Anabelle
Hector continuava caminhando pelo pequeno cômodo no qual estávamos, de um lado para o outro, extremamente preocupado.
Ele parou por um momento e se aproximou de mim, se abaixando e segurando meu rosto.
— Belle, por quanto tempo mais você acha que aguenta?
Minha garganta me obrigou a tossir, antes de responder:
— Acho que... não muito.
Ele respirou fundo e passou a mão pela cabeça, antes de se erguer novamente. E foi exatamente nesse momento que ouvimos a voz de Suzan, um pouco distante:
— Não sejam bobinhas, crianças. Apareçam já, eu tenho algo para dizer e vocês vão gostar muito de saber. — Hector olhou para mim e posicionou o dedo indicador na frente dos próprios lábios. Permanecemos em silêncio. — Está bem, não querem responder, mas eu digo mesmo assim. Hector..., eu tenho o antídoto para livrar sua amadinha da morte.
Hector imediatamente olhou para mim, seus olhos abrindo-se devagar em surpresa. Eu respirei mais cuidadosamente. Esperamos ela continuar:
— Sim, é verdade. O que está agindo no organismo da Ana é um tipo de veneno que contém um antídoto. E eu pretendo dá-lo para vocês.
Balancei a cabeça para os lados, mais devagar do que as outras vezes, e disse em voz baixa para Hector:
— Ela está mentindo. Não existe antídoto. E mesmo se existisse, por que ela nos daria se o que ela quer é justamente que eu morra?
— Concordo com você. — Sussurrou de volta.
— Vocês querem saber porque eu trouxe esse antídoto comigo e porque pretendo dá-lo a vocês? — Ela fez uma pausa, como se nós fôssemos respondê-la. O homem à minha frente apenas se atentou mais. — Pois bem, é porque eu não quero mais matar a Ana. Agora que eu percebi de verdade que vocês se gostam muito, eu aceito que vocês dois apenas se juntem para sempre, se mudem dessa cidade, melhor até do país, e vivam bem distante, longe de mim e dos meus filhos. Eu quero somente isso. Acho que te matar é mesmo um exagero, Ana. Basta você prometer que nunca mais voltará e eu te deixo viver. Agora deixe de ser bobinha e venha pegar o seu antídoto antes que seja tarde demais.
Hector logo me encarou como se já tivesse plantado na cabeça a ideia de sair desse esconderijo e bater de frente com essa mulher, para conseguir pegar esse tal antídoto.
Eu neguei com a cabeça. Mas a verdade é que essa bruxa acabou me colocando numa encruzilhada, onde todos os caminhos eram ruins. Se eu acreditasse em suas palavras e saísse para falar com ela, a mesma poderia estar mentindo e me matar. Mas se eu continuasse enfiada aqui, o veneno faria efeito e eu morreria de todo jeito.
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O Homem Mascarado | Concluído
RomanceLivro inspirado em A Bela e a Fera e em Branca de Neve Sinopse: Após ser perseguida e pega por um homem mau e desconhecido, Anabelle se ver diante da morte. Não consegue entender o motivo que o leva a querer tirar sua vida, sendo que ela, por ser mu...