29 - Medo de amar

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Anabelle

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Anabelle

E eu? - Olhando bem nos olhos de Hector, perguntei da forma mais inocente possível.

Ele me indagou, já ficando estressado:

O que tem você, Anabelle?

Também fui uma desgraça que aconteceu na sua vida?

Hector me encarou com o olhar quase paralisado. Até a sua respiração ficou mais lenta. Então sei que o fisguei com minha pergunta. Mas eu sinceramente, queria saber a resposta dele. Eu não desgrudei meus olhos dos seus. Queria ver se ele iria vacilar enquanto me respondesse isso, se por acaso ele chegasse a responder. Minha mente estava nebulosa, eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse sua resposta sendo positiva para minha pergunta. Mas, me surpreendendo, ele negou:

N-Não. - mesmo gaguejando, soube que ele foi sincero, pois vi isso em seu olhar firme. Até ele desviá-lo para o chão. — Na verdade...

Engoli em seco quando ele não prosseguiu. Estava começando a ficar inquieta com essa nossa conversa, mas ainda assim eu queria muito saber o que ele pensava sobre mim, o que ele acha da minha presença aqui e da minha aparição na sua vida, que não parecia ter sentido algum para si.

O quê? - Perguntei em voz baixa, calma por fora, mas muito nervosa e ansiosa por dentro.

Ele voltou a me encarar, antes de ainda ficar calado por segundos e só depois dizer:

Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Depois de um momento de paralisia, sem ter certeza se o que eu tinha ouvido era mesmo real, um sorriso vacilante foi surgindo em meu rosto. Ainda tinha receio que ele viesse a rir da minha cara, desmentir o que estava falando e voltar a me tratar mal, como fazia antes. Invés disso ele prosseguiu:

E-Eu... percebi que ele estava muito nervoso, principalmente quando coçou a nuca enquanto desviava o olhar para as folhas com a história romântica que estávamos criando. — não queria falar sobre isso, mas... não consigo. Preciso falar. É mais forte do que eu.

Encarou-me mais uma vez, tentando manter firme o seu olhar profundo sobre o meu. E eu fazia o mesmo, com intensidade, enquanto prestava a maior atenção em suas palavras:

Desde o primeiro dia que eu te vi, desacordada naquela cama do quartinho, alguma coisa muito forte se acendeu dentro de mim. Não sei explicar o que foi. Só sei que... só o seu belo rosto me atraiu. E depois, com o passar dos dias, essa atração só foi crescendo mais. Num primeiro momento, quando você falou comigo pela primeira vez em meu escritório, eu senti raiva de você. Deve ter sido porque você entrou em meu escritório sem minha permissão, ninguém nessa casa faz isso. E ainda teve a ousadia de falar comigo e insistir na ideia de ficar quando eu lhe disse que não queria você aqui. Foi aí que eu conheci um pouco de você. Sua personalidade forte, sua... persistência, mesmo com todos os meus não's. Vi que você não era uma boneca como parecia lá naquela cama. Lá você não se mexia, não me encarava, não falava, não... me desafiava. E depois eu vi que você era alguém... e um alguém que poderia me trazer muitos problemas... – concluiu em um sussurro — aqueles do coração. Ali eu achei que você poderia ser mais uma desgraça para mim.

O Homem Mascarado | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora