Capítulo 23

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Estaciono o carro, coloco meu salto e desço do carro, fecho a porta e travo o carro. Chego na porta do baile o Ac tava me esperando.

- Que demora, en!? - Fala quando eu me aproximo.

- Cala a boca e entra. - Falo fazendo ele ir na minha frente.

O Ac fala que eu sou a mulher do Nícolas e a gente entra no baile, quando chego lá vejo umas piranhas agarrando o Nícolas. Aquilo me deu um ódio mas eu me controlei.

- Ac não faz nada eu vou entrar no joguinho dele, pode ir curtir.

- Você quem manda. - Falou abrindo os braços.

Ele sai e vai conversar com uns parceiros. Eu vou no open bar, pego uma Skol Beats e vou pra pista, começo a dançar até o chão e vejo umas talaricas olhando pra mim. Sinto uma mão pegar no meu ombro e me viro.

- O que você tá fazendo aqui Morena? - Ele fala me olhando de cima a baixo.

- Vim pro baile ué, achou que eu ia chorar em casa? Magina bebê.

- Tá mó gostosa, ainda bem que eu tô com minha arma, o primeiro que te olhar eu meto bala.

- Deixa de ser idiota e vamos embora.

- Ah não, tô esperando uns bagulho ali. - Falou revirando os olhos.

- Você vai embora agora, eu estou no seu carro.

- Já que você insiste.

Eu vou pra abraçar ele e tiro a arma de sua cintura, vou levando ela na mão até a saída com ele atrás de mim.

- Pronto agora me dá minha arma. - Fala com a mão esticada.

- Não. - Falo séria.

- Você quer uma arma? É só pedi que eu te dou, agora me dá a minha.

Agarrei a mão dele, destravei a porta do carro e abri a do carona. Peguei a arma e coloquei as duas no banco de trás. Coloquei ele sentado, botei o cinto e fechei a porta. Entrei pelo outro lado e tirei meus saltos e joguei no colo dele.

- Segura aí.

- Ei cuidado com o brinquedo do pai. - Revirei os olhos, fechei a porta do carro, e dirigi pra casa. O caminho todo ele veio falando merda, que me amava e que não fez aquilo por mal e um monte de coisa.
Chegamos em casa, guardo o carro na garagem, pego o salto e fui levando o bêbado chato pro quarto.

- Cala a boca você vai acordar o povo. - Falo baixo.

Quando chegamos no quarto eu tranco a porta e tiro a roupa dele o deixando só de cueca.

- Bora pro banheiro. - Ele vai pro banheiro e eu ligo o chuveiro na água gelada e coloco ele embaixo.

- Aí caraí tá fria, tá louca? - Fala querendo sair e eu segurando ele.

- Vá beber mais. - Dou o banho dele e vou até o closet pego uma cueca, entrego pra ele vestir e saio do banheiro. Ele veste e sai do banheiro.

- Vai dormir, estou indo pro meu quarto. - Falo arrumando a cama.

- Morena dorme aqui comigo só hoje, você vai embora amanhã e não vai dormir comigo. - Faz cara de bebê chorão.

- Nícolas a gente terminou.

- Amanhã a gente conversa, só vem dormir comigo. - Ele fala deitando na cama e me puxando.

- Tá, vou trocar de roupa.

- Home, tira aí mesmo e pronto. - Levantei tirei minha roupa, meus brincos, peguei uma camisa dele e vesti. Voltei deitei e dormi.

*****

Acordei com a luz do sol no meu rosto, a janela tava entre aberta. Nícolas tava dormindo com o braço entorno dá minha cintura. Levanto devagar, pego minhas roupas e vou pro quarto. Abro a mala separo minha roupa e vou pro banheiro, tomo um banho gelado pra acordar e faço minhas higienes. Saio do banheiro e vesto minha saia longa preta lascada um cropped preto traçado e um salto. Fecho as malas e ligo pro uber vim me buscar, passo um rímel, um batom e penteio meus cabelos. Desço com as malas pra sala e tia Maria tava me olhando dá cozinha quase chorando.

- Oh minha menina não vá não. Vamos sentir tanto sua falta.

- Bem que eu queria ficar tia, mas não posso e tem o Nícolas que a gente não se acertou. - Falo abraçando ela e passando a mão no seu cabelo. Senti algumas lágrimas caírem tanto minha quanto dela.

- Só vem nos visitar quando puder. Você promete?

- Prometo. - Falo soltando ela e limpando meu rosto. - E a Tina foi pro colégio?

- Ela falou que você não ia, ela também não iria. Mas venha tomar café. - Fala limpando o rosto dela.

- Não tia, obrigada eu já chamei o uber. - Término de falar e ele buzina na porta.
Pego minhas malas, abro a porta e sinto uma mão pegando no meu ombro.

- Achou que ia embora sem se despedir de mim? - Solto as malas, me viro e o abraço chorando.

- Desculpa, por tudo.

- Eu que faço a burrada e você quem pede desculpa? - Ele sorri.

- Depois a gente conversa sobre isso, não torna minha partida mais difícil do que já está. - Falo soluçando de tanto chorar.

- Tá, mas saiba que eu te amo muito.

- Também te amo.- Falo soltando ele e dando um beijo em seu rosto.

O motorista já tinha pego minhas malas e colocado no carro, então eu só entro no carro e aceno pra eles. O motorista entra e me leva até minha casa.

*****

Chego em casa e peço pro porteiro pegar minhas malas, ele pega e coloca na sala, meus pais já estavam em casa tomando café. Vou até a sala de jantar e eles levantam pra me abraçar.

- Filha. - Falam em uníssono e vem me abraçar.

- Oi meus amores. Tava com tanta saudade de vocês. - Falo abraçando eles e sorrindo.
Por um momento eles me fizeram esquecer o vazio que eu estava sentindo de abandonar aquela família, o meu grande amor e minha melhor amiga.

- Venha tomar café conosco. - Disse minha mãe.

- Não mãe obrigada, só quero ir pro meu quarto descansar. A Lucynha já chegou?

- Já sim, tá na área de serviço. - Meu pai respondeu.

Fui até a área de serviço e abracei a Lucy.

- Aí Lucy como eu tava com saudades de você.

- Eu também estava com saudades sua, criança.

- E sua mãe como está? - Perguntei preocupada.

- Está melhor graças a Deus, foi só um susto, bem grande.

- Graças a Deus. Agora eu vou pro meu quarto descansar um pouco.

- Vai princesa, pode ir.

Subi pro meu quarto, e as malas já estavam lá. Troquei de roupa, tirei minha maquiagem e me joguei na minha enorme cama, peguei um fone no criado-mudo e coloquei minha playlist bad.
Comecei a chorar, pensando no quanto eu fui grossa e estúpida por não ter deixado o Nícolas se explicar. Mas talvez assim tenha sido mais fácil. Meus pais nunca iam aceitar nosso namoro e iríamos sofrer mais. Mas eu o amo e ninguém vai mudar isso. Fiquei chorando por um bom tempo até que adormeci.

A Patricinha Marrenta E O Dono Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora