=Capítulo 34=

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HELENA CARTER

Depois da aula Henrique que deixou em casa, almocei e fui ver Isaac no hospital. Ontem de noite Tony me avisou uma mensagem dizendo que Isaac havia acordado.

Coloquei meus fones e sai de casa, andava pelas ruas de New York, o vento frio batia em meu rosto e eu me arrependi de não ter colocado mais um casaco nem uma luva. Arrumei o lenço que usava na cabeça para tampar as orelhas, o cabelo fazia falta nessas horas, enfiei as mãos no bolso da jaqueta e continuei andando.

O hospital não ficava longe da minha casa, estava na metade do caminho quando um cansaço extremo que impediu de continuar. Estava esgotada, minha garganta seca e minhas pernas bambas. Procurei em meu bolso minha carteira, mas esqueci em casa. Merda! Não dava nem pra pedir um táxi, ou então entrar em um e sair correndo sem pagar.

Me sentei na calçada e esfreguei os olhos. Caramba, como eu sou burra!

Peguei meu celular, talvez pudesse ligar para Alice ou para os meninos, mas nenhum deles atendiam. Quando estava prestes a ligar para minha mãe um carro para perto de mim.

— Lena?— vejo Marcos dentro de seu carro, reviro os olhos e ele sorri.— Aconteceu algumas coisa?

— Nada do seu interesse!— respondo.

— Tudo bem, mas você está sentada aí sozinha só por diversão?

— Claro, adoro ficar esperando nesse frio.

— Entra, posso te dar uma carona!— ele diz.

— Não, obrigada, prefiro ficar no frio!— digo cruzando os braços.

— Entra logo!— ele insiste.

— Vou aceitar só porque não tenho outra opção e porque estou com dor nas pernas.

Me levanto com dificuldade e entro no carro. Marcos sorri vencedor e eu me sinto humilhada por aceitar sua carona.

— Para onde a senhorita está indo?

— Para o hospital!— digo.

— Está tudo bem contigo?

— Vou ver o Isaac.— falo.— E Lívia como vai?

— Não sei, não falei com ela esses dias.— Marcos diz e olha para o trânsito.— Gostei do lenço, você ficou bonita, realçou seus olhos!

— Me poupe de elogios!— digo revirando os olhos.

O clima ficou meio tenso, Marcos parecia pensar em algo mas quando ia dizer mudava de ideia.

— Quero me desculpar pelo dia do supermercado.— ele diz.— Tenho raiva de mim toda vez que lembro daquele dia.

— Já passou!

— Eu não queria que terminasse desse jeito... e só queria lhe dizer quanto estou envergonhado por tudo o que aconteceu. Você não merecia isso e não a culpo por ter terminado comigo. Sei que tenho sido...

Balancei a cabeça, cansada de ouvi-lo.

— Por que está fazendo isso?— perguntei.

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