49 - O tiro

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Anabelle

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Anabelle

Ter uma arma encostada no meu corpo foi a pior sensação do mundo. É até difícil descrever. É pior que ter ela apontada para o seu peito à sua frente, a metros de distância. Parecia que se eu respirasse a arma iria disparar. É desesperador.

Olhei receosa para a mulher à minha frente e ela me encarava de volta com um olhar de ganância. De vitória. Balancei minha cabeça devagar, antes de dizer, baixinho:

Por que está fazendo isso? Não precisa disso.

Precisa, sim. E você já sabe o porquê.

Como é que você consegue fazer essas coisas e ainda dormir à noite?

Como um anjinho. — Ela sorriu, assustadora.

Cuidadosamente, suspirei. Suzan se afastou um pouco e ia falar mais alguma coisa, talvez dar a ordem para - quem quer que seja que está armado atrás de mim - atirar. Mas então, ela foi interrompida por um barulho alto que vinha das minhas costas. Eu quase gritei de susto, sem ter tempo para pensar em nada.

E o barulho continuou.

Vi a cara de assustada de Suzan e resolvi dar a volta. E o que estava acontecendo me paralisou por um breve instante; Hector estava agarrado com as mãos de um homem negro e muito mais alto que si mesmo, tentando arrancar o revólver dele.

Coloquei minha mão na frente da boca.

E, segundos depois, ouvi os gritos de Suzan:

Não! Parem com isso agora! Saia daí, Hector! Não se meta!

Obviamente, Hector não desistiu. Continuou tentando a todo custo pegar o revólver, que o bandido não pretendia largar de jeito nenhum. Infelizmente dessa vez eu teria que concordar com a minha mãe..., quer dizer, com a minha falsa mãe. Hector era louco por fazer o que estava fazendo. Ele estava agindo sem pensar, como sempre faz.

Hector! — Consegui chamar o nome dele. — Solte ele, por favor! Você vai acabar se machucando.

— Eu não vou deixar ninguém machucar você de novo, Anabelle! — Ele gritou de volta e sua voz demonstrou o tanto de esforço que ele estava exercendo para conseguir o que queria.

Pare, Hector! — Pedi, mais uma vez.

Ele estava me assustando com isso. Não quero que ele se machuque e muito menos por minha causa. Ele pareceu nem me ouvir. Suzan gritou de novo. Também pediu para ele parar, para ele desistir porque o negócio não era com ele, que não queria que ele se machucasse.

Mas ele não deu ouvidos também.

Arregalei os olhos quando os dois quase foram ao chão. O bandido estava muito empenhado em não largar aquele objeto.

O Homem Mascarado | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora