Alex fica sozinho

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Jorge e Aline saíram com as crianças e me deixaram sozinho, só pra zoar com a minha cara, o palhaço me deixou o notebook e a senha dos canais adultos de TV. Tinha que admitir que Jorge era um palhaço e só ele mesmo pra conseguir lidar com o temperamento explosivo da minha irmã. Ele sabia bem como lidar com ela e era visível a paixão que ainda predominava entre eles. A impressão que eu tinha era que a relação de Jorge e Aline jamais cairia na rotina. Meu cunhado era uma criança super crescida e minha irmã uma baixinha do pavio curto. Eles se complementavam e eram hilários juntos.

Aproveitei a solidão da casa, para procurar alguns pontos comerciais próximos à nossas casas, onde Aline e eu pudéssemos montar a nossa farmácia. Eu estava cansado de trabalhar enfiado num escritório, me sentia sufocado e triste.

Minha irmã tinha razão ao dizer que eu estava deprimido, mas não era só por ter perdido a Patrícia e a Ticiane. Eu sentia que estava vivendo uma vida que não era de fato a minha. Eu me lembrava de ser um cara espontâneo que tocava violão na faculdade e era sociável, e agora eu me perguntava em que parte da minha história, eu tinha perdido a minha essência e me tornado tão chato?

Depois de analisar e marcar alguns pontos nos meus favoritos, resolvi abrir a página do Skype e puxar assunto com alguém,qualquer pessoa que fosse apenas pra me sentir menos solitário. Pro meu mais completo azar, nenhum dos contatos online me atraiu de algum modo, eram todos de advogados e associados do escritório e do antigo, nenhum amigo pessoal, nenhum colega da época da faculdade, nenhuma garota bonita, até que... Bastou que eu pensasse em uma garota bonita e uma luzinha verde tímida se acendeu ao lado do nome da Renata. Era a minha melhor opção pra uma conversa amigável e apesar da pouca idade, ela me fazia muito bem.

"Olá, garota canadense" digitei e ponderei por alguns instantes até ter coragem de finalmente enviar. Eu era patético

"Garota Canadense? RS... Olá Garoto Brasileiro!!!...Isso tá mais parecendo uma conversar de site erótico do que amigos!!!...RS... A dias venho pensando em você, Aline me deu seu ID"

Conversa de site erótico?! Eu devia ter sérios problemas porque aquilo me fez pensar já minha total abstinência sexual

"Estou muito bem ,e que bom que pensou em mim. Como está a vida no Canadá? "

"Aqui está MUITO frio... Só saio de casa para ir ao curso... Nevando... Pode ligar a Cama?... Quero te ver e poder falar em Português!!!😀

Olhei em volta a procura da minha camisa e não a vi em lugar nenhum, então abri a web assim mesmo, só esperava que ela não se sentisse assediada.

"Desculpa o mau jeito. Tô no Guarujá com o Jorge e Aline.

"Uauuuu!!!...- Ela sorriu de um jeito malicioso. " Vejo que cuida bem do corpo... Gostei!

"Seu irmão está me arrastando pra academia. Contra a minha vontade, diga-se de passagem"

"Você realmente está bem?... Quer conversar um pouco, desabafar? - ela se ajeitou na cama, levando o Notebook com ela, pude ver que estava de shortinho de malha rosa e camiseta em gola V, e sem sutiã, provavelmente era seu pijaminha de dormir.

Ela era uma garota e eu não devia estar olhando pra ela daquele jeito.

"Eu estou bem!" menti, mas diante da sua expressão achei melhor desabafar

"Eu estou na merdas!", abri o microfone, eu não gostava de conversar digitando.

- Consegue me ouvir?

"Perfeitamente!" - Seu sorriso me deixava a vontade, ela era doce, terna.

-Tô um pouco estressado ultimamente, mas... As coisas estão se resolvendo

- Muito bem... - Ela deu palminhas de leve rindo. - Como vai a minha princesa, a Duda?.. O vestidinho de princesa ainda serve nela?

- Ainda serve e virou quase uma farda.

- meu Deus!... Que coisa mais fofa. - Renata entortou a cabeça um pouco num sorriso amigável. - Engraçado... Ver você assim tão informal, fica ainda mais bonito... E olha que gosto de você de terno e gravata.

- Gosta? - Perguntei malicioso e logo me lembrei que ela era uma garota e irmã do meu cunhado, ou seja,encrenca certa- Você é uma menina muito doce.

- Doce?! - Ela gargalhou. - Obrigada... - De repente o clima ficou excitante eu diria, algo mudou entre nós, não era mais só aquela amizade e para piorar ela passou a mão pelo pescoço tirando os cabelos caceados agora mais longos de cima de seus ombros. - Está sozinho, cadê o pessoal?

- Hã? Er... - Tava difícil me concentrar. Quando ela tinha ficado tão sexy?- Foram passear na cidade, a Aline foi visitar o ex-patrão, assinar a demissão... Mas, e você, como você tá? - Merda, eu já tinha perguntado aquilo. Eu parecia um idiota completa. - Quer dizer, você tá namorando? -Que merda de pergunta foi essa?

- Não... solteiríssima... Curtindo a neve dentro de casa, quer ver? - Ela se levantou levando o note, mas pela aproximação ao se levantar, mostraram bem seus seios embaixo do tecido, eles estavam com os biquinhos rígidos, logo apontou para a janela. - Dá para ver a Neve caindo?

- Dá! - Eu respondi rápido, pois começava a suar frio. - Aqui está calor! Muito calor.

Ela voltou para a cama, colocando o notebook um pouco mais afastado dela, dando para ver mais seu corpo.

- Calor... família... é o que mais sinto falta, os amigos, Nossa Alex... - Ela fez um bico. - Mas eu preciso estudar e quero me formar aqui, espero que em 4 ou cinco anos eu esteja de volta.

- Você vai! - Eu disse confiante. - Você é muito esperta e sagaz, Renata! Mas, me diz o que mesmo você estuda.

 - Finanças e ciências politicas... Sei que tem no Brasil, mas aqui é totalmente voltado para a gestão financeira do país, a gente aprende a gestão e a trabalhar com a maquina publica. - Ela piscou para mim.

- Olha que interessante! E no que pretende trabalhar?

- Quero entrar para a politica... - Ela deu de ombros. - Ou trabalhar para o Estado... - Ela riu. - quem sabe vou precisar de um bom advogado tributário para minha equipe.

Ela mordeu o lábio.

- Alex... - Ela me chamou de uma forma sexy.

- Diz...- Eu sorri nervoso.

- Eu estou com calor vendo você assim... E não é calor... De calor... - Ela estava me comendo com os olhos. - Já fez sexo virtual... sem compromisso!?

- Renata...- Seu nome soou num gemido entre meus lábios e meu pau deu um salto na cabeça- Eu tenho quase o dobro da sua idade, e você é a cunhada da minha irmã! - Eu sorri nervoso e o riso dela murchou, era tão difícil dizer não pra ela, mas eu não podia fazer aquilo, se o Jorge só imaginasse ia cortar as minhas bolas, fritar e servir com farofa

- Nós não somos parentes se isso te deixa aliviado... - Ela disse levantando um pouco a camiseta. - Eu estou sozinha nessa casa enorme, com desejo de ouvir a voz de um homem me dizendo o que gosta... Alex... Por favor... não me veja como cunhada... e sim como uma mulher...

- Renata, não faz isso. - Meu pau já começava a doer de tão duro. - Desculpa, gata! Não dá...



O Inquilino 3 (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora