Renata

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Quando olhei para a tela, a chamada estava encerrada e off Line, fiquei tão chateada, eu queria tanto me sentir gostosa, era a primeira vez que me exibia na internet para um homem.

Me jogue na cama, peguei o livro de Uísque e continuei a beber, fechei o notebook com o pé, estava semi nua sobre a cama, bêbada, sim, estava bêbada e com raiva.

Como Ele fez algo daquele tipo comigo, interrompendo a chamada, podia ter esperado eu terminar, não iria passar daquilo, era só uma brincadeira.

Apontei para o Notebook como se ele pudesse me ouvir.

"Covarde... Você é um covarde que não aguenta ver uma mulher pelada"

Dei outro gole no gargalo da garrafa, o Uísque desceu queimando minha garganta e apaguei do jeito que estava, por que eu era fraca para bebida, e eu estava deprimida e sozinha naquela casa, todos estavam em Nova York, na casa de Amber, e eu não pude ir por causa do cursinho.

Acabei sonhando com Alex e com Adriano, não sabia em que braços eu caia, eu abraçava um e o outo me puxava, eu mais parecia uma rameira que queria ter dois homens ao mesmo tempo, mas eu sei que tinha que escolher apenas um e no fim, escolhia Alex, por que eu não sei, mas ele me deixava em um tesão danada, fazer amor com ele então era intenso demais, meus dedos puxavam aqueles cabelos e o beijava com paixão e gula, ele me dava estocadas fortes, seu peso era tão bom ser sentido sobre mim, suas mãos grandes podiam cobrir uma boa parte do meu corpo, gemíamos um no braço do outro e meu ritmo com ele era sincronizado.

*** Uma Semana depois ***

A semana passou, e todos os dias eu ficava me coçando para abrir o Skype quando via Alex online, eu queria pedir desculpas e explicar o meu mal comportamento, era um sábado, Alex estava online, tentava estudar, mas não conseguia, até que resolvi acabar com aquele constrangimento que sentia.

Apertei para chama-lo, demorou e muito, cheguei a achar que não iria nunca mais falar comigo, até que ele atendeu, todo vestido.

- Oi Alex... - Sorri tímida. - Eu preciso me explicar com você... Eu estou morrendo de vergonha...

 - Renata! - Ele pareceu surpreso ao falar comigo e tirou os óculos do rosto, ele não usava sempre, mas quando usava ficava muito charmoso. - Eu... Me desculpa ter desligado daquele jeito, eu fiquei sem ação. Pensei em te ligar antes, mas não sabia como te encarar

- Você não foi errado... Fez o certo... - Disse rindo. - Eu bebi aquele dia, estava muito deprimida, triste.... sozinha nesta casa enorme, eu estava muito mal mesmo e não sei o que me deu... eu acho que queria chamar a atenção, juro que nunca fiz isso, nunca mesmo...

- Eu acredito em você! - Ele sorriu parecendo nervoso. - Eu gosto muito de você, Renata e eu... Não podia! Está tudo bem entre nós? - Ele perguntou afastando os cabelos do rosto- Quero dizer, vamos continuar nos falando? Eu adoro conversar com você.

- Claro que está tudo bem... quero muito cultivar nossa amizade e se me ver naquele estado, tem a minha permissão de desligar e não falar comigo... - Sorri tímida. - Eu abusei da sua generosidade... - Puxei o notebook para mais perto... - Estava aqui estudando, vi você online e resolvi te ligar, fiquei sabendo que papai te ofereceu uma sala na agencia dele! E aí?... Animado para ir para lá?

- Estou sim! Sempre quis trabalhar com o seu pai e como a farmácia com a Aline vai demorar um pouco a sair e mesmo depois de pronta há um prazo grande pra dar lucros. É sempre bom ter um plano B. Ainda está frio em Toronto?

- Sim... A neve deu uma parada, mas a muito nas ruas, a noite é bem complicado... Eu continuo enfiada dentro de casa sem sair, só saio quando a Amber vem para cá com o marido...  - Dei de ombros. - Eu não confio muito nos rapazes daqui, eles são estranhos... eles são puritanos, mas ao mesmo tempo usam o sexo como algo normal, deu vontade, deu química e pronto... Eu já acho que tem que ter sentimento... - Tapei a boca. - Há... desculpa... é que me sinto tão a vontade para conversar e falar de tudo.

- Você pode conversar de tudo comigo, Renata! Não precisa se restringir! E acho muito bom que você pense assim. Não deixe ninguém tentar te coibir a nada. Seu corpo suas regras... E que corpo! - Ele quase sussurrou a última parte, mas eu ouvi bem. - Mas... - Ela coçou a nuca- Você se interessou por alguém aí?

- Não... todos muito novos... não gosto de rapazes, gosto de homens maduros... - Dei de ombros. - Aline disse que é por que sou madura para minha idade... eu as vezes me acho tão imatura...

- Eu concordo com a Aline! Você sabe o que quer da vida e isso é muito bom! Toda a família se orgulha muito de você, inclusive eu... O Adriano foi um idiota por te perder.

- Que bunitinho... - Franzi o nariz rindo contente. - Não me fale de Adriano... Ele não gostava de você e eu briguei com ele por isso.

- Ele é um idiota! Um grande idiota e você está bem melhor sem ele. Do que você mais sente falta no Brasil?

- Sinto falta das comidas, apesar que a tia cozinha muito bem, mas não tem o feijão que nós temos, o arroz... algumas frutas aqui são caras... E a maioria das pessoas comem muita porcaria, muito sanduiche... - Fiz uma careta. - Não consigo comer como eles... e perdi cinco quilos desde que cheguei... a tia não sabe mais o que faz para eu comer e engordar...

- Você vai se habituar aos poucos e se quiser mando comida pra você via Sedex. - Gargalhamos. - Você é linda, Renata! E vai continuar sendo linda, gorda ou magra, mas não pode deixar de comer e se descuidar da saúde. Não queremos que você fique fraquinha, não é?

- Não descuido... Apenas como menos... - Dei de ombros e rimos.

A nossa conversa oi muito boa e renovadora para nós dois e saber que ele estava próximo da mina família e dos meus pais me deixava contente, Alex precisava se sentir parte da família depois das cabeçadas que deu.

Aline e Jorge também o faziam se sentir da família, e por mais que eu tentasse vê-lo como um parente, eu queria ele perto, eu sentia uma empatia tão grande, e não parava de sonhar com ele, era mágico nossos sonhos e tinha medo de me apaixonar por ele, pois eu estava longe, e poderia arrumar alguém e eu iria sofrer mesmo nunca ter tocado aqueles lábio, experimentado aquele sexo que ele fazia comigo em sonho.

Nos despedimos depois de uma hora de conversa. prometendo nos falar durante a semana, eu voltei aos meus estudo me sentindo aliviada pelo perdão recebido e com aquele frenesi de quando estamos flertando com alguém e a timidez nos impede de chegar perto.


O Inquilino 3 (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora