=Capítulo 65=

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HELENA CARTER

No dia seguinte, eu fiquei trancada o dia todo no quarto. Meu corpo estava tão fraco e cansado que já não tinha forças para me levantar.

— Lena, a mamãe tá chamando para comer.—Anna disse entrando no quarto, eu funguei e esfreguei os olhos.— Está com dor?

— Dor? A minha vida inteira é uma dor.

— Eu sei que está mal, mas você precisa seguir em frente.— Anna falou e eu pude sentir o quanto ela estava preocupada.

— Eu estou bem, Anna, só quero descansar.—falei.— Diz para mamãe que eu não estou com fome.

Depois que Anna saiu, mamãe entra no meu quarto.

— Helena, vamos almoçar.— mamãe disse.—Você precisa comer.

— Eu não estou com fome, mãe!

— Eu sei que está sofrendo, mas não pode deixar-se levar pela angústia.— ela disse acarinhado minha perna.— Come um pouquinho!

— Nada desce!— falei.

— Tudo bem, querida!— ela beijou minha testa e saiu do quarto.

Um tempo depois, ouvi a voz da Alice e do Henrique conversando com a minha mãe.

— Oi, meu amor!— Alice falou abrindo a porta do meu quarto.

— Oi, gente!— falei e me sentei na cama com um pouco de dificuldade por causa das dores e da fraqueza.

— Como você tá, curupira?— Henrique perguntou beijando o topo da minha cabeça.

— Estou levando!

— Sua mãe nos contou que você não está comendo, eu trouxe uma torta de frango, isso sempre te anima.— Alice falou mostrando o pote.

— Quem dera que tudo se arrumasse com torta.

— Você precisa comer, amiga.

— Eu não consigo, não tenho vontade de fazer nada, só quero sumir.— falei sentindo o choro subindo pela garganta.

— Não posso ver você desistir assim, você tem que lutar, Helena, tem que reagir.— os olhos de Alice se encheram de lágrimas.

— Não tenho forças.

— Você tem que tentar, por seus pais, seus irmãos, por mim e pela Beatriz.— Alice falou e pegou minha mão e colocou na barriga dela.—Fala com a dindinha, filha.

Nesse momento, eu comecei a sentir a neném se mexendo.

— Ela... a Beatriz tá chutando...— falei e meus olhos se encheram de lágrimas.

— Sim, amiga.— ela disse sorrindo entre as lágrimas.— Sua afilhada tá doida pra te ver.

Eu funguei e abracei Alice.

— Estamos nessa com você!— Henrique disse.— Pode começar comendo.

— Eu estou sem fome real, gente!— falei.— Mas obrigada por terem vindo aqui, eu vou ficar bem.

— Tudo bem, mas vou deixar a torta bem aqui pra você comer quando quiser.— Alice disse. — Mas me promete que não vai desistir de lutar, Isaac não gostaria que te ver desistir assim. Ele ia querer te ver bem.

Ela apertou a minha mão.

Os dois ficaram ali um bom tempo, Henrique teve que voltar para o trabalho, mas Alice ficou comigo. Nós passamos a tarde assistindo filmes e conversando. Era bom ter ela ali para me distrair.

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