=Capítulo 56=

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HELENA CARTER

No dia seguinte fui transferida para um quarto, finalmente poderia sair da UTI, receber visitas e conversar com outras pessoas que não fossem as enfermeiras.

Eu estava dividindo o quarto com uma senhora simpática, Amélia. Ela era tão fofa que eu sentia vontade de aperta-la.

— O que você tem, Helena?

— Leucemia, e a senhora?— perguntei.

— Descobriram um tumor na cabeça muito raro, os médicos ainda não sabem se podem removê-lo sem causar nenhuma lesão no cérebro.— Amélia disse.

— Sinto muito!— falei a olhando nos olhos.

— Não sinta, filha, essas coisas acontecem o tempo todo. Eu tenho 78 anos, conheço muito da vida. — ela falou sorrindo triste e eu senti vontade de chorar.

— Eu tenho apenas 18 anos, sei pouco da vida... eu queria fazer tanta coisa...— falei com a voz embargada.

— Você consegue, Helena, você é jovem e forte, vai sair dessa, vai vencer o câncer.— Amélia disse e eu sorri para ela.

— Seu otimismo me faz ter esperanças.

— Ótimo, nunca deixe de pensar positivo.— ela falou e eu sorri.

Mamãe entrou no quarto aparentemente feliz e animada, ela beijou minha testa delicadamente.

— Mãe, essa é a dona Amélia!— falei apresentando-as, mamãe deu dois beijos na bochecha de Amélia.

— Prazer em conhecê-la, eu sou a Kath.— mamãe disse.

— Uau, você parece muito com sua mãe, Helena. São realmente muito bonitas.

— Muito obrigada!— mamãe disse.

— A senhora precisa ver as fotos da minha mãe no época de colégio dela, fazia sucesso com os garotos.— falei rindo.

Ficamos um bom tempo conversando, e quando deu a hora da visita, papai entrou com John e Anna.

— Pirralha!— falei abraçando Anna. John me deu um beijo na cabeça e se sentou ao meu lado. — Quero saber como anda as coisas.

— É estanho quando você não está em casa, a mamãe também não fica em casa e o papai quase não para.— Anna diz. — Tia Liz faz tudo, mas quando ela vai pro trabalho o John que faz a comida e é péssima.

Eu ri.

— Só não deve ser pior que a comida do hospital.— falei.

— Se você prefere comida queimada.— rimos.

— Eu não gosto quando você fica no hospital, tudo fica tão vazio. — apertei a mão de Anna.

— Me desculpe por bagunçar tudo, pirralha!

— Quando você vai pra casa?— ela perguntou.

— Eu não sei!— disse.

— Anna, se despede da Lena, temos que ir.—John falou e eu vi nos olhos dos dois como eles estavam exaustos, doía em mim ver a confusão que eu causo neles. Anna não queria se despedir, queria ficar comigo no hospital.

— Anna, amanhã você volta, eu vou tentar sair daqui. Vou voltar pra casa logo, ok?— falei e beijei sua testa, ela me abraçou e eu limpei com o polegar a lágrima que caia do meu olho.

— Tchau, curupira!— John falou e me abraçou.

— Não gosto de te ver assim, John, tão pra baixo e calado.— falei e novamente seus olhos demostraram cansaço.

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