Capítulo Trinta.

6.2K 424 27
                                    

"Eu sabia que você iria deixar que tudo se apagasse como o vento. Só lamento que eu não estivesse ao seu lado."

Sofia Montserrat.

O flash da câmera foi disparado outra vez. As mãos do senhor Pietro, continuavam paradas sobre a minha cintura, arrepiando a minha pele, e seus olhos estavam vidrados nos meus.

—Mandarei as fotos para o seu escritório senhor Montserrat.—Disse o fotografo se aproximando.

—Excelente!.—O senhor Pietro, retirou do bolso do terno um cartão que possivelmente contém seus contatos.—Me ligue assim que as fotos ficarem prontas.—Murmurou estendendo o cartão para o fotografo.

—Ligarei em breve.—Ele pegou o cartão das mãos do senhor Pietro, o guardando no bolso do terno.—Com licença e boa festa.—Falou afastando-se em seguida.  

  —Vamos, em breve começará o leilão beneficente e quero acompanha-lo, já estamos atrasados!. —Informou irritado, pegando no meu braço com rigidez.

—Por que mudou seu jeito de me trata de uma hora para outra?.

—Aquele manobrista desgraçado!.—Rosnou.—O jeito que olhou para você com pensamentos impróprios, ou como tocou na sua mão, ninguém tem esse direito. Não permitirei que nenhum outro homem chegue perto daquilo que mais prezo.

—O que está querendo dizer?.

—Esqueça! Não tem importância.—Disse serio.

—Claro que tem importância.—Respondia a ele.—Você mudou seu jeito comigo, e isso tem importância sim!.

—Apenas esqueça e vamos aproveitar a festa.—Retrucou.

Balancei a cabeça em forma de negação, e continuei caminhando com ele ao meu lado. Quando adentramos o salão principal que ocorria a festa beneficente, reparei como a decoração era esplendorosa. Havia algumas mascaras douradas penduradas sobre o teto, e alguns balões de ar espalhados. No outro lado do salão existia uma pista de dança, e o DJ animava as pessoas que estavam a sua volta com músicas eletrônicas. Também tinha muitas mesas com talheres de prata, e pratos de porcelana, com alguns enfeites não deixado o espaço monótono.  

—Gostou da festa?.—Perguntou calmo, olhando para os meus olhos.

—Me parece maravilhosa.—Rebati encantada.—Nunca tive o prazer de vim a uma festa tão linda e luxuosa como essa.

—No orfanato não existia nenhum tipo de comemoração?.

—Até existia alguma comemoração raras de fim de ano, só que.—Me contive lembrando dos momentos ruins que passei.—As vezes orfanato não tinha muitos recursos para planejar festas, e dependíamos da ajuda dos Benfeitores, e quase não tínhamos comemorações.

—Eu não sei como conseguiu ficar tanto tempo naquele lugar, os cabarés que frequentei no subúrbio de paris, sem duvida são melhores do que o pulgueiro a onde foi educada.—Disse pensativo.

—Pelo menos tinha um teto para passar a noite e não corria risco de ser morta cruelmente nessas ruas perigosas.—Sussurrei. 

—Lamento, não deveria ter sido egoísta na minha resposta, provavelmente sofreu muito naquele orfanato.—Falou com melancolia na voz.—Eu sei que nunca me interessei por esse assunto antes, mas se possível me conte o que houve durante os anos que passou no orfanato?,—Perguntou.

Não presumia que sua pergunta fosse me desconcertar. Uma parte de mim queria o abraçar e desabafar os momentos de crueldade que passei, no entanto, existia o lado racional de proteger aquela que iria sofrer se contasse, Felipa. 

(Proibida Pra Mim)Onde histórias criam vida. Descubra agora