=Capítulo 17=

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HELENA CARTER

Já estava entediada de ficar no hospital sem fazer nada, tive umas complicações essa semana e Dr. William achou melhor ficar internada por alguns dias. Faz dois dias que estou aqui e não vejo a hora de sair.

Minha mãe não sai do meu lado, meu pai passou a noite aqui como acompanhante e foi para casa de manhã, John e Anna estão para aula, Alice, Henrique e Noah também, não tem ninguém para me fazer companhia, mamãe dormia na poltrona perto da janela numa posição desconfortável.

Fazia um desenho no agenda, colori o cabelo da garota de vermelho meio e sorri sozinha. Ouvi batidas na porta e levantei o olhar, uma greta se abriu e vi os olhos verdes de Isaac, ele sorriu para mim e entrou no quarto. Desde o nosso encontro conversamos algumas vezes pelo celular.

— Oi!— disse.

— Oi, só fiquei sabendo hoje que você foi internada. O que aconteceu?

— Ah, anteontem eu estava sentindo dores esquisitas, vários enjoos e meu nariz sangrava, quase desmaiei e me trouxeram para cá, e aqui estou eu.

— Já sabe o motivo?

— O médico disse que isso é normal por causa do remédio que estou tomando, deu algumas reações e complicou um pouco.

— O câncer é isso, uma semana você está bem e até acha que melhorou e na outra piora de novo.— Sorri fraco concordando.

— Vamos dar uma volta? Estou cansada de ficar nessa cama.

— Claro!

— Espera um pouco!— entrei no banheiro do quarto e em vi no espelho, eu estava péssima, com a camisola do hospital, olheiras e cabelos bagunçados. Penteei meus cabelos e sai.—Vamos?

Saímos do quarto e andamos pelos corredores conversando.

— Onde estamos indo?— perguntei.

— Quero te apresentar uma amiga. Já foi na ala pediátrica do hospital?

— Já passei perto!

Andamos mais um pouco e chegamos em uma sala cheia de crianças.

— Todas elas têm câncer — Isaac disse olhando as crianças através do vidro.— Vem!

Entramos na sala e Isaac sorri para algumas crianças e vai até uma criança deitada na cama brincando de boneca.

— Isaac!— a menina diz com os olhos brilhando ao ver Isaac que a abraça imediatamente.

— Lily, essa é Helena!— sorri para a menina e devolveu com um sorriso gentil.

— É a namorada dele?

— Não, somos apenas amigos!— disse rindo sem graça.

— Formam um casal muito bonito!

Conversamos e brincamos com Lily, descobri que ela é órfã de mãe, o pai abandou a filha em um hospital quando descobriu que ela tinha câncer. Lily foi diagnosticada com câncer de estômago com apenas quatro anos, hoje ela tem onze anos e enfrenta tudo isso com muita coragem e um sorriso encantador.

— E sua família, Lily?— perguntei.

— Minha mãe morreu quando eu nasci, eu não lembro dela, mas tenho uma foto, ela foi morar com Deus e virou uma estrelinha. Meu papai não podia cuidar de mim, eu não tenho irmãos, nem primos e não conheci meus avós. — Meu olhos se encheram de lágrimas, mas eu as segurei, pela Lily.— Tia Rebecca cuida de mim!— diz e sorri para a enfermeira, Rebecca.

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