Eu te amo | 77

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• Malu POV

Acordei, ouvindo uma buzina de caminhão e me assustei ao ver o Lucas dormindo ao meu lado com o braço envolto em minha cintura. Eu dormi aqui? Meu Deus, preciso ir embora.

Levantei-me rápido sem me preocupar se ele acordaria ou não e esbarrei na lateral do criado-mudo, que havia ao lado de sua cama, e acabei caindo sentada ao chão, o que me fez ver o que vestia, estava vestida apenas com o casaco rosa do Lucas.

– Malu? O que tá fazendo aí no chão? – Lucas resmungou com a voz rouca de sono.

– O que eu tô fazendo aqui? Com seu casaco? Cadê minha roupa? Meu celular? – Olhei em volta e me levantei rápido ao ver meu celular sobre o móvel embaixo da TV presa à parede.

– Calma, Malu, você não vai tirar o pai da forca; aliás, nosso pai vem aí mais tarde, você fica pra um almoço em familia? – Ele perguntou, despreguiçando-se na cama.

– Meu pai morreu quando eu tinha cinco anos, Lucas; Paschoal é só o cara que me colocou na barriga da minha mãe – digo com indiferença, esperando meu celular ligar.

Respirei fundo, pegando minha roupa, que estava dobrada em cima da minha bolsa em um puff no canto do quarto, e, enquanto me vestia, lembrei-me da noite passada, não aconteceu nada entre mim e o Lucas, isso era um alívio e, ao mesmo tempo, deixava-me uma leve tristeza.

Ontem depois do jantar, que o Lucas preparou, eu passei mal mais uma vez, tomei um banho e vesti apenas minha lingerie e o casaco dele, estava com frio por causa do tempo, mas, com pouca roupa, talvez eu melhorasse mais rápido. Acordei várias vezes durante a noite, e ele estava acordado, olhando-me dormir, deve ter dormido tarde.

– Você já vai? – Ele se sentou na cama, olhando-me trocar de roupa. – Não sei como você conseguiu engordar, vomitando desse jeito.

– Obrigada, Lucas, eu vou fazer academia, não se preocupe – revirei os olhos com raiva, terminando de me vestir e caminhei até a sacada, vendo que parou de chover.

– Quer que eu te leve? – Virei-me ao ouvir a voz do Lucas e me esbarrei em seu peito, parando meus olhos em sua boca.

– Que mania de parar atrás das pessoas, T3ddy – disse, voltando meu olhar para seus olhos, e ele se aproximou, tocando meu rosto. Tinha certeza que ele iria me beijar, então virei meu rosto sem pensar muito, e seus lábios mornos tocaram minha bochecha.

– Lucas, você disse que não ia... – Respirei fundo, saindo dali e caminhei em direção ao banheiro, lavei o rosto e penteei o cabelo, fiz um coque frouxo e baixo no mesmo e sequei meu rosto na toalha, saí do banheiro e calcei meu tênis, logo alcançando minha bolsa.

– Eu já vou indo... Obrigada por tudo – digo, desbloqueando meu celular, vendo algumas chamadas perdidas do Léo.

– Malu, desculpa, é que não sei o que faço, não tenho controle perto de você, é tão na cara que eu te amo, e você sente o mesmo – voltei meu olhar para ele e ri irônica.

– Malu, você tem que me esquecer, o que aconteceu entre a gente foi um erro, espero que você me esqueça – disse o que estava escrito no bilhete que ele me deixou, na casa do Mauro. – Isso te lembra algo?

– Desculpa... Me perdoa, é uma droga não podermos ficar juntos, sempre quis ter uma irmã, mas nunca quis que ela fosse você, o que sinto por você parece que não vai acabar nunca – seus olhos já estavam cheios de lágrimas, encarando-me.

– Lucas, eu preciso ir... – Fugir, nesse caso, era a melhor opção. – Fica bem, tá? – Dei-lhe um beijo na bochecha e o senti fazer o mesmo comigo e uma lágrima escorrer em seus olhos, isso partia meu coração.

– Eu te amo – limpei sua lágrima e sorri fraco ao ver sua reação surpresa, ao me ouvir falar dos meus sentimentos. Caminhei e saí pela porta, antes que ele dissesse ou fizesse qualquer coisa.

Besides The Life - T3ddy | Lucas OliotiOnde histórias criam vida. Descubra agora