17 - A bruxa má e o caçador

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Anabelle

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Anabelle

Corri com o coração aos pulos por entre as árvores altas dessa floresta. Os matos e galhos secos arranhavam a minha pele, mas eu não parava de correr. Agora que eu sei que a minha mãe não é quem pensávamos que fosse, eu preciso tirar os meus irmãos das mãos dela. Talvez aquele sonho tenha sido um aviso, tanto em relação à minha mãe, como ao Senhor Donovan também. Preciso pegar os meus irmãos e sumir junto com eles daqui, para bem longe desse povo.

Parei em um canto qualquer e coloquei minhas mãos nos joelhos, para recuperar o fôlego. Levantei o corpo e olhei para os lados, em busca de algum sinal de que eu já pudesse estar perto da saída da floresta, mas o que vi foram apenas árvores e mais árvores no meio da quase escuridão da madrugada. Senti pingos frios caírem sobre a minha pele e envolvi meus próprios braços, tentando me aquecer. Certamente está prestes a chover e isso só vai piorar a minha situação e irá me atrapalhar muito mais. Não demorou nada para os finos pingos tornarem-se grossos e ainda mais gelados. Voltei a correr, seguindo em frente, sem olhar para trás.

No entanto, não fui muito longe. Mãos grossas me empurraram com força de encontro a uma árvore, me fazendo gritar e bater a testa em seu tronco. Caí imediatamente no chão, com a visão escura. Olhei para minha frente devagar, sentindo a minha cabeça girar a cada movimento, e vi a sombra de um homem muito robusto se aproximando de mim. Sua silhueta ficava mais evidente por causa dos pingos de chuva. O meu coração logo disparou. Ainda mais depois que ele falou:

- Estava com saudades de mim, Anabelle?

Engoli secamente ao reconhecer aquela voz. Era do maldito que atirou em mim, tenho certeza. É impossível esquecer essa voz horrenda.

- Quem diria que você sobreviveria mesmo, não é, garota? Para onde você estava indo? - eu não disse nada. - Você conseguiu se esconder por um bom tempo, hein?! Mas lamento em dizer que, não valeu de nada ter feito tanto esforço, pois sou obrigado a terminar o meu trabalho.

Ele puxou um revólver do cós da calça, me fazendo perder todo o fôlego que eu ainda tinha. Apontou para o meu peito com precisão.

- Por que veio atrás de mim? Disse para eu não voltar e eu não voltei. Por favor, não faça isso! Você não precisa fazer isso. - Implorei, tremendo, tanto de frio, quanto pelo medo. - Por favor.

- Mas me parece, mocinha, que você estava indo a algum lugar e eu aposto que pretendia voltar pra cidade, não?

- Por favor, não atire!

Ele nem sequer me deu ouvidos, destravou a arma e colocou o dedo no gatilho. Fechei os olhos com força, crente que agora era o meu fim, quando de repente ouvi um barulho muito alto de algo caindo no chão e o farfalhar das folhas sendo esmagadas. Abri os olhos em um ímpeto e vi, com espanto, o que estava acontecendo.

O Homem Mascarado | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora