=Capítulo 59=

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HELENA CARTER

Nem acredito que minha época favorita do ano chegou. Amanhã é a véspera do Natal. O Natal é uma data mágica, presentes, a família toda reunida, entupir de comida até falar chega. Desde pequena adorei o Natal, pois meus avós sempre vinham nos visitar e a mamãe preparava um banquete, gostava de enfeitar a casa e montar a árvore de Natal. Quando fui crescendo, foi perdendo a graça, como se o Natal não tivesse mais encanto, porém esse ano eu estava animada.

— Tá nevando!— falei.

— Eu sei, tá nevando desde ontem e até agora você tá parecendo que nunca viu neve.—mamãe disse.

— Nossa, você acaba com meu sentimentos natalinos.— disse fazendo drama.

Mamãe por outro lado odeia Natal, talvez por sempre ficar sobrecarregada em preparar tudo e claro, o Natal a faz lembrar do Tio Jack, irmão da minha mãe. Ele era o mais velho dos três irmãos, tia Liz é a mais nova. Tio Jack morreu em um acidente de carro há oito anos na época do Natal.

— O vovô e a vovó vem?— perguntei.

— Sim!

— Vai fazer um jantar?— perguntei abrindo um sorriso parecendo uma criança.

— Não sei se você vai ter alta, como vou fazer um jantar com você não hospital? — meu sorriso desapareceu.

— Mãe...— falei cruzando os braços.— É Natal, e não é Natal sem um jantar.

— Tá bom, dona Helena, vou pensar no seu caso. — ela disse e eu comemorei.

— Bom dia!— dr. William disse entrando no quarto com mais um médico. — Como você está, Lena?

— Estou bem, mas ansiosa para o Natal.—disse.— Ah, falando nisso, quando vou ter alta?

— Sobre isso que eu queria conversar. Helena, mesmo aumentando a radio e a quimioterapia, você não apresentou nenhuma melhora e seu quadro piorou muito, a única opção é o transplante de medula.

— Mas eu já estou na fila de espera, certo?

— Sim, mas você tem parente que é quase 100% compatível e se recusa a receber o transplante.

— Doutor...— comecei e ele me interrompeu, não era a primeira vez que o dr. William ou outra pessoa tentava me convencer a receber a medula óssea de Anna.

— É a sua única chance, Helena.

— Ela é a minha irmã!— falei aumentando a voz.— Anna tem 10 anos. Acha que uma criança vai querer uma agulha enorme em seu corpo?

— Eu já conversei com ela.— mamãe disse.

— Não, mãe, você disse a Anna que ela ia me doar uma coisa que ela nem sabe onde fica.—disse.— Você nem perguntou para a garota se ela vai querer se submeter a isso.

— Eu só quero que você pense um pouco mais sobre receber a medula da sua irmã.— dr. William disse.

— Eu já me decidi, vou continuar na fila de espera.

— Helena, você sabe que pode não aguentar esperar pra receber uma medula de outro doador.

— Estou fazendo isso pela minha irmã.

 Para Sempre Ao Seu Lado Onde histórias criam vida. Descubra agora