HELENA CARTERNo dia seguinte fui transferida para um quarto, finalmente poderia sair da UTI, receber visitas e conversar com outras pessoas que não fossem as enfermeiras.
Eu estava dividindo o quarto com uma senhora simpática, Amélia. Ela era tão fofa que eu sentia vontade de aperta-la.
— O que você tem, Helena?
— Leucemia, e a senhora?— perguntei.
— Descobriram um tumor na cabeça muito raro, os médicos ainda não sabem se podem removê-lo sem causar nenhuma lesão no cérebro.— Amélia disse.
— Sinto muito!— falei a olhando nos olhos.
— Não sinta, filha, essas coisas acontecem o tempo todo. Eu tenho 78 anos, conheço muito da vida. — ela falou sorrindo triste e eu senti vontade de chorar.
— Eu tenho apenas 18 anos, sei pouco da vida... eu queria fazer tanta coisa...— falei com a voz embargada.
— Você consegue, Helena, você é jovem e forte, vai sair dessa, vai vencer o câncer.— Amélia disse e eu sorri para ela.
— Seu otimismo me faz ter esperanças.
— Ótimo, nunca deixe de pensar positivo.— ela falou e eu sorri.
Mamãe entrou no quarto aparentemente feliz e animada, ela beijou minha testa delicadamente.
— Mãe, essa é a dona Amélia!— falei apresentando-as, mamãe deu dois beijos na bochecha de Amélia.
— Prazer em conhecê-la, eu sou a Kath.— mamãe disse.
— Uau, você parece muito com sua mãe, Helena. São realmente muito bonitas.
— Muito obrigada!— mamãe disse.
— A senhora precisa ver as fotos da minha mãe no época de colégio dela, fazia sucesso com os garotos.— falei rindo.
Ficamos um bom tempo conversando, e quando deu a hora da visita, papai entrou com John e Anna.
— Pirralha!— falei abraçando Anna. John me deu um beijo na cabeça e se sentou ao meu lado. — Quero saber como anda as coisas.
— É estanho quando você não está em casa, a mamãe também não fica em casa e o papai quase não para.— Anna diz. — Tia Liz faz tudo, mas quando ela vai pro trabalho o John que faz a comida e é péssima.
Eu ri.
— Só não deve ser pior que a comida do hospital.— falei.
— Se você prefere comida queimada.— rimos.
— Eu não gosto quando você fica no hospital, tudo fica tão vazio. — apertei a mão de Anna.
— Me desculpe por bagunçar tudo, pirralha!
— Quando você vai pra casa?— ela perguntou.
— Eu não sei!— disse.
— Anna, se despede da Lena, temos que ir.—John falou e eu vi nos olhos dos dois como eles estavam exaustos, doía em mim ver a confusão que eu causo neles. Anna não queria se despedir, queria ficar comigo no hospital.
— Anna, amanhã você volta, eu vou tentar sair daqui. Vou voltar pra casa logo, ok?— falei e beijei sua testa, ela me abraçou e eu limpei com o polegar a lágrima que caia do meu olho.
— Tchau, curupira!— John falou e me abraçou.
— Não gosto de te ver assim, John, tão pra baixo e calado.— falei e novamente seus olhos demostraram cansaço.
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Para Sempre Ao Seu Lado
RomanceHelena Carter, 17 anos, mora com os pais e os irmãos em New York. Sempre foi uma garota com personalidade forte, não tem uma relação muito boa com a família, mas acredita que com os amigos e o namorado pode recompensar a ausência da mãe. Quando tud...