Anabelle
Forcei a minha cabeça a funcionar e bolar uma maneira de fugir desse cativeiro.
Por vários minutos pensei, até que finalmente eu tive uma ideia. Um pouquinho arriscada, obviamente, mas fora a única que consegui pensar. E creio que eu só precisava de um pouco de coragem e força de vontade e, talvez, tudo daria certo.
Respirei fundo e rezei mentalmente para que o desgraçado não voltasse logo. E então, balancei o meu corpo para lá e para cá em cima da velha cadeira, um tanto receosa no começo, mas aí lembrando que ele poderia me surpreender chegando a qualquer momento, coloquei mais agilidade em minhas ações. Balancei o meu corpo para um lado com força e caí no chão, levando a cadeira comigo. Senti um dos meus braços ser esmagado pelo meu próprio peso, mas não dei um pio sequer. Doeu, mas tenho certeza que vou sobreviver.
Pelo menos os meus pés, mesmo que presos um ao outro pela corda, não estavam amarrados à cadeira. Apenas os meus braços, amarrados para trás. Agindo com mais pressa e sem pensar em mais nada, comecei a empurrar o meu corpo para fora da cadeira. Afastei meu bumbum do assento e consegui colocar os pés em cima dele. Empurrei mais uma vez e senti a cadeira escorregar para baixo. As cordas que prendiam minhas mãos a esse móvel subiram um pouquinho.
Se eu continuar com esse mesmo movimento, posso tirar as cordas da cadeira.
Empurrei o assento mais uma vez e senti a escora deslizar por minhas costas. Fiz mais esforço e puxei minhas mãos um pouco para cima, até onde eu conseguia, que não era muito. Pisei diversas vezes com raiva no assento e a cadeira desceu com mais rapidez pelas minhas costas. Mas em um certo momento, percebi que a corda não estava mais subindo, estava descendo junto com a cadeira, levando meus braços junto.
Bufei. Pisei no assento com força e puxei meus braços para cima de uma única vez. Engoli um grito quando senti meu pulso torcer. Mas ao menos senti as cordas bem mais frouxas. Finalmente tinha conseguido tirar meus braços da droga da cadeira. Assim que me afastei dela, as cordas frouxas caíram no chão. Desatei as cordas de minhas pernas mais rápido do que eu esperava. Depois tirei o pano velho da minha boca.
Levantei ligeiro e comecei a procurar, desesperadamente, por algo que servisse para eu arrebentar a cabeça daquele assassino quando ele voltasse. Até que encontrei um cano de espingarda velho atrás de uma enorme gaiola de madeira. Peguei, sem muita vontade.
Agora é só esperá-lo.
Longos minutos se passaram; sentei, levantei, andei de um lado para o outro, desenhei com o dedo no chão de terra da casa e já estava quase dormindo sentada quando ouvi os passos grosseiros dele do lado de fora. Pus-me de pé e me preparei. Não demorou nada e a porta novamente foi aberta.
É a hora!
Não me dando brechas para pensar em nada, eu bati com toda a minha força o cano na cabeça do maldito. Ele caiu imediatamente no chão, porém não desacordado. Supus eu, que ele estava apenas tonto.
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O Homem Mascarado | Concluído
RomanceLivro inspirado em A Bela e a Fera e em Branca de Neve Sinopse: Após ser perseguida e pega por um homem mau e desconhecido, Anabelle se ver diante da morte. Não consegue entender o motivo que o leva a querer tirar sua vida, sendo que ela, por ser mu...