42. Decisão Repentina

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Milla

Eram muitas coisas para o meu cérebro raciocinar, e a principal delas era acreditar no que meus olhos estavam vendo. Meu melhor amigo acabara de se transformar em uma criatura enorme bem diante dos meus olhos! Como na história que ele havia me contado há minutos atrás. Jacob havia se transformado em um lobo enorme!

Minhas pernas ficaram paralisadas, minha intenção não era correr, e sim manter uma distância segura do imenso animal. Ele havia dito que não me machucaria, mas eram palavras de um garoto, não de um lobo bem maior que eu. Não sabia como funcionava essa transformação, se ele tinha consciência de alguma coisa, ou se me atacaria se eu fizesse qualquer movimento brusco.

A resposta disso foi um olhar gentil de um animal. Mesmo não tendo certeza, eu conseguia associar aquele olhar a resposta das minhas dúvidas, Jacob podia racionar como humano enquanto matinha sua forma de lobo.

-Pode me entender? -perguntei, ele abaixou a cabeça, como se estivesse concordando- Não acredito que isso esteja acontecendo de verdade.

Ele se aproximou de mim, senti minhas pernas bambeando, porém me esforcei para ficar de pé. Desde criança sempre tive medo de animas grande, como predadores. O único motivo para ir no zoológico, era a grade enorme que nos separava dos animas, fora isso, eu faria de tudo para evitar o encontro com predadores ou qualquer tipo de ameaça. Mas Jacob não parecia uma ameaça, era dócil.

E se tudo o que ele me contara sobre ele e os Quileutes era verdade, então o que ele disse sobre os Cullen também era. Não havia motivos para ele mentir, e olhando por esse lado as coisas faziam sentido. Um significado sobrenatural explicaria todos os acontecimentos e comportamentos da família Cullen. Só não sei como fui tão burra para não perceber isso antes.

Tudo bem que vampiros não seria uma coisa que viria a minha mente, seria uma ideia infantil. Ainda mais se eu fosse contar para Tessa e Joe o que realmente aconteceu naquela noite.

Mas se o que Jake contou, sobre eles serem assassinos a sangue frio. Sobre eles precisarem se alimentar de sangue também era real, como Edward conseguiu ficar perto de mim por tanto tempo? Isso iria exigir um enorme esforço, se levado em conta a natureza deles. Um esforço desperdiçado com uma humana inútil para eles, ele poderia ter me matado quando quisesse. Por que Edward não fez isso antes? Ele poderia ter me matado, mas se aproximou mais ainda.

Será que ele me amava mesmo?

Quando Jake me levou embora já havia começado a escurecer. Meus tios estavam normais, sabiam que quando eu passava um tempo com Jake sempre melhorava um pouco. A única coisa que perguntaram foi sobre o jantar. Mas eu não estava com fome, e nem Jacob. Então nos despedimos e eu subi para o meu quarto.

A dor e solidão que eu sentia foram desaparecendo a medida que mais e mais perguntas mantinham minha mente ocupada. O que eu deveria fazer agora que sabia de toda a verdade? Ligar para Edward estava fora de cogitação. E todos os outros haviam me enganado, de uma certa forma.

-Milla. -minha tia disse do corredor.

-Está aberta. -respondi.

Ela entrou segurando uma bandeja.

-Você ficou fora quase o dia inteiro, é melhor comer alguma coisa.

-Tudo bem, tia. Pode deixar na escrivaninha. Vou tomar um banho e depois janto.

-Está tudo bem com você? -ela perguntou quando veio me abraçar.

-Sim, só estou cansada.

-Tenha bons sonhos, amanhã conversaremos sobre um professor particular para você. Já que não quer voltar a estudar na escola.

-Amanhã olhamos isso. Obrigada, e boa noite.

Esperei ela sair para voltar a minha pesquisa. Qualquer informação que eu achasse sobre vampiros na internet poderia ser de grande ajuda.

Edward

As horas pareciam não passar enquanto esperávamos no aeroporto.

Eu já me sentia melhor, no começo da caçada fiquei receoso, mas quando o sangue animal desceu pela minha garganta fiquei mais forte. A conversa com Carlisle me motivou mais ainda, tudo o que eu queria era voltar para Forks o mais rápido possível e implorar para que Milla me perdoasse.

Já estava me lembrando do seu cheiro, sua voz e a sensação de tê-la em meus braços quando avistamos Jasper e Aliece se aproximando. A expressão dela era de preocupação.

-Está tudo bem, Alice? -Esme perguntou reparando essa preocupação.

-Tentamos entrar em contato com você, mas não conseguimos. -ela disse para mim.

-O que houve?

-Eu tive uma visão da Milla, ela estava cercada por um animal grande como um urso. Mas não era um.

-Tentamos avisar que Milla pode estar em perigo, mas ninguém da casa dela atendia. -Jasper disse.

-Como assim em perigo? Precisamos pegar o próximo voo. -eu disse preocupado.

Milla

Naquela noite o pesadelo não era com Edward me atacando -como de costume. Eu estava sendo cercada por milhares deles, vampiros por todos os lados formavam uma roda. E eu estava no centro dela.

Só de saber da existência de mais vampiros por aí me dava medo.

Os Cullen poderiam até ser "controlados", mas e os outros? Segundo Jacob, os Cullen eram os únicos vampiros que viviam em Forks, mas as vezes outros nômades passavam pela cidade. Mesmo que a matilha de Sam, a qual Jacob deveria ser o líder, mas acabou saindo, protegesse os arredores da cidade tentando evitar a chegada de seres inesperados, eu tinha medo de ser atacada novamente, ou de que alguém da minha família fosse. Tessa e Joe viviam fazendo trilha pela floresta em busca de paisagens para pintar, e se eles esbarrassem com um vampiro.

Pensar em meus tios sendo atacados da maneira que eu fui me fez tomar uma decisão rápida. Sair de Forks era a melhor solução. Essa cidadezinha atraía eles, assim como atraiu os Cullen, com a oferta de o pouco sol e de poder andar entre os humanos normalmente.

Só restava falar com meus tios pela manhã.

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