24 - Tragédia na mansão Donovan

592 62 27
                                    

Hector

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Hector

O meu rosto ardia tanto, mas tanto, que estava ficando difícil até respirar. Eu não gritava, mas gemia e chorava muito enquanto sentia como se a pele do meu rosto estivesse sendo arrancada bem devagarinho e enquanto olhava para dentro do quarto, onde o meu pai tentava a todo custo apagar as chamas que se apossavam do corpo de Eliza com o seu casaco.

Quando eu percebi que o que ele estava fazendo só estava piorando a situação, saí correndo pelos corredores em busca da minha mãe, pois não sabia o que fazer. Eu, com meus dezenove anos de idade, parecia uma criança de dez, de tão apavorado que estava e sem nenhuma noção do que fazer. Meu pai parecia um louco tentando salvar a minha irmã.

Só fui encontrar minha mãe na sala. Quando ela viu o estado deplorável que o meu rosto estava, me olhou com tanto pavor que eu fiquei com vergonha de mim mesmo. Até hoje, eu nunca esqueci aquele olhar. Tanto que virei o rosto para o outro lado, ignorando a dor insuportável que parecia querer me matar, enquanto falei:

Mãe..., o quarto do último andar está pegando fogo, - Infelizmente não conseguia disfarçar a dor na voz - a Eliza está morrendo e o pai está tentando salvá-la.

Do que você está falando, Hector? O que aconteceu com o seu rosto? - Sua voz emanava puro pavor.

Ainda sem encará-la, tentando esconder minha face queimada de si, continuei:

Precisamos salvar o pai e a Eliza, mãe. Ligue para os bombeiros agora!

Ouvi quando seus passos moveram-se com muita pressa até o telefone. Segundos depois a ouvi chamando os bombeiros. Depois que desligou o telefone veio até mim, pegou em meu queixo cuidadosamente e virou meu rosto para encará-la.

Jesus, Hector... - Ela tirou sua mão de meu queixo e colocou-a em frente à própria boca, assustada. — Mas isso é muito grave. O que aconteceu, meu filho?

Foi lá no quarto..., a senhora ouviu o que eu falei, mãe...? O quarto do último andar, onde a Eliza estava enfiada sem querer sair nesses últimos dias, está pegando fogo, ela e o pai estão lá dentro.

Mas como isso foi acontecer?

Foi um acidente. Eu juro que não foi culpa minha.

Eu jamais pensaria o contrário, Hector. Jamais.

Mãe, vamos ajudá-los... Precisamos voltar lá pelo menos para ver se eles ainda estão vivos.

Não fala assim, Hector.

Desculpa, mas é que... eu estou nervoso. - Mesmo que eu quisesse, as minhas lágrimas não deixavam de cair. O ardor em meu rosto era uma tortura constante, como se cada parte dele fosse se desintegrar ou eu fosse morrer a qualquer momento. - Mas vamos lá, mãe. Precisamos ver se eles estão bem. - Pedi e fiz menção em caminhar para as escadas principais.

O Homem Mascarado | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora