Capítulo 47

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O dia amanheceu lindo, levantei da cama e arrumei a mesma. Nícolas já havia levantado, provavelmente nesse momento estava na boca, fui pro banheiro e tomei um banho morno, estava decidida de que ia na casa dos meus pais ver a Lucynha.
Terminei meu banho, escovei meus dentes, fui até o closet, vesti uma calça legging preta com uma blusa cinza e um tênis branco.
Desci as escadas indo pra cozinha, minha sogra e Tina tomavam café conversando.

- Bom dia família. - Falo me sentando e pegando uma banana. 

- Alguém acordou animada. - Valentina falou.

- Uhum - Falo comendo a banana.

Termino de comer e volto pro quarto, escovo meus dentes novamente, penteo meus cabelos e pego uma bolsa preta onde coloco tudo que vou precisar. Pego a chave do meu carro que estava em cima do criado-mudo e saio de casa. Ia entrando no carro quando sinto uma pancada forte na minha cabeça e desmaio. 

........

Acordo tempos depois deitada no chão em um lugar um tanto sujo, minha vista ainda estava embaçada mas dava pra ver a silhueta de alguém em pé próximo a uma porta. Minha cabeça latejava, coloco a mão no local onde doi e sinto algo molhado, puxo minha mão e vejo um pouco de sangue.

- A bela adormecida acordou. - Fala uma voz masculina com deboche. 

Pisco várias vezes e consigo ver a pessoa, fico calada sem acreditar que seria ele, o Bruno... Como assim?!

- Eu sei que você não está entendo meu amor, mas eu vou te explicar. Depois do nosso jantar eu virei dono de um morro, sim esse que você está agora. E eu quero que você seja a minha mulher e me ajude a comandar esse morro. E eu te sequestrei pra que o seu namoradinho me entregue o morro dele também. - Ele sorri se aproximando de mim e passando o seu dedo no meu rosto e eu viro o mesmo. 

- Você é um psicopata, você poderia ter me feito perder minha bebê. - Falo com raiva. 

- Um bebê daquele verme, mas eu poderia até pensar em criar ele. Eu vou te da tudo que você sempre quis, se me der o que eu sempre quis também.

- Não se atreva a chamar ele de "verme" outra vez, eu posso tá grávida mas ainda posso te matar. E você nem sabe o que eu quero. 

- Eu só não vou te bater agora porque eu te amo. - Ele fala se abaixando pra ficar cara a cara comigo. - Meu pivete já foi lá no morro do teu namoradinho dá um recado, daqui a pouco aquele morro será meu e ele estará morto. 

Fico sem falar nada mas com o coração apertado, eu sei que Nícolas faria tudo por mim, mas tomara que ele não seja tão idiota assim. 

- Tenho que resolver umas coisas, espero que se comporte bem ou vou ter que te algemar. - Ele levanta e sai do local. 

Começo a chorar em silêncio de medo, medo do que possa acontecer a mim e a minha princesa, ao Nícolas, ao morro... A tudo que eu amo. Levanto e começo a bater na porta por socorro, já não aguentando mais gritar volto pro meu canto e durmo de tanto chorar, sem saber qual a hora pois o local não tinha nem uma janela, apenas um pequeno vasculhante.

.....

Acordo com o Bruno me balançando. 

- Toma tua comida. - Estende um prato com comida.

- Não tô com fome, e prefiro morrer do que comer do que você me der. 

- Você ta muito mal-criada, pode ser que eu mude de ideia sobre não te bater. - Ele fala botando o prato no chão ao meu lado, e vai em direção a porta.

- Qual a hora?

- De que importa? - Fala parando na frente da porta e olhando pra mim.

- De nada. - Falo baixo.

- Já é de noite. - Fala e sai do local batendo a porta e logo a tranca.

Do nada minha princesa começa a mexer na minha barriga, sorrio e levanto minha blusa colocando a mão onde sinto os movimentos. Me lembro das vezes que eu e Nícolas ficavamos deitados na cama com a mão na minha barriga, bobos com ela se mexendo. Ela me da forças todo dia, ela é minha vida. 

.....

Acordo no outro dia eu acho com o pescoço doendo da posição que dormir. Uma moça bonita até, com roupa de piriguete entra no local com o meu café. 

- Oh, vou mandar logo a real, nem pense que você vai pelo menos encostar uma unha no meu homem. Ele é lindo e irresistível eu sei, mas é meu.

- Seja lá quem você for, eu não quero mais ele. Pode ficar com ele todinho pra você, eu quero é me livrar desse idiota. - Falo encarando ela.

- Mais? - Ela ri de mim colocando o prato no chão. - Até parece que ele ia te querer, vai me dizer que esse filho ai também é dele?! 

- Sim, "mais". Nós já namoramos quando ele não era envolvido com isso. Sim, ele é um playboy que pelo destino virou dono desse morro. E não, graças a Deus não é filha dele e sim do lindo dono do morro, MEU namorado Nícolas Castro. E esse sim posso dizer que é meu. - Mostro meu anel de compromisso. - Nem sei porque estou te respondendo, quem devia te responder era SEU Bruno. 

- Como assim você é NAMORADA do Nícolas? Do mais poderoso dos dono do morro, e mais lindo. - Ela fala olhando pra cima como se estivesse apaixonada. 

- Olha o respeito garota, ta querendo levar uns tapa?! 

- Logo você, com esse bucho ai?! - Ela da risada se equilibrando no salto.

- Faz o teste. - Debochei.

O Bruno entra no local batendo a porta.

- Eu falei pra você vir deixar o café dela, não ficar de papinho besta. 

- Desculpa, já estou saindo. - Ela me olha com raiva e eu sorrio. 

- Ta rindo de que? Ta gostando de ficar aqui?

- Ah, mais é claro. Estou amando ficar aqui nesse quarto, quase sem ventilação, sem cama e com uma comida ruim. - Sinto um tapa forte no meu rosto e um puxão no meu cabelo.

- Olha o deboche, eu te falei que tinha mudado de ideia. - Ele fala com o rosto próximo ao meu e depois solta meu cabelo. Pega o prato e sai do local. 

Coloco  mão no rosto tentando amenizar a ardência do tapa, mas não funciona muito. Eu só espero que o Nícolas não demore muito pra me tirar daqui, não suportaria ficar mais um segundo aqui.

A Patricinha Marrenta E O Dono Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora