5 - A fera se aproxima

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Anabelle

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Anabelle

Eu gostei muito mesmo desse pessoal, tanto por tudo que eles fizeram por mim – e ainda estão fazendo —, quanto por eles serem tão engraçados, atenciosos, cuidadosos, companheiros. E eu senti que eles também gostaram de mim, de verdade.

Danielly já me ajudou a ir ao pequeno banheiro que tem do lado de fora desse quartinho. E pela primeira vez, eu pude ver o que tem no exterior desse lugar. É tudo muito lindo, mas, ao mesmo tempo, tão sombrio. O lugar é completamente cinzento, apesar de ter algumas árvores verdes ao lado da grande mansão, bem podadas e com uma grama viva e aparada.

Enfim, mas o que mais me impressionou mesmo do lado de fora, foi a gigantesca mansão. Ela também é algo sem cor nesse lugar. A tinta é cinza e velha e as janelas estão descascadas. No entanto, ela é enorme. Tem alguns andares, formando quase um castelo. Há várias janelas em cada andar, mas parecem ser fechadas e cobertas por grossas e escuras cortinas. E a última janela de todas, no topo do casarão, tem o vidro rachado no meio.

Ela fica há alguns metros de distância daqui, há uma espécie de escada quase ampla de pedras para subir até chegar lá. E eu fico me perguntando porque o quarto de uma criança fica a essa distância da casa.

Ontem à noite eu comi uma deliciosa sopa que a dona Marie fez pra mim e conversei com Greg e Joanne por umas boas horas, antes de dormir. Eles são muito divertidos, quase sempre fazendo uma piada e descontraindo tudo. A companhia deles é perfeita para mim.

Passaram-se dois dias, eles cuidaram mais de mim e até me ajudaram a me movimentar pelo quarto. Eu já estava bem melhor. Até que no terceiro dia, Rachel estava me ajudando a voltar do banheiro, quando ouvimos a voz de Greg:

Rachel, anda mais depressa! — ele vinha correndo, todo afobado. — Anda mais depressa com a Ana. O patrão está vindo aí e se ele ver que ela já está andando vai mandá-la embora agora mesmo.

Meu coração acelerou de repente. Rachel começou a andar com passos mais largos e apressados, me puxando junto. Enquanto isso, Greg voltou correndo para a mansão.

Fui colocada deitada na cama, que já tinha todos os seus panos limpos. Assim que me acomodei do jeito certo, com os braços estirados ao lado do corpo, Rachel pegou a fina mangueira do soro ao lado da cama e deu um jeito de encaixar a agulha no meu braço, colando uma fita transparente por cima do fio, deixando a agulha como se tivesse mesmo no lugar certo, só que sem enfiá-la de fato. Eu não estava mais necessitando do soro. No entanto, o patrão deles não precisava saber disso.

Rachel cobriu minhas pernas rapidamente e, assim que ouviu os passos do homem se aproximando da porta, se inclinou para mais perto de mim e falou baixinho:

O Homem Mascarado | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora