cinco meses Depois - Reta final

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Renata Queiroz

Deitada no sofá da sala, eu estava aborrecida e acarinhava minha barriga, desejando matar Adriano. Nós tínhamos brigado, porque só pra variar, ele não aceitava a minha decisão de não saber o sexo do bebê através da ultrassom, ele não entendia que eu achasse desnecessário não ter uma confirmação, já que eu tinha certeza que era uma menina. E o pior de tudo é que ele tinha comprado peças de menino, a minha revelia.

Ele alegava não ter feito de pirraça, era apenas uma maneira de se prevenir.
Prevenir o que? Caramba! Ele não podia, simplesmente aceitar? Se ele podia concordar com a mãe que se tratava de um menino, porque não acreditar como eu que teríamos uma filha?

Eu estava uma pilha de nervos e queria chorar, quando ouvi o som da porta da sala se abrindo e Adriano ultrapassá-la. Eu estava irritada, mas tinha de admitir que ele ficava lindo usando terno, o que era raro de se ver. Ele só usara porque foi pra uma reunião.
Sentei no sofá, apenas pra olhar pra ele, o silêncio reinava na sala, meus cabelos estavam soltos e desgrenhados e eu usava uma velha camisa dele sob um shortinho curto.

- Como foi a reunião? - Indaguei, tentando dar um jeito nos meus cabelos, prendendo-os num rabo de cavalo frouxo.

Eu trouxe uma coisa para você. - Ele disse parecendo receoso.

- Trouxe? - tentei parecer dura, mas ele estava tão sexy de terno.

Ele olhou para o chão e apontou para eu olhar.

Lentamente fui me erguendo do sofá e aquela bolinha peluda estava sentado no chão, olhando para Adriano, esperando algo.

- É meu? - indaguei como uma criança, e sorri. - Meu Deus, ele é tão fofinho!

- Eu vi você babando pelo cachorro da vizinha e achei que seria uma ótima companhia para você enquanto trabalho.

Me aproximei daquele cachorrinho fofo, mas não dava pra apanhá-lo, porque eu não podia abaixar devido a minha barriga avantajada. 

- Ele é perfeito!

Adriano o pegou no colo que já foi logo mordendo o dedo dele para brincar e ele estendeu a minha frente.

- Eu ainda estou brava com você! - Respondi apanhando aquela bolinha de pelos. - Mas, eu amei ele!

Ele riu porque gostava da minha espontaneidade para falar as coisas, me dirigi para o sofá, vi de relance Adriano tirar a gravata e o paletó e ir para a cozinha.

- Sua mãe chegará amanhã as oito horas da manhã... Fiquei de ir busca-la no aeroporto. - disse ele lá da cozinha.

- Ah é? Que bom que ela vai chegar a tempo de ver a NETA nascer.

Adriano voltou da cozinha descalço e camisa aberta, copo de água na mão. Respirou fundo parando próximo ao sofá.

- Desisto... - Falou ele baixo olhando para os pés. - Eu vou pegar as roupinhas que você não gostou e levar para minha mãe doar... Mas depois não reclama que eu não te avisei.

- Por que é tão difícil aceitar a minha intuição? Só por que os médicos não confirmaram e por quê a minha sogra acha que pode ser um menino?

- Você compra a idéia dela, mas não compra a minha. - Eu me sinto um traste.

Adriano não respondeu, seguiu para o quarto deixando o copo sobre a mesa, logo ele voltou.

- Eu juro que estou com medo no que vai acontecer se sair um garoto do saco roxo daí de dentro. - Ele me encarou. - Você não quis saber o sexo e não coloque a culpa no médico que não conseguiu ver. Agora desamarra essa cara.

O Inquilino 3 (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora