Capítulo 50

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Passei a noite toda acordada, as 6:00h me levantei da cama e fui fazer o café. Quando terminei subi pro quarto e tomei um banho morno lavando meu cabelo, o dia seria longo. Tava secando meu cabelo com a toalha na frente do espelho do banheiro, quando Nícolas se aproximou e encostou-se na porta me observando.

- Você não dormiu né?! - Ele cruza os braços.

- Não. - Balanço a cabeça negativamente olhando ele pelo espelho.

- Morena, você não pode deixar que meus problemas te afetem. - Fala vindo na minha direção.

- Pode ir parando Nícolas, nós somos um casal, uma família. Seus problemas agora são meus também. - Falo me virando e colocando a toalha em cima do balcão.

Ele não fala nada, só me olha e depois sai do banheiro. Penteei o cabelo, vesti uma roupa, e desci pra cozinha onde ele estava tomando café.

- Hoje eu vou na boca com você, e depois eu vou comprar as coisas da bebê. - Falo me aproximando.

- Você quem sabe. - Ele dá de ombros.

Me sento a mesa apenas para lhe fazer companhia, não estava com fome. Olhei no relógio do celular e já era 7:30h, entrei nas minhas redes sociais e respondi algumas coisas enquanto ele comia.

- Vamos? - Pergunto me levantando quando ele termina de comer.

- Calma, vou escovar meus dentes. Pegar meu celular, minha arma...

Ele coloca o prato e a xícara na pia e sobe pro quarto. Alguns minutos depois ele volta.

- Bora morena. - Pega na minha mão e entrelaça nossos dedos.

Ele abre a porta e subimos o morro indo pra boca a pé mesmo dando "bom dia" as pessoa que já se encontravam de pé. Pessoas honestas e trabalhadoras. Chegando na boca ele se sentou na cadeira de costume e deu de ombros me olhando.
Me sentei na cadeira a sua frente e peguei uns papéis que estava na mesa.

- Me passa todos os papéis, carregamento e todas as outras coisas. - Ele não me questionou, apenas me entregou. - Você devia colocar o seu primo pra ser o dono do outro morro.

- Por que eu não pensei nisso en!? Ele sempre quis ser dono de um morro, e agora é a hora. Ele não teria coragem de me enfrentar. Vey, eu te amo. - Ele levanta, difere um beijo na minha bochecha e depois sorri.

- Também te amo. - Continuo olhando os papeis e vejo que precisamos comprar mais algumas coisas.

Nícolas levanta e vai ligar pro João Neto do lado de fora da sala. Me levanto e me sento na sua cadeira, procuro uma caneta nas gavetas e acho maconha. Eu sei que ele é dono do morro, é normal isso pra alguns. Mas eu não gosto nada disso, e ele sabe muito bem. Pego uma caneta e fecho a gaveta.
Anoto em um papel as coisas que precisa, na base dos papéis que ele me entregou. Enfim, passei a maior parte da minha manhã ajudando ele na boca, mas não comentei nada sobre a droga.

....

- Vamos nessa loja, tem coisas tão fofinhas pra nossa princesa.

- Valentina Castro, eu já não aguento mais tanta sacola. Ela não vai nascer amanhã não. - Falo entrando junto a ela na loja, a Tina tava mais impolgada que eu.

- Você não sabe, vai que ela ta ansiosa como eu e nasce amanhã mesmo. - Fala rindo.

O Nícolas já tinha mandado preparar um quarto ao lado do nosso para a bebê, hoje encomendamos os móveis e compramos algumas ( várias ) roupinhas. Passamos a tarde toda praticamente dentro do shopping, o pôr-do-sol estava próximo quando saímos do shopping.

- Topa passar na praia?

- A essa hora? - Fala olhando pro relógio no celular.

- Parece que nunca viu o pôr-do-sol na praia. - Falo fazendo a volta indo em direção a praia.

