=Capítulo 16=

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HELENA CARTER

Acordei e fui para o banheiro, devia ser proibido ter aula. Lavei meu rosto e senti a água gelada me despertar, fiz minhas higienes e troquei de roupa, vesti uma calça preta com um rasgado no joelho e uma camiseta cinza, calcei meu Vans preto e amarrei um camisa xadrez na cintura, peguei minha mochila e desci.

— Bom dia!— disse sem animo, me sento e tomo um café forte.

Ri da cara do John dormindo sentado, provavelmente ele estava com uma ressaca daquelas, do jeitinho bebeu.

— Acorda, vamos chegar atrasados!— disse e ele abre os olhos lentamente.

— Eu quero dormir!

— Anda logo, porra!— ele abre os olhos e bebe o resto do seu café.— Você vai com a gente, Anna?

Ela se levanta e dá beijos na mamãe e no papai, isso continua sendo clichê.

— Agressividade essa hora da manhã!

— Cala a boca!

Fomos o caminho todo em silêncio, deixamos a Anna no seu colégio e seguimos para o nosso.

— Eu sinto muito por ontem!— disse quebrando o silêncio.

— Eu fui um idiota em achar que ele gostava de mim, eu confundi as coisas. No começo éramos apenas amigos virtuais, ele me contou que se iludiu com uma garota e que queria esquece-la, uma vez ele me disse que gostava muito de mim e que queira me ver, eu bobo fui, na festa ele me disse coisas horríveis e ainda tinha voltado com a ex. — Eu desconfiava que John fosse gay, mas ele nunca me contou.

— Eu sei como dói ser magoado por alguém que a gente gosta muito. O tempo passa, mas ainda dói— disse lembrando de Marcos.— Eu não vou te dizer essas coisas chatas que as pessoas dizem para consolar, porque eu mais do que ninguém sei que não funciona. Mas pode ter certeza que eu sempre vou está aqui, faça chuva ou faça sol, eu não conheço o garoto, mas sei que o soco que eu dei nele vai ficar marcado por alguns dias, sempre que ele se olhar no espelho vai se lembrar que ninguém mexe com meu irmão pirralho e sai sem nenhum arranhão.

Consegui arrancar um sorrisinho do rosto dele, por mais que digam que sou fria, até que eu dou conselhos ótimos e consigo deixar a pessoa um pouco melhor. Talvez seja porque eu conheço o sentimento de ser magoado.

— Obrigado, Lena!

— Só estou devolvendo tudo que você fez por mim. Sabe, John, você ainda tem uma vida inteira, vai encontrar alguém que te mereça e te ame a cada batida do seu coração.

— Você pode guardar isso e não contar para ninguém?— pergunta me olhando.

— Claro, nossa dupla imbatível serve para isso!— sorrimos.

Quando chegamos na escola e cada um ia para um lado, John me chama.

— Obrigado, Lena, de verdade!— disse e sumiu pelo corredor em direção a sua sala, fiz o mesmo. Entrei na sala e me escondi no fundão. Abaixei a cabeça e fiquei pensando.

Então o amor é isso? Eu sempre pensei que fosse como nos filmes, como as pessoas podem ser capazes de entrar na nossa vida com o propósito de nós magoarem depois? Será que não pensam que nem sempre somos de ferro? Talvez nesse jogo de amor os outros sejam profissionais e eu apenas amadora.

— O que está pegando?— Noah diz chegando perto de mim.

— Nada!

— Como nada?— Henrique disse.

 Para Sempre Ao Seu Lado Onde histórias criam vida. Descubra agora