Acordei já era tarde, me sentei na cama e esfreguei meus olhos com as costas das mãos. Criei coragem e finalmente me levantei, calcei minha melissa e fiz um coque alto no cabelo. Fui até a cozinha e vi a bagunça que eu tinha deixado de sacolas. Arrumei tudo no armário e lavei meu prato que tinha deixado na pia, no dia anterior. Fui pro banheiro e tomei um banho rápido, tava descida que iria contar ao Nícolas hoje, não sabia como, mas iria. Terminei meu banho e fui pro quarto, abri o closet, peguei um short, uma camisa e um tênis cinza.
Mantive o coque no cabelo, não tava querendo nem sair de casa quanto mais me arrumar. Peguei uma bolsa qualquer, coloquei meu celular, documentos, dinheiro e o tal teste, decidi também levar o tênis que tinha comprado. Saí do apartamento, tranquei o mesmo e peguei o elevador pra ir até a garagem. Destravei meu carro, entrei e coloquei minha bolsa no banco do passageiro. Liguei o som colocando uma música bem calma, pra ser precisa (Minha felicidade - Roberta Campos), e assim comecei a dirigir com o destino, "mansão" da família Castro. Parei o carro em frente a casa, fiquei um tempo pensando na vida e então decidi sair do mesmo, peguei minha bolsa e fui até a porta da casa. Não sabia se batia ou se apenas entrava. Preferi entrar, dona Maria estava assistindo na sala com a Valentia, quando as mesmas me viram correram pra me abraçar.- Ain meu amor.... - Falou Tina me apertando forte.
- Que saudade minha princesa. - Disse dona Maria.
- Calma gente deixa eu respirar. - Falei rindo e abraçando elas também.
Nos soltamos e elas se sentaram novamente me chamando pra me juntar a elas.
- An... cadê o Nícolas?
- Ixe menina, deve tá lá naquela boca. Já mandei ele sair disso, mas não tem quem faça sair quer seguir o caminho do pai... - ela revira os olhos.
- Ele é cabeça dura mesmo. - Falo me levantando e indo pra cozinha - Vou filar café aqui.
- Pode comer, a casa é sua também.
Chego na cozinha e vejo um bolo de chocolate em cima da mesa, tento ao máximo resistir mas não consigo.
Pego um prato e um garfo no armário e coloco uma fatia do bolo, vou até a geladeira e pego a jarra de suco de maracujá, coloco no copo e me sento.
Ia colocando um pedaço de bolo na boca quando senti um aperto no peito e logo em seguida ouvi barulhos de tiros.- Tranca a porta mãe rápido. - A mesma grita. - Valentina grita.
- Calma Valentina, não me deixa nervosa. - Fala trancando a porta.
Me levanto desesperada e vou até elas, abraço a Tina, a mesma começa a passar a mão no meu cabelo.
- Calma, eles tão bem. Pensa positivo. - Ela fala e me abraça firme.
Passaram-se mais de 20 minutos, que pareceram séculos e assim paramos de ouvir os tiros. De repente alguém bate na porta desesperado.
- Abre aqui, rápido. É o Paçoca, rápido.
- Calma Paçoca. - Dona Maria abre a porta e ele entra desesperado com a mão na cabeça.
- Balearam o chefe, levaram ele pro hospital. Vim avisar e pegar roupa, o Ac ta com ele... Não sei o estado dele. - Falou rápido mas deu pra entender.
Me sentei no sofá paralisada, coloquei a mão no rosto e comecei a chorar e soluçar. Não podia ser verdade, íamos ter um bebê e ele nem sabe, ele não pode morrer como eu vou viver sem ele?!
- Em que hospital eles tão? - Valentina perguntou chorando.
- No Hospital Samaritano.
Dona Maria saiu correndo chorando pro quarto pra pegar as roupas dele.
- A gente vai também, no meu carro. - Falei cessando um pouco o choro, limpando o rosto e levantando do sofá.
