17. Linhas

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"Será que um dia eu saberei como é ficar perto de você. E fazer você dizer que irá comigo para onde eu for? "

One and Only- Adele

Milla

As luzes dos prédios pareciam as próprias estrelas. A lua estava solitária no céu escuro e intenso.

De maneira alguma eu conseguia dormir. Todas vezes que eu fechava os olhos as imagens de Tyler Newton ensanguentado e caído no chão, com o rosto inchado e irreconhecível me deixa apavorada. Eu voltava a sentir o medo que senti quando ele me agarrou na balada, com os olhos refletindo a maldade e covardia que ele ia fazer comigo.

Tudo o que eu desejava era um sonho bom para me fazer esquecer de tudo o que aconteceu.

A ansiedade tomava conta de mim, fazendo o tempo passar lentamente e me deixando na beira de ter um ataque de pânico. Tudo o que eu queria era estar em Forks. Em casa. Até estranhei minha necessidade ir para Forks, mas era o único lugar em que eu me sentia segura.

Eu era uma imbecil, e isso já estava provado. Eu agi como uma completa idiota, me deixei levar pelo momento e olhe no que deu. Ele nunca me perdoaria por ter agido daquele jeito. Naquele momento não parecia certo ou errado, só parecia necessário. Precisava desesperadamente dos lábios dele nos meus, precisava estar perto e sentir o toque dele, precisava de saber que ele realmente estava lá comigo.

E, infelizmente, ele não estava aqui agora.

É como eles dizem, as coisas boas acabam rápido e as ruins parecem durar uma eternidade. Eu o tive por segundos, mas foram os melhores segundo de toda a minha vida. Ficaria na minha memória para sempre.

Me levantei da cama e peguei meu caderno de desenhos na mala, o lápis marcava onde eu havia parado da última vez. As luzes do lado de fora me atraíam para a varanda. Me enrolei em uma manta e me sentei em um dos sofázinhos da varanda com vista para a cidade.

Desde que eu voltei a desenhar, a maioria dos desenhos eram relacionados as paisagens mórbidas de Forks. Mas ultimamente elas haviam dado lugar aos traços angelicais de Edward Cullen. Os meus desenhos não chegavam nem perto de serem similares ao rosto esculpido em mármore de dele. Ninguém jamais conseguiria desenhá-lo com tanta perfeição, desenhar cada linha do rosto dele e principalmente os olhos dourados intensos.

Aqueles desenhos me traziam certa tranquilidade, mesmo que eles sempre invadissem minha mente em momentos inesperados, era bom trabalhar em cada detalhe deles. Exigia uma certa concentração, uma concentração de lembranças dele. Isso era bom. Pensar nele me trazia paz.

Por mais que eu tentasse não existia outra maneira de tirá-lo, temporariamente, da minha mente.

Elas estavam presas a cada parte de mim. Os olhares. Os sorrisos. A maneira como ele estava sempre próximo. Isso estava se tornando um vício. Eu não abriria mão dele assim tão rápido.

Não seja uma covarde. Ande logo! Você tem que se desculpar, você precisa se desculpar com ele. Eu tentava me encorajar, eu tinha certeza que se o visse, que se olhasse para o rosto calmo dele conseguiria dormir.

Me levantei e vestido o hobby o mais rápido que pude e fui em direção a porta.

Edward

Estávamos todos juntos na suíte de Alice, elas finalmente haviam aceitado os pedidos de desculpas desesperados de Emmett, ou só aceitaram para que ele parasse de falar. Alice e Jasper encaravam a lua da enorme janela. Rosalie e Emmett estavam abraçados no sofá. Tudo parecia bem, como sempre, meus irmãos estavam felizes por estarem perto de quem amam. E as garotas inacreditavelmente também aceitaram a nossa presença aqui, a intensão delas era pregar uma pegadinha em nós, mas acabou em uma situação fora de nosso controle.

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