=Capítulo 63=

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HELENA CARTER                   

Durante as horas seguintes, permaneci sentada ao lado de Isaac, escutando os bipes do monitor cardíaco e o chiado artificial do respirador que bombeava ar para seus pulmões. Sua pele estava pálida e as suas bochechas pareciam ter murchado. Aquele não se parecia com o rapaz que eu me lembrava, com o menino por quem havia me apaixonado, era quase um estranho naquele ambiente tão desagradável.

Não havia dormido nem por um instante desde que chegara ao hospital. À medida em que as horas passavam sem que nem o Isaac desse sinal de que fosse acordar, comecei a ficar sonolenta, ninada pelos sons constantes e rimados dos equipamentos da UTI. Eu estava exausta. Meus olhos estavam pesados e meu corpo pedia por um banho quente para relaxar. Mas eu não queria deixar Isaac. Minha mãe e Raquel entraram no quarto para tentar me convencer a comer alguma coisa.

— Helena, tem certeza que não quer nem um café?— mamãe perguntou.

— Eu fico aqui com ele!— Raquel disse e passou a mão nas minhas costas.

— Eu estou bem!

Raquel ficou no quarto comigo e logo depois Tony e Charles chegaram. Estava um silêncio, só se ouvia o choro incessante de Raquel. Tony e o pai se faziam de forte, mas eu sabia que todos nós estávamos tentando lidar com a dor.

— Filho... por favor!— Raquel falou chorando acariciando o rosto do filho, um nó se formou na minha garganta por vê-la naquele estado eu não estava muito diferente dela.

De repente o bip do monitor cardíaco começou a apitar e tudo ficou quieto. Prendi a respiração para não chorar e apertei mais forte a mão de Isaac, como se pudesse trazer-lo de voltar.

— Não. Não, não....— disse com a voz embargada, me deitei no peito de Isaac e soluçava.—Isaac... não me deixa...

— Ele se foi...— Raquel falou no meio do choro. Soltei o ar e senti minha garganta doer com o nó que se prendeu.

Raquel se debruçou em cima do filho e chorava, Tony abraçou o pai, eu chorava sem parar deitada no peito de Isaac dizendo repetidamente que ele não podia me deixar.

— Você prometeu, Isaac, você prometeu que não ia me deixar.— disse fungando.

Depois de um certo tempo, Tony e Charles saíram do quarto, eu continuava deitada ao lado de Isaac e Raquel segurava a mão do filho tão forte tentando de alguma forma encontrar forças.

— Venha, filha!— mamãe disse com a mão no meu ombro.

— Não, eu não posso deixar-lo.— falei entre as lágrimas.

— Filha...

— Ele precisa de mim!— falei o abraçando.

— Helena, por favor. —nEu só sabia chorar e chorar.

A Rebecca entrou no quarto naquele momento e nos olhou.

— Eu sinto muito!— ela disse, abraçou a Raquel e lançou um olhar confortante pra mim.

— Precisamos ir, filha!— mamãe disse outra vez mas eu não dei ouvidos, Raquel beijou a testa do filho e voltou a chorar, mamãe a abraçou tentando a confortar.— Vamos tomar uma água!

Falou e então as duas saíram.

— Ele tá frio!— eu disse. — Eu não consigo acreditar, parece que ele tá apenas dormindo.

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