- Tá. - Ele saiu apressado.
Ela veio com uma mochila, com roupas e algumas coisas do Nícolas. Peguei minha bolsa e fomos todos pro carro, entramos e comecei a dirigir em alta velocidade.
Chegando no hospital descemos do carro e corremos pra recepção, Ac tava lá em pé com a camisa ensanguentada.- Cadê ele? Você está bem? - Valentina perguntou o abraçando.
- Eu estou bem meu amor, ele está na sala de cirurgia.
- Onde pegou o tiro?- Perguntei.
- No abdome. Mas ele vai ficar bem, só tem que tirar a bala.
Ficamos uns cinco minutos esperando até que a enfermeira veio nos avisar.
- Parentes do Nícolas Castro?
- Sim, somos nós. - Dona Maria falou apreensiva.
- Ele está bem, correu tudo bem e ele já está no quarto.
- Podemos vê-lo? - Perguntei aliviada.
- Podem, mas teram que sair em alguns minutos. Aplicamos um sedativo nele.
- Tudo bem. - Falei.
-Me sigam. - Falou passando por uma porta grande e nos conduzindo por um corredor claro. Fomos atrás dela até o quarto que ele estava, entramos e ele olhou pra gente.
- Oi meu amor. - Falei sorrindo.
- Oi morena, oi família. - Falou baixo.
- Oi, que susto que você deu na gente em Nícolas!? - Valentina disse.
- Eu sei que vocês me amam. - ele sorri.
Vou até ele e passo minha mão no cabelo do mesmo fazendo cafuné.
- A gente trouxe algumas peças de roupa, você sabe quanto tempo vai ficar aqui?
- Me falaram que amanhã a tarde eu saio, o problema foi que perdi um pouco de sangue. - Fala fechando os olhos, curtindo o cafuné.
- Eu fico aqui com você. - Ela se pronunciou.
- Não precisa sogrinha, pode deixar que eu fico.
- Você não pode Lua, você... - Olho pra ela com um olhar quarenta e oito, e a mesma cala a boca.
- Como ficou o morro Ac?
- Tudo em ordem, eles não conseguiram tomar nenhuma casa.
- Graças a Deus. - Logo depois a enfermeira entra.
- Tá na hora de saírem, deixem ele descansar. Só pode ficar, quem vai acompanha-lo durantes os dias que ele passará aqui.
- Tudo bem, eu que vou ficar. - Olho pro Nícolas e ele já tava quase dormindo. Todos nós saímos do quarto, e a Valentina me puxa pra uma conversa.
- Você não pode ficar. Você tá gravida, precisa se alimentar corretamente e resolver sua vida.
- Eu tô gravida não doente, e minha vida resolvo depois. - Reviro os olhos.
- Não tá mais aqui quem falou. Mas você precisa comer, você não comeu nada hoje.
- Tá, eu deixo vocês em casa, vou no meu apartamento pegar minhas coisa, e almoço.
Fomos todos pro carro, no final elas acabaram indo com Ac e eu fuivpro meu apartamento. Peguei uma mochila e coloquei as coisas que eu ia precisar.
Fiz um sanduíche natural e suco de manga, coloquei na mesa e fui tomar um banho. Terminei e fui pro closet, peguei uma calça preta, um top branco, um tênis branco e vesti. Arrumei meu cabelo, e voltei pra cozinha, comi e coloquei o prato na pia.
Peguei a mochila, sai do apartamento, tranquei e fui pro carro.
Dirigi até o hospital, entrei no quarto e ele ainda dormia, me sentei na poltrona e fiquei conversando com a Tina pelo celular.
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A Patricinha Marrenta E O Dono Do Morro
Teen FictionLua Maldonado é uma garota de família rica que vive no Rio de Janeiro e estuda no melhor colégio da cidade, em um final de semana ela decide ir ao morro conhecer a casa de uma amiga e ir no baile, e lá ela conhece o dono do morro que é irmão da sua...