Medo de Avião | 62

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• Lucas Olioti POV

Luba me entregava as roupas dobradas que eu havia separado, e eu guardava dentro da mala. Hoje iria vigiar para Nova York com a Maju e, sinceramente, acho que não teve hora nem dia melhor para minha agência antecipar essa viagem um dia.

– Então ela tava na balada ontem? – Luba questionou, e eu afirmei em silêncio. – Eu queria ter ido, mas não pude, tive que ficar com meu sobrinho, você me desculpou, né?

– Claro, Luba, relaxa, tem coisas na vida que a gente tem que enfrentar sozinhos, né? Ela tá em outra já, tá na cara que foi pra me provocar, mas foi melhor assim, ela merece ser feliz, e eu não posso fazer ela feliz da forma que eu gostaria, espero que ele consiga – digo, sentindo algumas lágrimas se formarem em meus olhos e bufo, soltando todo o ar de meus pulmões e começo a fechar a segunda e última malas.

– Ai, sabe que odeio te ver assim né, migo? – Luba se jogou em minha cama, abraçando a pelúcia que estava ali.

– Vou ficar bem, o bom é que ninguém nunca morreu de amor, né? Não vou ser o primeiro – coloquei a mala no chão e caminhei até o guarda roupas, pegando meu passaporte e coloquei sobre a cama, enquanto procurava minha carteira.

– Exceto Romeu e Julieta – Luba Ressaltou.

– Mas esses não morreram de amor e sim de burrice, poderiam ter fugido os dois e vivido o amor longe das famílias ou podiam, sei lá, cara, eu nunca gostei de Romeu e Julieta.

– Ai, que tiro no meu rim, melhor romance ever, seu bruto – se ofendeu ele, e eu ri fraco.

– Desculpa te decepcionar com minha humilde e falha opinião, mas eu acho chato pra caralho essa história – suspirei pesado, guardando meus documentos na mochila e ouvi a campainha.

– Deve ser a Majureba, vou no aeroporto com vocês não, tenho que arrumar meu apartamento, tá uma zona – ele se levantou, ajudando-me a puxar uma de minhas malas.

(...)

Após Luba entrar em um táxi, indo para seu apartamento, eu segui para o aeroporto em outro táxi com a Maju; seguimos todo o caminho em silêncio, no aeroporto a mesma coisa, só falamos com a pessoa da agência que nos deu a passagem no aeroporto.

(...)

Senhoras e senhores, peço-lhes que permaneçam em seus acentos, coloquem e apertem os cintos, já vamos decolar.

A voz da aeromoça me fez voltar à realidade, verifiquei meu cinto, e estava tudo certo, voltei meu olhar para a janela, contemplando a pista do aeroporto. Eu não conseguia pensar em outra coisa, a não ser na Malu com Léo ontem. Eu sabia que, uma hora, ela iria arrumar outra pessoa, mas não que fosse tão rápido, tampouco um conhecido meu, nem que isso iria doer tanto.

– Vai ficar tudo bem, T3ddy, não se preocupa – Maju falou comigo pela primeira vez, então a olhei e esbocei um sorriso sem graça.

– Não vai ficar, já está tudo bem – menti, mexendo em minhas mãos.

– Ainda tem medo de avião? Eu te protejo – comecei a rir sem querer.

– Você? Você é mais cagona que eu Maju.

– Pior que você está certo, vamos proteger um ao outro então – sorri fraco, torcendo para que essa semana em Nova York corresse tudo bem, sem nenhum problema ou climão entre a gente.

Besides The Life - T3ddy | Lucas OliotiOnde histórias criam vida. Descubra agora