Adriano sente o gostinho de ser pai

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Dei de ombros.

- Confessa que gostou de ter engravidado. - Brinquei.

- Vou gostar mais quando essa dor tiver acabado e nossa filha estar em nossos braços.

- Isso é verdade, vai esquecer a dor.

- Tomara que passe logo.

Apenas concordei e me fiz presente o tempo todo ao seu lado. As dores foram aumentando a medida que as horas passavam no relógio. Nossas mães passaram pelo hospital, Renata estava sem paciência, acabaram indo embora e voltariam mais tarde.
Já eram mais de 14horas da tarde quando ela uivava de dor, exausta por não ter conseguido dormir.
A médica chegou para fazer o parto, pois estava sendo avisada pela médica de plantão da evolução da dilatação.
Eu me sentia de mãos atadas, mas não podia passar pela dor por ela, eu só podia assistir e dar forças para que ela tivesse mais paciência.

- Vamos! você está pronta. - Disse a médica se posicionando a sua frente.

- ela está muito cansada... - Alertei.

- O bebê já está coroando... é só um pouco de força e vai poder segura-lo. - Ela sorriu.

Eu estava muito puto em fazer Renata esperar por tanto tempo, deveria ter feito uma cessaria e poupa-la do sofrimento.

- Me sinto tão cansada! - ela suspirou - Mas, vou conseguir! Eu preciso por a minha menina no mundo.

Renata sorriu para mim e soltou um beijo no ar, antes de se ajeitar,se preparando pra fazer força

- Isso... - Segurei seu joelho.

- Força. - pediu a médica. - Isso... A cabeça passou...

Senti a voz da médica temerosa, vi que ela passava o dedo pelo pescoço do bebê, massa evitei de ficar olhando.

- Isso... O cordão estava enrolado... Consegui tirar. - A médica a olhou. - Renata... Mais uma contração e seu bebê vai estar em seus braços.

Renata arfava cansada, parecia pálida.

- Ela não está bem... - Informei.

- Renata... Agora... - A médica pediu.

- Força, amor... - Eu já comecei a chorar.

Renata urrou, fazendo um esforço imenso,o choro do bebê ecoou pelo quarto
- Ela nasceu! - Renata esboçou sorrindo antes de desfalecer na cama.

- Parabéns... é um menino... - A médica disse.

Levei a mão a boca ficando em choque.

Olhei para Renata, ela estava toda suada, bochechas vermelhas e dormindo.

- Renata? - Mexi nela. - Ela desmaiou.

- Não desmaiou... - A Enfermeira indicou o monitor. - ela está com a pressão normal... está apenas dormindo. Deixe ela descansar até a médica terminar, Okay?

- Menino... - Sorri ainda em choque, fui atrás da pediatra que o levou para pesar, e sei lá mais o que.

Ele chorava alto, cabelos pretinhos, pesava 3.910 e tinha 50 centímetros, era um baita de um moleque.

- Oi filhão, o papai está aqui. - Disse me aproximando. - posso tirar uma foto?

- Claro, mas evite o flesh da câmera.

Concordei, apanhei o celular e tirei várias fotos do meu filho, enviando para todo os meus amigos, incluindo o Jorge.

Agora eu sabia qual era a emoção em ter um filho, é um amor que não se cabe dentro do peito, e aí você começa a imaginar que não quer mais sair de perto, que tem que ser um exemplo para ele até seus últimos dias de vida. Tarefa nada fácil, ainda mais para quem teve um pai ausente e autoritário.
Olhei para Renata assim que recebo meu pequeno nos braços, ela dormia largada naquela cama, trocaram os lençóis com ela dormindo.

O Inquilino 3 (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora