15 - Uma lembrança

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Anabelle

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Anabelle

Estou no bendito quarto de novo, lendo um livro que dona Marie me emprestou. E eu só aceitei quando ela me garantiu que era seu e não do patrão insuportável. Mas a verdade era que eu não estava conseguindo me concentrar em nada do que lia, pois um certo grosseiro e mandão não saía da minha cabeça. À cada duas páginas do livro, ele preenchia os meus sentidos. Os olhos dele, os lábios carnudos e o seu cheiro não me deixavam em paz, mesmo ele estando longe de mim.

Depois que terminamos de tomar café hoje de manhã, o senhor Donovan recebeu uma ligação e em pouco tempo, ele teve que se retirar. Mas pelo que eu soube, não saiu da casa, foi apenas para o seu escritório. Porém não sem antes me ordenar a ir para o quarto e não ousar sair daqui a nenhum momento. Eu tive que obedecer, para o meu próprio bem. Infelizmente, ele ainda não está pronto para deixar de ser orgulhoso e permitir que eu saia do quarto agora, mas ele vai deixar, tenho certeza.

Meus pensamentos se dissiparam quando dona Marie abriu a porta e entrou. Aproximou-se de mim com um sorriso singelo e se sentou ao meu lado na cama.

- E então? - Disse, me encarando solidária - Como se sente? Digo, depois do café da manhã com o senhor Donovan.

- Ah, - Suspirei e fechei o livro, o colocando em cima do colchão, ao meu lado. - estou me sentindo muito estranha. O senhor Donovan consegue intimidar muito quando quer.

- Oh, eu que o diga.

A olhei e pensei por alguns segundos. Senti-me curiosa e perguntei:

- Dona Marie, a senhora o conhece há muito tempo?

- Oh, sim. - Respondeu, sem pestanejar. - Muito tempo mesmo.

Assenti.

- Então, a senhora deve conhecê-lo muito bem, não é?

- Como ninguém.

- Pode me dizer se o considera um homem... mau, a ponto de... abusar sexualmente de alguém?

Dona Marie arregalou os olhos ligeiramente, logo depois ficando tensa.

- De onde você tirou isso, Ana?

- Foi o que a Dany pensou que ele era capaz de fazer. Ela ficou imaginando que ele podia vir à noite aqui no quarto e... mexer comigo.

A mulher ficou me encarando seriamente por segundos, sem dizer nada. Com isso, tratei de inteirar:

- Mas por favor, não fique brava com ela. Só foi um palpite que ela deu sem pensar.

- Não, não ficarei brava, e... respondendo a sua pergunta; não. Ele não seria capaz de uma monstruosidade dessas. O senhor Donovan é um homem muito grosseiro e rude mesmo, mas eu não acredito que ele faria uma coisa assim. De todo jeito, eu continuo lhe dizendo para não correr o risco de atravessar o caminho dele. O patrão é muito estressado e fica colocando ideias nada racionais na cabeça. Pode ser muito perverso quando quer, mas não a esse ponto.

O Homem Mascarado | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora