45. Família

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E tudo isso também passará, essa solidão não vai durar por muito tempo. Eu não estava lá para tomar o lugar dele, eu estava à quilômetros de distância, então, quando você ouvir a minha voz, quando dizer meu nome. Que nunca te machuque. Eu não quero ir, mas é hora de partir. Você estará na minha mente, meu destino. E eu não lutarei em vão, eu te amarei da mesma maneira.

Gale - The Lumineers

Milla

Ele sorriu para mim.

O dourado em seus olhos e o bronze em seu cabelo pareciam mais intensos e vívidos, o meio sorriso se transformou em algo confortável e logo ele exibia um sorriso aberto. Eu queria tocá-lo, sentir o cheiro de menta que ele exalava... beijar seus lábios.

-É você mesmo? –perguntei tentando me aproximar dele.

Edward se afastou.

-Edward o que está fazendo? –tentei me aproximar novamente, mas ele evitava contato.

-Não podemos ficar juntos, Milla.

-Eu sei que não quis me atacar, você não pode controlar isso o tempo todo.

-Não posso controlar isso mais, não posso resistir a você.

-Por favor, Edward, não vá. Eu preciso, eu quero você perto de mim.

-Me desculpe, Milena.

Foi a última coisa que ele disse antes de sumir. E então eu estava novamente na floresta de Forks. Com todas aquelas árvores altas e o sol se pondo, uma reprodução quase exata daquele noite, um frio percorreu meu corpo. O medo me deixou paralisada.

Algo, ou alguém, me observava por trás das árvores. A criatura passava por mim como uma velocidade sobrenatural. Correr não foi a melhor escolha, ele me alcançou.

Eu soube o que ele era assim que a luz do luar clareou sua face pálida e dura. Seus olhos vermelhos me encaravam com fúria, e certo prazer, o sorri manchado de sangue se abriu para mim. Lentamente o vampiro caminhou até, minhas pernas quase imóveis se moveram para trás, mas fui bloqueada por outro. Uma mulher. Também vampira.

Ela segurou um braço atrás do meu corpo e estendeu o outro na direção do vampiro.

-Me solte! -tentei me livrar da mulher, mas ela me segurava com força.

-Por que está com medo? Ela ouviu seus pedidos. -ela sussurrou- Você vai ser uma de nós agora.

Quando estava perto de mim ele parou, olhou para as árvores -como se estivesse esperando alguém. E de fato estava. Um vulto saiu do meio da noite e se juntou a eles.

Aos poucos a forma da mulher foi surgindo. E a medida que se aproximava percebi que era eu... Ou uma versão mais madura de mim. Era como olhar em um espelho, mas meu reflexo tinha olhos vermelhos.

-O que você quer de mim? -perguntei séria- O que vocês querem de mim?!

-Não se preocupe querida. -ela disse com um sorriso nos lábios- Você vai sentir uma mordidinha, mas não vai doer, não agora.

O homem segurou meu braço, mando-o esticado para a versão sombria de mim. Ela olhou dentro dos meus olhos e sorriu, um sorriso perverso. E cravou seus dentes afiados no meu braço.

-Não!

O suor frio e as batidas cardíacas aceleradas não era uma novidade para mim. Outro pesadelo. O segundo da noite ou vigésimo da semana, do que isso importa? Só me faz lembrar que não posso tê- lo. Que nunca mais posso voltar a ter Edward.

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