Besides The Life - T3ddy | Lucas Olioti

O Início | 01

• Malu POV

Estava jogada no sofá exausta depois de arrumar minhas coisas no apartamento da Rafaela, minha melhor amiga. Eu moraria com ela agora, já que decidi mudar-me da minha pequena cidade para São Paulo a fim de fazer companhia a Rafa e tentar recomeçar minha vida.

- Amiga, Amiga - Rafa apareceu saltitante em minha frente na sala com o celular em suas mãos.

- Hum? - Respondi cansada, vendo-a me fazer sentar no sofá; e se sentou ao meu lado antes de começar a falar.

- Quer ir comigo buscar nosso jantar? É aqui pertinho. Bom que você conhece o lugar e tudo mais. - Eu sabia que não era apenas isso; conheço a Rafaela desde a infância e tinha certeza de que havia mais coisas aí.

- E o que mais? - Perguntei, observando-a voltar os olhos ao celular fixamente, ignorando-me. - Rafaela... - A pressionei, e ela me olhou, fazendo-se de desentendida.

- O quê? Ah, tá! Ta bom! É que tem um gatinho querendo me encontrar lá, e eu não queria ir sozinha; vai que ele é um psicopata, seqüestrador ou tarado.

- Ah, tá! Aí ele sequestra nós duas; bem legal, Rafa. Conheceu ele pela internet? - Questionei, a olhando afirmar, enquanto ela mexia no celular.

- Sim! Esse é o perfil dele no instagram, olha! - Peguei o celular dela, analisando as fotos do rapaz.

- Mauro Nakada? É até fofinho, olha esses cachinhos... Ao menos, não tem cara de psicopata, miga - brinquei, sorrindo, devolvendo a ela o celular - mas ainda não quero sair.

- Ah, não, Malu! Poxa! Vamos! Eu arrumo sua cama por três dias sem reclamar - propôs ela, para minha surpresa.

- Você odeia arrumar a cama, Rafaela, já tá apaixonada? - Ela revirou os olhos, negando.

- Só quero dar uns beijinhos - ela se explicou, rindo, enquanto eu a olhava.

- Eu vou, mas você vai ter que arrumar minha cama por três dias e lavar a louça por uma semana.

- Mulher, isso é exploração! Chantagista do caralho! - Revirei os olhos irredutível.

- Pegar ou largar, você que sabe, ou você pode ir sozinha - avisei, levantando-me e indo para o quarto descansar; até ouvi-la resmungar algo baixo. - O quê? Não ouvi, Rafinha.

- Eu aceito, mas vou lembrar disso, quando me pedir algo, tá?

- Que horror, amiga, não podemos guardar rancor; faz mal pro coração!

- Eu não tenho coração - retrucou brava.

- Já deu ele pro Mauro? Que rápida - Comecei a rir e saí, correndo, quando ela me atirou uma almofada, me mandando ir para o inferno.