=Capítulo 12=

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HELENA CARTER

Fechei a porta do quarto e cai no chão ali mesmo. Tirei os sapatos do pé e os joguei na parede, suspirei fundo e senti uma lágrima rolar no meu rosto. Então eu chorei. Chorei como eu nunca havia chorado antes, chorei porque ninguém me amava de verdade. Chorei por ter acreditado que Lívia era minha amiga. Chorei por te amado Marcos demais. Chorei porque não tinha valor para ninguém. Chorei porque eu preferia estar morta agora ao invés de ter visto Marcos me traindo com minha melhor amiga. Chorei porque eu estava sozinha.

Levantei com o corpo um pouco dolorido e me olhei no espelho. A garota do reflexo estava com a maquiagem borrada, com o cabelo desgrenhado. Soquei o espelho com força, com a mesma mão que eu havia batido no Marcos, o espelho se espatifou e o sangue jorrou da minha mão. Eu gritei de dor ao ver a minha mão suja de sangue, um corte profundo havia se formado na minha mão.

— Helena, está tudo bem?— ouvi a voz da Anna.

— Aconteceu alguma coisa?— John pergunta.

— Me deixem em paz!

— Você está chorando?— pergunta Anna.— Olha, a mamãe chegou. John chame ela!

Me levanto e vou até a porta, abro a mesma e Anna está ali parada.

— Pode pegar um pano? Não quero que a mamãe veja!— falo e Anna corre, quando volta está com a maleta de primeiros socorros.

— Não acredito que você socou o espelho!— ela fazia um curativo em meu corte.— Por que você está chorando? O encontro não deu certo?

Fiz que não com a cabeça.

— Eu não sei se quero falar sobre isso.

Anna entendeu e não fez mais perguntas, porém minha mãe entrou no quarto desesperada.

— Helena, o que houve?

— Ela não quer falar, deixa ela!— agradeci Anna com o olhar.

Eles me deixaram sozinha e eu me deitei na cama e chorei lembrando de cada momento, não só com Marcos mais com Lívia também, peguei meu celular e apaguei várias fotos com Marcos, não consegui apagar as fotos com Lívia, pois meu coração doía tanto que achei melhor parar de ver fotos antigas. O travesseiro estava encharcado com minhas lágrimas.

Um tempo depois alguém bate na porta, enxuguei as lágrimas e mandei entrar. Era a Alice, ela veio até mim aflita e me abraçou forte.

— Eu encontrei a mãe do Marcos na padaria e ela me contou. Não consigo acreditar que eles fizeram isso.

— Nem eu!

— Meu Deus! O que aconteceu com sua mão?

— Dei um soco no espelho!

— Você é doida!— ela diz e ri.

— Está tudo dando errado, Alice.— Meus olhos enxergam de lágrimas de novo. Ela passa o braço por trás do meu pescoço e eu encostei minha cabeça em seu ombro. — Tudo. Não basta está com câncer, ainda tenho que aturar isso. Todos me trairam!

— Eu não te trai, nunca vou te trocar. Não importa o que aconteça eu vou está aqui. E pode parar de chorar, seus pais não te fizeram esse mulherão da porra pra você ficar chorando por esses babacas.

— O pior de tudo foi que eu confiava neles, eu amava Marcos como eu nunca amei nenhum outro garoto, e Lívia, poxa ela era minha melhor amiga há anos.

As lágrimas brotaram nos meus olhos novamente e Alice as enxuga e me olha.

— Eles não merecem suas lágrimas!— ela fala.— Você precisa se distrair, toca alguma coisa, você não toca desde que a banda acabou.

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