10 - O preço da curiosidade

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Anabelle

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Anabelle

Olhei para todos os lados desse corredor e não vi nada que pudesse me dizer onde eu estava. Esse não parecia com nenhum dos corredores que eu havia passado. Eu só tinha certeza de uma única coisa; eu estava "encrencadamente" perdida.

Ok. - Respirei fundo e coloquei o meu cérebro para funcionar. Olhei para o início do corredor e lá, do lado direito, havia uma porta de madeira, marrom como todas as outras. Eu só precisava saber se um desses quartos era de algum dos empregados, porque se fosse, isso me daria a resposta de se eu estava ou não perto da cozinha. E a porta mais perto de mim é essa, então irei começar por ela. Saberei se é de um dos empregados assim que eu ver as coisas que o ocupam ou alguma fotografia que me diga de quem é o quarto.

Com essa ideia na cabeça, caminhei em direção a porta e chegando lá, hesitei por apenas dois segundos, antes de girar a maçaneta. Ela estava destrancada. Entrei e fechei-a devagar às minhas costas, ao mesmo tempo em que observava o interior do cômodo enorme e cheio de coisas novas e caras. Com certeza esse quarto não é de um dos empregados. Eu poderia virar-me, abrir a porta de novo e sair agora mesmo, para continuar minha busca pela saída. Mas a minha curiosidade foi muito maior e acabou vencendo.

Afastei-me vagarosamente da porta, me aproximando um pouco mais da estante que mais me chamou a atenção. Suas prateleiras são ocupadas por uma coleção de máscaras meia-face de todas as formas e cores. Há umas dez prateleiras, cada uma com várias espécies de apoiadores, onde contém uma máscara diferente. Fiquei completamente encantada pela beleza de cada uma. Mas quando estirei minha mão na direção delas, fui impedida de tocá-las por um vidro. Franzi a testa e toquei-o com a mão espalmada. Depois olhei para cima e pude perceber que a vidraça ia do início ao fim da estante. Procurei por onde as máscaras poderiam ser retiradas e logo notei uma minúscula fechadura preta no recantinho do vidro. Bufei, frustrada. Claro que só ele tem a chave para abrir isso aqui.

Enfim, saí de frente da estante e caminhei até outra estante enorme com alguns eletros modernos na frente da gigantesca cama, encostada à parede. Em uma das prateleiras, vi uns porta-retratos com algumas pessoas que eu não fazia ideia de quem podiam ser, mas que estavam sempre acompanhadas por ele; o senhor Donovan. Só que ele não usava a máscara que cobria metade do seu rosto. Toda a sua face estava completamente exposta e ele estava mais jovem. E com isso só pude comprovar o que eu já sabia; ele é lindo. E o sorriso verdadeiramente alegre que ele estampava no rosto, só o deixava ainda mais divino.

Peguei um porta-retrato e olhei uma das fotos mais de perto. Olhando para ele aqui, sem a máscara e com esse sorriso perfeito, eu não conseguia relacionar esse com o homem frio com quem eu discuti em seu escritório.

Coloquei o objeto de volta no lugar e já estava pensando em me dirigir para a porta para sair desse quarto o quanto antes, quando minha curiosidade, mais uma vez, me fez repensar a ideia de deixar o cômodo no momento em que me virei para a cama dele e avistei um livro fechado repousando sobre o colchão. Peguei-o e comecei a folheá-lo, lendo um parágrafo e outro. Contava a história de uma moça que era muito feliz, até descobrir que o seu namorado lhe traia com todas ao seu redor enquanto a jurava amor eterno. Muitas coisas medonhas e deprimentes aconteceram depois que ela descobriu a traição. Sentei-me na cama e continuei a ler, pulando algumas coisas.

O Homem Mascarado | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora