Capítulo dezessete.

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"Ainda sinto o gosto amargo da dor, sinto que estava perdendo-a em meio há neblina."

Pietro Montserrat.

"O herdeiro Pietro Montserrat, sofreu um trágico acidente automobilístico na estrada. Sua noiva e filha estavam com ele quando o motorista embriagado perdeu o controle do volante, e invadiu a contra mão causando a inevitável colisão. Em uma nota oficial do hospital Santa Ângela. Helida Castilho, e Hope Montserrat, morreram horas depois de darem entrada na emergência. O motorista embriagado no qual a família não quis que revelassem seu nome, morreu no local do acidente. Fontes informaram que o herdeiro do grupo Montserrat, encontra-se vivo, e com algumas escoriações no rosto. Qual será o futuro do jovem herdeiro que acabará de perde sua família? E o que ocorrerá com as ações do grupo Montserrat?. "

Artigo escrito por: Giovana Verônica.

Meus dedos passeavam pelo velho recorte de jornal. Foram rigorosos anos que o guardei em segurança no cofre atrás de um dos quadros do meu escritório. Restava uma única esperança de pega-lo outra vez e não experimentar o sofrimento que deixou minha alma em ruínas. Devolvia o pequeno pedaço envelhecido de jornal para o meu cofre com o juramento que ficaria aqui para sempre, por que não existia interesse algum em pega-lo e reviver a maldita dor.

—Não deixarei que a bastarda miserável entre no meu impenetrável coração!.— Exclamava para mim, andando nervoso de um lado para outro, segurando uma taça de conhaque numa das minhas mãos.

Tentei me acalmar, todavia, estava se tornando improvável. A jovem menina-mulher me tirava completamente do serio. Desde o momento em que coloquei meus olhos nela experimentava algo absurdamente incomum. Eu me encontrava encantado por ela, até parecia que havia sido possuído por alguma magia antiga. O que sentia não era o habitual, a jovem Vênus possuía uma beleza que me atraia. A primeira vez que tive o prazer de conhecê-la em meio há chuva, sabia que ao trazê-la para minha casa não resistiria por muito tempo. Eu a desejava assustadoramente, e existia em mim uma parte irracional que cobiça possui-la.

Eu tentei trata-la com indiferença, e crueldade, contudo, nada que eu fazia era capaz de cessar esse maldito desejo que crescia a cada dia. Não parava de pensar no formato sublime da boca da jovem Vênus, ou da forma como o seu rosto era angelical, e inteiramente perigoso para o meu juízo que não estava bem. Pressentia que havia ficado louco pela sua estonteante beleza que lembrava um dos meus quadros que tenho grande apreço.

Quando a Sofia ficou doente permaneci á madrugada ao lado dela, preocupado com a sua saúde frágil. Zelei agoniado pelo seu sono, e após os sonhos terem dominado seus pensamentos por um breve momento, tive o atrevimento de beija-la levemente em seus lábios. Eu não deveria tê-la beijado, todavia, eu precisava saciar o maldito desejo de provar os seus lábios. Quando a beijei outra vez intencionalmente, existia a noção que estava cometendo um grave erro. Eu estava arriscando minha reputação, e caso alguém ou Rômulo Belmonte descobrisse, poderia ser acusado formalmente de abusar de uma menor de idade. Poderia perde tudo que em anos meu pai havia construído com sacrifico, e deixado para mim dá continuidade aos negócios da família.

Marco Montserrat acreditou fielmente que sendo o único parente vivo poderia assumir a responsabilidade de cuidar da sua filha, e zelar pela educação dela até a maioridade, contudo, não existiria a possibilidade de vê-la como a minha própria filha, por que eu mantenho desejos ocultos pela jovem Vênus. Precisava me livrar dela, infelizmente teria que desistir de tamanha responsabilidade. Eu iria me afastar definitivamente, mesmo que isso gerasse insatisfações futuras dentro de mim, além disso, já estava completamente fodido.

—Deseja algo patrão? —Marina perguntou atribulada adentrando o meu escritório. — Estava na casa da minha irmã quando recebi suas mensagens no celular.

(Proibida Pra Mim)Onde histórias criam vida. Descubra agora