Adriano leva Renata para sua casa

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Renata abriu a porta e eu passei por ela até o carro. De lá seguimos de volta ao shopping tive a minha reunião, depois fomo para a fisioterapia enquanto Renata me fazia companhia.

- Agora eu dirijo... - Estendi a mão para ela me dar a chave.

- Não vai forçar o joelho?

- Não... é automático... - Pisquei para ela.

- Verdade! Desculpas pela minha família doida, tá?

- Imagina... adorei! Me lembra muito a família do Jorge... Falando em Jorge, vou te levar na casa dele para você conhecer, ele é como um irmão.

Abri a porta do carro para Renata entrar, fechei e dei a volta.

- Agora é uma viagem de duas horas... Não moro na capital... Então se estiver com sono, pode dormir que te acordo quando chegarmos lá

- Eu estou sem o menor sono. Que tal ir me contando sobre a sua vida

- Tudo bem. - Saí da garagem da academia e ganhei a rua sentindo a Marginal. - Tenho 32 anos, nasci em São Paulo no dia 5 de maio... Meu pai é Argentino e diplomata... Aliás! Era... Minha mãe é Brasileira conheceu meu pai no Jóquei Club... - Apontei para o jóquei que estava do outro lado da Marginal, sentido zona Sul... Meu pai vivia entre aqui e a Argentina. Então quando fiz 8 anos fomos para a Argentina... Entrei para o clube de futebol e com 14 anos fui chamado pra entrar no clube do Corinthians, Júnior... Daí por diante ganhei minha independência. Aos 16 anos desisti do futebol depois de que dar o pé numa entrada brusca, não voltei para Argentina, meu pai comprou uma casa no Morumbi onde conheci o Jorge e o Bruno.

Olhei rapidamente para Renata que me escutava atentamente.

- Eu pedi a minha parte da herança da minha avó... Montei meu pequeno negócio e trabalhei duro para crescer. Hoje sou dono de uma marca famosa...

- Então, você é o proprietário da franquia de artigos esportivos que meu irmão e eu visitamos no shopping?

- Sim. - Fiz careta. - Eu não queria ser esse playboys que ficam sugando a grana do pai...

- E deu muito certo né?

- Por que você e seu pai não se davam tão bem?

- Ele queria que eu seguisse a vida política... E eu queria ser jogador de futebol.

- No fim das contas você nem seguiu a vida política, nem se tornou jogador. - Renata riu. - Eu perdi meu pai muito cedo

- Me conte... É a sua vez.

- É só mais uma história triste de um homem sem recursos que morreu nas mãos de outro homem sem recursos

- Dívida ou briga por pouco? - Peguei em sua mão.

- Assalto! Meu pai tinha acabado de receber o salário, eu tinha de fazer uma cirurgia de hérnia e ele ia pagar os exames. Ele lutou pra não entregar o dinheiro e foi esfaqueado no peito. - ela secou uma lágrima.

- Sinto muito... Perder o pai na minha idade já é difícil, imagina ainda pequena. - Levei sua mão a boca e Beijei. - Gosta de morar na capital ou no interior?

- Gosto de morar no exterior! - ela riu - Brincadeira! Eu amo a capital, a badalação!

- Você vai estranhar onde moro... - Dei risada. - É um condomínio fechado, calmo, mas com uma infra estrutura muito boa.

- Eu sou estranha! Admito! Gosto de trânsito, poluição sonora, vizinhos barulhentos, churrasco na laje, cachorro vira-lata latindo na rua

- Hummm... Vai ver cachorro na rua, mas tudo com seus donos antipáticos.

O Inquilino 3 (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora