Jorge leva Alex e Duda para Arujá

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Jorge

Segui apressado para o carro, Alex estava colocando as malas no porta malas.

- Peguei um acidente... Por isso me atrasei, me desculpa!

Peguei Duda pela mão e a coloquei dentro do carro e me virei para Alex.

- Você e o Adriano precisam resolver de uma vez por todas essa birra de vocês. - falei esperando uma resposta plausível

- Não preciso resolver merda nenhuma com aquele bosta.

- Ele não estava falando da Renata... e sim de outra Renata que ele conheceu... Você perdeu a cabeça, Alex! - O encarei impedindo que entrasse no carro, não queria que a Duda ouvisse a nossa discução.

- Ah e você acreditou nisso? Você as vezes é muito ingênuo, Jorge!

- Ele é meu amigo... e ele falou a verdade. eu sei quando está mentindo para mim. - Apoiei as mãos em seu ombro. - Mantenha a distancia dele se não o suporta... E não leve a sério o que ele disse.

Alex revirou os olhos e voltou-se pra filha

- Você está bem, Duda?

- Sim... - ela respondeu com a cabeça fora da janela.

- Ei? Você vai fazer o que eu pedi? - O chacoalhei.

- Não confio nesse cara, mas o que ele faz da vida não me interessa, desde que ele fique longe da minha mulher

- Ele vai ficar... Achou alguém. - Dei um tapa em seu ombro e abri a porta para ele entrar. - Vamos embora... a Aline está esperando vocês para o café da manhã.

- Ela vai me dar uns tapas quando souber dessa briga

- Tenha certeza que sim!!! - Dei risada ligando o carro. - Achei uma casa para vocês no condomínio de Arujá... Acho que vai gostar. Marquei com o proprietário hoje a tarde para visitarmos.

- Vamos ver, temos que ver também um novo estabelecimento pra realocar a farmácia. Acho que a Aline não vai querer ficar horas no trânsito, mas isso depende mais dela que de mim. Ela é mais dona daquele lugar que eu

- Estamos vendo no comércio de Sta. Terezinha... e acho que vamos aumentar a diversidade. - Olhei rapidamente para Alex. - Estou pensando em abrir um PET... Com farmácia. o que acha?

- Não me admira! - Alex riu.

Dei risada e seguimos para casa. a viagem foi rápida, de Guarulhos a Arujá é quase uma hora.

Estacionei o carro na garagem e entramos.

- ALINE... CHEGAMOS! - Falei alto.

Duda correu na frente e subiu as escadas indo para o quarto da Nick.

- Quer uma água ou uma cerveja? - Perguntei a Alex.

- Por que demoraram? - minha esposa resmungona veio nos receber- Achei que não iam chegar nunca! - ela aproximou-se de Alex e tomou seu rosto entre as mãos. - Quem bateu em você?

- Adriano... Não sei como, mas esses dois se encontraram no aeroporto e ainda trocaram socos na saída.

Aline deu uns tapas no ombro de Alex que se encolheu.

-Você é maluco? Trocar socos com outro homem na frente da sua filha? Você é representante de um escritório de advocacia, perdeu a cabeça?

- Aline, chega! Eu sou homem, não sou de ferro.

- Você é um troglodita! - ela voltou a bater no irmão e era engraçado ver alguém tão grande levando uns tapas de alguém tão pequena.

Tapei a boca rindo, Pedro fazia a mesma coisa.

- Bem feito! - Falei sem soltar som. - Alex está com fome... E eu vou pegar um saco de ervilhas congeladas pra por nesse machucado.

- Cresça, Alexandre! - Aline afastou-se, indo para a cozinha

- Você é um puxa-saco, Jorge Quintino! - Alex emendou antes de eu ir pra cozinha.

- Por que não impediu que ele brigasse?-Aline bradou

- Eu tenho que defender meu cunhado... E eu o livrei de ir para a delegacia. - Abri o congelador apanhando um saco de ervilha.

- Parece criança! - Aline apanhou o saco, comprimindo contra o rosto de Alex e eu ri

- Estou vendo você debochando de mim, Jorge.

- Eu? - Me fiz de inocente e ri. - Até parece que não conhece a sua irmã...

- E qual o problema comigo?- Aline pôs a mão na cintura.

- Você é bravinha! - Apanhei um bolinho de chuva do pote e enfiei na boca.

- Bravinha é a P.Q.P! - Pedro encarou-nos confuso e Alex riu.

- Você quis casar com ela agora aguenta.

- Eu aguento... foi a única que me aguentou até agora... - Dei um tapa na bunda de Aline e me afastei correndo.

- CRIANÇÃO! - Aline berrou.

- É melhor a gente ir para a sala de jantar e tomar o nosso café... - Puxei Alex para sair da cozinha. - Nunca mais a acordo cedo para procurar uma camisa para mim.

Aline nos seguiu e me abraçou por trás, totalmente de surpresa e mordeu meu pescoço de um modo que me arrepiava

- Eu separei as suas camisas por cor e etiquetei todas. O que você fez?

- Baguncei... - Dei de ombros a puxando para mim. - Já disse que não sou ordeiro e me acho com as minhas bagunças... devia deixar como eu as coloco no armário.

- Então quando não se encontrar na sua bagunça, não me chame! - ela disse de modo simples e apertou minha bunda de modo discreto.

- Isso é assédio... só estou anotando.

- Ah, meu Deus! Vão pro quarto! - Alex afirmou.

- Estou em greve. - Me sentei depois de colocar Pedro na cadeirinha.

- Está em que? - Aline quase berrou.

Gargalhei alto puxando a minha baixinha para o meu colo.

- Eu não vou repetir... acabou a minha greve agora mesmo. - Afundei meu rosto em seu pescoço.

- Vou me lembrar disso a noite.

- Uma noite de sono!!! - levantei as mãos para o céu, Alex quase engasgou com o café.

- Vai à merda, Jorge!- ela levantou brava e saiu batendo o pé.

- Alguém vai ficar na mão! - Alex riu.

- Isso passa dentro de duas horas. - Passei o copo de leite para o Pedro que devorava suas frutinhas com a mão. - Renata disse se vem para o Brasil nesse meio de ano?

- Não tem certeza! - Dei de ombros. - A minha vontade era ter ficado lá.

- Eu imagino... - Respirei fundo. - Logo isso acaba... vai ver que esse tempo passa voando. e eu vou insistir para a Renata vir parta o Brasil nesse meio de ano. tem a casa para vocês arrumarem e decorarem, a festa do casamento... isso tudo precisa ser organizado com antecedência.

- É, mas também tem as provas do semestre. Eu não posso insistir

- Você é molenga! - Atirei um pedacinho de pão nele. - Duda vai adorar morar aqui no condomínio... assim ela e a Nick podem ir para a mesma escola.

- Não tenho dúvidas disso! - Alex concordou. - Tenho medo de insistir que a Renata venha e ela se sinta pressionada

- O máximo que ela vai dizer a você é sim ou não e justificar. - Encarei meu cunhado que parecia ainda chateado. - Calma! tudo vai dar certo, você vai ver.



O Inquilino 3 (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora