35 - Tudo se acertando

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Suzan (mãe da Anabelle)

- Que história é essa, seu imprestável? - Gritei ao telefone. Algumas pessoas que estavam às mesas do restaurante olharam estranho para mim.

Pedi a conta ligeiro e saí do recinto, indo até um parque próximo e me sentando em um dos bancos de madeira, para falar mais a vontade com o desgraçado do Julian:

- Como assim você deixou ela escapar?

- Ela me pegou de surpresa, madame. Eu não pude fazer nada...

- Você é muito burro, Julian! Você não disse que tinha amarrado ela a uma cadeira? Como aquela pirralha, completamente inexperiente e medrosa, conseguiu se soltar?

- É uma boa pergunta, senhora. Mas eu não sei lhe responder.

- Isso porque você é um imprestável! Incompetente! Justo agora que eu estava tão perto de estrangulá-la com minhas próprias mãos.

- Acalme-se, dona Suzan...

- Não diga o meu nome, seu idiota. Está louco?

- Não tem ninguém me ouvindo. E se eu fosse a senhora pararia de me xingar.

- Senão você vai fazer o que, Julian? Me matar? - A ligação ficou muda do outro lado da linha, exceto pela respiração tranquila do homem. - Você não conseguiria, é muito imprestável para isso. Agora a coisa que está mais me intrigando é; como aquela mongolóide da Anabelle conseguiu te derrubar? Não, porque se soltar ainda vai, você não deve servir nem para dar um nó decente em uma corda, agora ela conseguir te derrubar e te deixar desacordado...? Como você conseguiu ser tão inútil?

- Escuta aqui, dona Suzan! Eu não fui pago para ficar ouvindo esses seus xingamentos, não. Eu...

- Exatamente! - O interrompi, gastando todo o restinho da minha paciência. - Você foi pago para fazer o seu serviço; matar. E só precisava ter atirado no coração da minha queridinha filha, porém você falhou e ela sobreviveu. Depois a reencontrou e tentou de novo, mas ainda não conseguiu. E pela terceira vez foi lá e consecutivamente fez merda e não foi capaz de matar uma mosca morta como a Anabelle.

- Quer saber, dona...?! A senhora subestima demais aquela jovem. Não sabe do que ela é capaz, do quanto ela é esperta e corajosa. A senhora ainda vai se ferrar nas mãos dela.

Ri debochadamente daquele comentário desnecessário. Ele só podia estar louco. Onde que um dia eu irei perder para a sonsa da Anabelle? Nunca na face dessa terra. Não nessa vida.

Ela vai morrer, nem que para isso eu tenha que mandar um homem bomba ao encontro dela.

Coloquei um pequeno sorriso no canto dos lábios, debochada. Depois, comecei:

- Você só pode está muito louco se acha que um dia eu vou perder para aquela estúpida. Eu não perco, Julian. Nunca. Ela vai morrer e eu terei tudo o que quero. Toda a herança que o pai daquela inútil deixou para ela será minha e somente minha.

- Ainda digo que a senhora subestima ela demais.

- Pouco me importa o que você acha, estrupício! E para mim já chega. Não quero mais os seus serviços de merda. Quero o rastreador de volta e eu mesma resolverei isso. Quando podemos nos encontrar pessoalmente?

O Homem Mascarado | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora