O passeio com a Rafaela rendeu. Era para ser só um sorvete, mas acabamos emendando num cinema e algumas sessões de fotos. Já me havia esquecido de como era divertido sair com ela, e recordar isso hoje foi maravilhoso.
Passamos o dia fora e chegamos por volta das 19:25 PM. Eu estava exausta; apenas me troquei e dormi.
- Maria, acorda, levanta, mulher - a voz da Rafaela ecoou em meus ouvidos, fazendo-me acordar, sentindo-a balançar meu corpo.
- O que foi? - Levantei-me de uma vez assustada, sem saber o que estava acontecendo.
- Calma, tá tudo bem. Só veste essa roupa e faz uma maquiagem legal e vem pra sala, por favor. - Ela me entregou uma roupa.
- Quê? Pra quê Rafaela? O que você tá aprontando? - Esfreguei os olhos, vendo-a trancar a porta.
- Cala a boca e se arruma logo; não vou deixar você sair assim, anda, Malu, confia em mim.
Pediu ela, e eu bufei, mas sem opção; acabei aceitando e comecei a me arrumar, reclamando. Troquei de roupa e a encarei.
- Mulher, senta, que vou te ajudar com essa cara amassada. - Sentei-me, enquanto ela mexia onde eu guardava minhas maquiagens.
- Eu acabei de acordar, se não reparou. - Deixei que ela me arrumasse e peguei um casaco e vesti.
- Amiga, não faz merda, por favor; agora, vamos. - Antes que eu dissesse algo, ela destrancou a porta e saiu, correndo na minha frente.
Eu pude ouvi-la dizer baixinho "ela está vindo". Rafaela não sabia falar baixo, e eu estava com medo do que poderia encontrar na sala, mas ignorei o medo e caminhei até lá, vendo o Mauro no sofá.
- Mauro? Oi... Rafaela, você mandou eu me arrumar pro Mauro? - Pude vê-la sorrir empolgada, encarando-me; e, logo, pensei um pouco e encarei o Mauro.
- O seu durepox tá aqui? - Perguntei a ele, que me deu um olhar confuso.
- Durepox? Como assim?
- O Lucas... Vocês vivem juntos; parece durepox, um não funciona sem o outro - disse, vendo-o rir, puxando a Rafaela para o seu colo.
- E eu? Sou o quê? - Chris se pronunciou pela primeira vez, segurando uma câmera em minha direção.
- Uma pessoa morta, se estiver me filmando - o alertei.
- Ela me ama tanto, que já ameaçou me arranhar a cara; agora, me matar. Estão vendo isso?
Ele virou a câmera para si mesmo, filmando-o, e voltou a filmar-me em seguida. Eu ia dar uns tapas nele, quando a Rafaela me impediu.
- Você me acordou pra quê, afinal? - A encarei, perguntando.
- Eu avisei que ela ia ficar nervosa, vocês insistiram; agora, sobra pra mim - comentou ela, enquanto segurava meus braços. - Amiga, vai tomar um ar lá na sacada, depois a gente conversa.
- Vou é voltar a dormir, e nem ouse me acordar novamente - avisei, caminhando em direção ao quarto, mas ouvi uma música vindo da sacada.
Eu sabia que estavam aprontando alguma; eu estava irritada pela forma da qual a Rafa me acordou. A cada passo que eu dava, Christian me acompanhava com aquela câmera; eu já estava a ponto de quebrá-la na cabeça dele, mas a teria que pagar, se assim o fizesse, e não estava podendo gastar dinheiro.
Ao me aproximar da sacada, pude ouvir melhor o som, que estava um pouco baixo; era o solo instrumental, apenas o toque de photograph, do Ed Sheeran. Arrastei a porta de vidro da sacada e entrei, podendo ver o Lucas ali. Ele vestia uma calça com estampa do exército e uma camisa preta; ele segurava um buquê de rosas vermelhas em sua mão e sorriu, ao me ver. Nesse momento, toda a raiva já tinha ido embora, e eu me perguntava o que ele estaria fazendo aqui com essas flores...
- Lucas?! O que tá fazendo aqui? - Perguntei sem jeito, tentando conter um sorriso, mas era inevitável.
- Não fala nada, Malu... Deixa que eu falo por enquanto. Eu nunca conheci ninguém como você, alguém que me ganha apenas com um sorriso, alguém de verdade... que não liga se sou famoso ou anônimo. Eu sou péssimo em me abrir em relação aos sentimentos, mas... quer namorar comigo?
Nesse momento, uma lágrima já descia do meu rosto, por mais que o discurso dele não tivesse sido ótimo... Foi perfeito para mim, e ele não precisaria dizer mais nada, porém ainda faltava algo, e eu não iria aceitar o pedido dele com essa dúvida...
- Mas e a Ana? - Perguntei e me senti novamente uma idiota, ouvindo a risada de todos; e, só então, percebi que Mauro e Rafa nos assistiam, enquanto Chris filmava. Que vergonha. Segurei o buquê, que o Lucas me entregou, e sorri, olhando as rosas.
- A Ana... Bom, a Ana trabalha em uma joalheria e só me ligou aquele dia pra avisar que isso estava pronto. - Ele pegou uma caixinha do bolso e abriu, mostrando-me duas alianças. Eu queria morrer, por tê-lo julgado, achando que ele estava comigo e com a Ana.
- Lucas, desculpa - disse, em meio ao choro, e o abracei forte, ainda segurando o buquê.
- Eu disse que não era o que você estava pensando. - Ele riu, afastando-me do abraço e alisou meu cabelo, afastando uma mecha de meu rosto. - Você aceita namorar comigo?
- Claro que eu aceito, achei que nunca fosse pedir - disse, rindo, e nos selamos.
As alianças eram lindas, de prata, e a minha tinha algumas pedras brilhantes; pareciam diamantes, mas não deve ser verdadeiro; elas eram verdadeiramente lindas, e aquilo parecia um sonho. Fiquei surpresa com o fato de a aliança ter servido no meu dedo.
- Como você sabia o tamanho do meu dedo? - Perguntei, rindo, olhando nossas mãos com as alianças.
- Lembra que te pedi pra experimentar alguns anéis meus? - Assenti. - Não eram meus, era da joalheria; eu separei o que tinha te servido e mandei pra Ana fazer as alianças.
Nesse momento, eu me perguntava como ele fez isso, sem que eu desconfiasse. Eu estava tão feliz naquele momento, que arriscaria dizer que foi o mais feliz da minha vida, mas isso seria dramático e clichê demais, então apenas o beijei com todo o amor, que havia dentro de mim.
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Besides The Life - T3ddy | Lucas Olioti
FanficUma nova cidade, uma nova vida, um novo recomeço... