O Inquilino 3 (FINALIZADO)

Um novo amor na vida de Adriano

Quem disse que tentar a vida em outro país era uma tarefa fácil, mentiu descaradamente.

Eu era apenas uma estudante bolsista de arquitetura, que fazia uns serviços esporádicos pra ganhar um dinheiro extra.

Nesse momento, eu estava correndo com um legítimo Mastim Inglês que tinha quase a minha altura e com toda certeza o dobro da minha força.

Eu tentava conter o cão que corria descontrolado e me arrastava junto, as pessoas pelo caminho se afastavam e eu berrava com Polly pra ele parar.

Infelizmente, não consegui conter o cão e ele me deu um puxão que fez com que eu largasse a corrente, se ele já estava descontrolado antes, solto então foi ainda pior.

Polly danou a correr e eu atrás dele berrando. Como desgraça pouca é bobagem, ele só parou, depois de derrubar um rapaz e praticamente começar a sambar em cima do pobre coitado que parecia imensamente assustado.

- Que droga, Polly! - puxei a sua corrente o tirando de cima do moço. - Cachorro feio! Cachorro feio! - bradei e ofereci a mão ao moço pra se levantar, era um moreno muito bonito, diga-se de passagem- Ah, meu Deus! Por favor me desculpe! - ele ajeitava a roupa, se limpando depois de levantar e parecia ainda bem assustado- Ele não é bravo, só brincalhão! Meu Deus, olha o que esse babão fez com você! Me desculpe, me desculpe mesmo! -ele me encarava parecendo confuso, então me dei conta que estava falando em português- Ah claro, que cabeça a minha! - ele não devia estar entendendo lhufas. - I'm sorry! - do nada ele começou a rir e eu estranhei totalmente- What's your problema?

- Eu também sou brasileiro... Fica tranquila! - ele brincou com o cachorro. - Belo mastim. - O rapaz ajeitou a coleira no pescoço dele, colocando mais para cima. - Deixa te ensinar como dominar esse cão fujão. - O rapaz tomou a guia da minha mão e me olhou. - Está indo para onde?

- Eu tenho de levá-lo pra casa! - sorri sem graça. - Ele é um cão doce, mas bem bagunceiro! - estendi a mão pra ele- Renata!

- É um garotão... - ele me olhou estendendo a mão. - Me desculpe... não me apresentei. - Adriano Belucci.

Adriano me olhou estranhando.

- Como é seu nome?

- Renata! - repeti. - Renata Queiroz! Há quanto tempo está aqui?

- Estou... - Ele riu sem jeito, passando a mão no rosto e me olhou. - Renata? - então ele gargalhou.

- Há algo de errado com o meu nome? - estranhei. Aquele cara era maluco! - Eu tenho de ir! Vou levar o Polly pra casa e depois tenho aula. Foi um prazer, Adriano!

- Calma! - ele afastou o cachorro de mim. - Eu disse que vou te ensinar a dominar o grandão aqui. - ele sorriu apoiando a mão nas minhas costas para que eu andasse. - Renata é o nome da minha ex-namorada que acabou de ficar noiva... e é irmã do meu melhor amigo. Por isso eu dei risada, é coincidência demais para uma pessoa só.

- Ah! - dei de ombros. - Veio tentar reconquistar a donzela? - eu era uma romântica incorrigível

- É... Mas falhei e desisti. - Adriano conduzia perfeitamente o Polly que parecia agora mais calmo.

- Como consegue que ele o obedeça?

- Não pode deixar a coleira muito abaixo do pescoço. quando o cachorro não tem controle da força... Você ajusta mais para perto do focinho... assim ele não consegue correr. - ele me mostrou como segurava na mão e a coleira no pescoço. - Eu tenho um amigo que tem dois Buldogues... Junior e Priscila.... Junior é uma criatura indomável, precisa conhecer para entender o que falo.