e dar o nosso apoio. -Leah disse mais calma- Não queremos briga, só desejamos ver como Milla está.
-Venha, vou levá-los até o quarto onde ela está. -ela olhou para o garoto, Edward- Anda, deixa eles passarem.
Ele saiu da frente relutante. Você não é mais tão valentão assim. Eu pensei enquanto passávamos por ele. Se de fato ele pode ler minha mente, então é bom que tenha lido isso.
-Entenda nós não queremos confusão... Como você se chama? -Leah perguntou.
-Alice Cullen, a culpa não foi de vocês. Meu irmão está assim com qualquer garoto que queira se aproximar da Milla, ele é super protetor. Um exagero da parte dele, até parece que vai conseguir afastar ela de todos os garotos do mundo.
Ela conversava conosco como se não existisse essa rincha de vampiros com lobisomens. Diferente dos outros lá fora, Alice Cullen nos tratava de igual para igual. Logo Leah simpatizou com ela, e as duas começaram a conversar como se conhecessem há anos. Mulheres. Pensei tentando não prestar atenção na conversa delas.
Senti meu coração bater mais rápido quando escutei a voz da Milena. A porta do quarto estava semi-aberta, Alice foi na frente.
-Milla, você tem mais visitas. -ela disse animada.
-Não acredito! Vocês vieram! -Milla sorriu imediatamente ao nos ver.

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