Não tinha dormido naquela noite, tinha passado o dia e a noite anterior apenas olhando pro nada. Logo no início do dia ouvi fogos e logo após barulhos de tiro, o que me deixou com medo, da ultima vez que ouve uma troca de tiros Nícolas saiu ferido e nessa pode ser que saia morto, logo começo a chorar. Não queria pensar nisso, mas é a realidade. Tampo meus ouvidos com as mãos e começo a rezar baixinho pedindo a proteção de todos, até que o Bruno chega abrindo a porta com uma arma na mão e me levanta.
- Você vai ficar quetinha, não vai fazer nenhum barulho. - Fala virando a arma na minha direção. - Se você tentar correr vai ter um monte de soldados ai na saída.
Apenas balanço a cabeça e ele começa a andar de um lado pro outro, ouço os tiros mais próximos e ele me agarra me fazendo de refém, logo Nícolas aparece na porta.
- Seu morro tá muito fraco você não acha? Nem pra liderar um morro você presta?! - Fala ele debochando mas com a arma em mãos.
- Você vai me dá o seu e ai ele fica forte.
- Você acha que é só assim? - Fala sorrindo.
Bruno aponta a arma pra ele e sorri.
- NÃO, deixa ele. Eu fico aqui com você, mas deixa ele.
- Ta viajando é Lua!? Nunca que eu vou te deixar aqui.
- Cala boca. - Fala colocando a arma na minha cabeça.
- Bruno, por que você ta fazendo isso?! Você não é assim, eu sei que não.
- Você não sabe nada sobre mim, dês de quando você me deixou por esse babaca minha vida virou um inferno e a culpa é sua, mas mesmo assim ainda quero tá com você. Não é irônico?!
- Solta ela e você fica sendo irônico com as vagabas daqui. - Ele sorri de lado.
- Não esqueça que eu tô com sua namorada na minha mira, debocha mais um pouco e vê o que eu faço.
- Ela sabe o que fazer. - No mesmo instante que ele diz isso eu bato o cotovelo no queixo do Bruno fazendo ele abaixar a arma e colocar a mão no queixo, me solto do seu braço e Nícolas atira nele.
Olho pro corpo do Bruno no chão e fico petrificada, por mais que ele tenha feito o que fez, ele ainda participou da minha vida e eu tinha um carinho muito grande por ele. Nícolas veio até mim, me abraçou e logo após me revistou.
- Você tá bem meu amor? Ele fez alguma coisa com você? - Eu só balançava a cabeça negativamente enquanto chorava.
Ele me abraçou novamente e ficou ali me ouvindo chorar, até que me soltei do seu abraço e limpei minhas lagrimas e o olhei.
- Só me leva pra casa. - Falo pegando na sua mão livre e ele concorda.
Saímos do local e logo encontramos Ac que estava fazendo a cobertura, fomos pra entrada do morro e todos já estavam nos carros pra voltar pra casa. Me senti fraca, Nícolas entregou a arma pro Ac e me pegou no colo indo em direção ao seu carro, Ac abriu a porta do passageiro e Nícolas me colocou sentada no banco. Eles entraram no carro e Nícolas pisou indo pro morro com o restante dos carros vindo atrás, no meio do caminho eu adormeci.
........
Acordei deitada na cama com o Nícolas e a Valentina ao meu redor, ainda estava me sentindo fraca mas não como antes. Valentina passa a mão nos meus cabelos e Nícolas se senta na cama.
- Você deve ta morrendo de fome. Vou buscar comida pra você. - Ela sai do quarto pulando e sorrio.
- Você tá bem mesmo?
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A Patricinha Marrenta E O Dono Do Morro
Teen FictionLua Maldonado é uma garota de família rica que vive no Rio de Janeiro e estuda no melhor colégio da cidade, em um final de semana ela decide ir ao morro conhecer a casa de uma amiga e ir no baile, e lá ela conhece o dono do morro que é irmão da sua...