- Tá vamos.

Estacionei meu carro, e descemos. O sol estava no ponto certo, fomos até uma barraca e pedimos duas águas de coco. O mar estava agitado, não de fazer medo, estava lindo.

- É maravilhoso, como Deus é perfeito. - Falei sorrindo olhando pro sol e depois bebendo um pouco da água de coco.

- Realmente. - Ficamos um tempo em silêncio quando ela quebrou o mesmo. - Você não pensa em casar com o Nic não Lua?

- Mas é claro, só que tá tudo acontecendo tão rápido que ainda não tive tempo pra pensar seriamente nisso. - Olho pra ela.

- Eu quero casar, e aqui, na praia. - Ela sorri.

- E você ainda vai.

Terminamos nossa água de coco e voltamos pro carro, estava super cansada fomos direto pro morro. Coloquei o carro na garagem e a Valentina me ajudou com as sacolas, ao entrar no quarto vi Nícolas deitado na cama sem camisa.

- Oi meu amor. - Falei colocando as sacolas ao lado da cama e beijando suas costas.

- Oi morena. - Falou se virando e me dando um selinho demorado. - Como foi no shopping?

- Foi ótimo. - Falei indo em direção ao banheiro prendendo meus cabelos. - Vou te mostrar as compras, mas espera eu tomar banho, tô muito cansada.

Ele assentiu e eu fui tomar banho, quando terminei vesti meu pijama e sentei na cama ao seu lado. Peguei as comprinhas e fui mostrando, ele sorria a cada coisa que eu mostrava. Logo a bebê começou a chutar, naquele momento percebi que ela ficava agitada quando estava perto dele. Quando terminei de mostrar tudo, nos deitamos e ele começou a mexer no meu cabelo.

- Lembra do nosso acordo? Que se fosse menina você escolheria o nome? - Falou olhando pro teto.

- Lembro, o que tem?

- Já pensou no nome? - Perguntou curioso.

- Pensei em Lyria talvez, ou Maria Júlia, não sei. - Olhei pro rosto dele.

- Gosto de Lyria porque parece com o seu, mas você escolhe tá bom?! - Me olhou e logo após me beijou.

Levantamos e eu fui arrumar as coisas em uma parte separada do closet enquanto ele foi ver o que tinha pro jantar. Logo me deu desejo de comer açaí com morango. A maioria das pessoas tem desejos estranhos, mas graças a Deus meu desejo foi normal.

- NÍCOLAS. - Gritei.

- Já vou. - Gritou de volta e veio correndo as escadas.

- Eu quero açaí com morango.

- É sério que você me chamou pra isso? - Falou revirando os olhos.

- É um desejo, vai comprar pra mim?! - Fiz cara de pidona.

- Vixe Maria, é desejo, misericórdia. Tô indo. - Pegou uma camisa no closet e saiu com ela no ombro.

Dei risada e desci pra sala, peguei meu celular e fui falar com algumas amigas enquanto ele não chegava.

- Lua, vou pra casa do Ac, talvez eu durma lá, ok?! - Falou descendo as escadas.

- De boas.

Ela saiu e eu fiquei sozinha em casa, logo Nícolas chegou com um açaí de 1kg.

- Jesus, pra que esse tanto? - Falei olhando pra vasilha.

- Ué vamos dividir, achou que você ia comer sozinha e eu ia ficar olhando? Jamais. - Falou indo pra cozinha e pegando duas colheres.

- Eu te amo sabia?! - Falei me ajeitando no sofá.

- Sabia, eu também me amo. Ops, te amo. - Falou rindo e se sentando ao meu lado.

Comi apenas cinco colheres do açaí e corri pro banheiro mais próximo, botei tudo pra fora e depois escovei meus dentes. Desci pra sala novamente e abrimos o sofá, estávamos cansados demais então dormimos ali mesmo.

A Patricinha Marrenta E O Dono Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora