Consequência de um estupro - Concluído

.62.

Mirian

Pouco tempo depois de começar a festa, Clarice começou a sentir sono. Peguei ela do colo do Chris e a levei pro quartinho dela. A babá estava de folga, e como não era incômodo nenhum pra mim, eu ninei ela até dormir.
Toda vez que eu tentava coloca-la no berço ela acordava e chorava.

- Você quer a caminha do papai e da mamãe?

A levei até o quarto deles e quando coloquei ela na cama,ela apenas bocejou e fechou os olhinhos.
Fiquei alguns minutos olhando aquela coisinha linda dormindo...

Minha netinha era tão linda...

Pus os travesseiros em volta dela, e desci.
Lá de cima o som era quase inaudível, mas era só aparecer na escada que os ouvidos tremiam parecendo que iria estourar.

- como esse povo aguenta?- murmurrei.

Desci e continuei curtindo a festa.
Depois de algumas horas, vi um bolo de gente em círculo apenas observando dois homens brigarem.

Merda, era o Christian!

Depois de deixar o cara desmaiado, ele subiu com Alina.
Conheço meu filho! Sei que ele pode ser um louco as vezes.

Passei por toda aquela gente e subi. Ouvi ele gritando com ela. Mal se ouvia a voz da Alina.

Meu Deus! A Cice...

Eu não sabia se entrava ou ficava apenas lá fora ouvindo ela chorar.

Até eu estava com medo do filho que eu mesma criei...

Ouvi um barulho e logo percebi que Christian estava batendo na Ali...
Eu queria tanto entrar, mas não tive coragem.. Talvez ele também fosse me bater...

Depois de um tempo, ele saiu e passou direto por mim descendo pra festa.

Fiquei alguns minutos tentando Criar coragem pra entrar, e finalmente fui.
Abri a porta de vagar. Alina me olhou com medo, devia ter achado que era Christian.
Ela estava sentada no chão abraçando a Clarice. Seu rosto estava roxo.

Fui até ela e a abracei.

- Eu quero ir pra casa...- ela falou soluçando de tanto chorar.

- Fica calma... Vai tomar um banho. Eu fico com a Cice.- falei acariciando seus cabelos.

Ela se levantou e foi até um outro quarto.

Porque raios ela tem um quarto só dela?
Agora não é momento disso!

Ela me entregou a Cice, entrou no banheiro e só saiu depois de uns 45 minutos.

Ela pôs um Baby doll e se deitou.
Colocou Clarice deitada em um de seus braços e com o outro, a abraçou.

- Dorme e descansa... Eu converso com ele amanhã... - falei.

- com aquele homem não tem conversa!

- porque diz isso?

Ela me contou todas as vezes que meu filho quase bateu nela.
Até quando estava grávida!

- Descansa, minha filha...

Não contive as lágrimas.

Penteei os cabelos dela até que dormisse.

A festa pra mim já tinha acabado!

Fui pro quarto em que eu estava ficando e me deitei na cama. Fiquei pensando e tentando me lembrar de quando foi que eu falhei em educar esse homem.

***

Alina

Eu só quero ir pra minha casa. Meu quarto. Meus irmãos.

Porque eu deixei chegar a esse ponto?
Eu poderia ter acabado com isso a muito tempo!

Depois que ele saiu, eu me permiti chorar. Na frente dele eu queria parecer fria, sem a menor importância com aquele homem.

Eu o amo tanto... Quero tanto ele...
Mas assim não dá!
Eu desisti de tentar fazer dar certo.

Ele me trancou no quarto e disse que se eu não ficasse por bem, ficaria por mal.
Eu não estava acreditando que depois no que ele fez, ainda tinha coragem de me manter trancafiada num quarto.

Depois de uns 40 minutos, ele voltou com uma bandeija de café da manhã.

- come isso!- falou seco.

Fiz o que ele mandou. Até porque, já estava com fome.
Enquanto comia, amamentei a Clarice que tava começando a chorar de fome.
Christian ficou o tempo todo parado de braços cruzados com um olhar neutro.

Clarice terminou de mamar e na mesma hora Christian puxou ela dos meus braços.

- Me dá ela! - pedi.

- Não! - falou sem expressão.

Ela começou a chorar.

- Chris ela ta chorando! Me dá ela!- falei tentando pega-la.

Ele me empurrou e saiu de perto.

- Você vai ficar aqui quietinha! Eu vou levar ela pro quarto dela! - Disse ainda sem expressão.

- Eu levo ela...

- Você vai ficar aqui, porra! Não entendeu ainda que desse quarto você não vai sair?

- por favor, Chris...

Ele apenas saiu e trancou a porta.

Taquei a bandeija no chão e vi tudo que havia em cima dela quebrar.

Me sentei na cama e comecei a chorar.
Eu estava com medo, com raiva, ódio.
Eu só queria a minha casa e a minha familia e a minha filha.

O pior é que eu ainda o amo com toda a minha alma.
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Maldito!
Falta pouco pra esse babaca ter o que merece!