Capítulo treze.

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"Você não conseguiu ouvir o meu coração batendo?."

Sofia Montserrat.

Alguns vasos de cristal que encontravam-se em cima do aparador que ficava no corredor foram arremessados com agressividade sobre á janela panorâmica, fazendo que os cacos de vidro espalhassem subitamente sobre o piso de mármore. Eu fiquei petrificava com a atitude violenta do senhor Pietro Montserrat.

Os meus olhos se encheram de lágrimas, devido à maneira bruta na qual fui tratada. Após o ataque impetuoso ele me deixou sozinha no quarto. Eu havia me deitado na cama e fiquei em posição fetal, deixando as lágrimas livres.

"O que havia feito de errado?."

Chorei por que não aguentava mais todas as humilhações que sofria. Chorei por que eu era fraca, e nada mudaria isso. Chorei pelo fato do senhor Pietro, estar no andar de baixo gritando com a Marina, e me chamando de "Bastarda". As palavras cruéis que ouvia foi o suficiente para compreender que nunca seria bem-vinda a família Montserrat. Pelo contrario, do que eu pensava era vista como um empecilho, e somente fui aceita na mansão por que o senhor Pietro, hipoteticamente tinha uma divida de honrar com o meu pai, o que o fez assumir tamanha responsabilidade.

—Como eu lamento querida. —Marina disse, adentrando o quarto.

Inclinei o meu rosto e a expressão da Marina era de espanto, assim como a minha. Havia medo no olhar dela.

—Por que fui tratada dessa maneira? —A questionei, enxugando as lágrimas.

—Não tenho palavras para expressa como lamento pelo comportamento do patrão. —Sentou-se ao meu lado na cama. —Não pensei que o patrão ficaria fora de si. Faz tanto tempo que não o vejo transtornado. —Murmurou perplexa.

—O que eu fiz de errado, me responda, por favor?. —Fiz uma pausa. — O que fiz para ele não gostar de mim ou me humilhar me chamando de bastarda, ou sacrifício?.

—Você não fez nada de errado. —Suspirou profundamente. —O patrão sofreu muito no passado e atualmente o modo que encontrou para se defender é sendo grosseiro e cruel com as pessoas, principalmente com você.

—Ainda não entendo o que fiz de errado em usar essas roupas?.

—Essas roupas que você está usando era apenas uma lembrança ruim que nunca deveria ter deixado o armário. A verdadeira culpada fui eu por ter pegado algo que causaria dor ao patrão. —Falou baixinho, confessando sua culpa.

—Não entendi o que você quis dizer? —Indaguei.

—Esqueça querida. —Deu de ombros. —Mudando de assunto está com fome? —Perguntou mostrando um sorriso rápido.

—Não estou com fome. —Respondi. —Quero que me responda por que fui tratada com tanta agressividade por usar essas roupas? E qual é a dor que o senhor Pietro carrega dentro de si? —Levantei da cama, indo em direção à janela olhando para as rosas-vermelhas do jardim.

—Querida algum dia contarei o que de fato aconteceu na vida do patrão, mas hoje preciso que você descanse. —Levantou-se indo na minha direção. —O patrão não anda bem ultimamente. A culpa foi minha pelo o que aconteceu. Apenas retire essa roupa e não se preocupe hoje a tarde terá tudo novo. —Garantiu.

—Ainda não entendo qual a necessidade do senhor Pietro, ter transformando-se num homem cruel.

—Existem coisas inexplicáveis. —Marina fez uma pausa me olhando minuciosamente. —Avaliando de perto... Você é parecida com a falecida. —Falou baixinho. —Céus que loucura! Apenas esqueça o que aconteceu e vá descansar. —Murmuro.

(Proibida Pra Mim)Onde histórias criam vida. Descubra agora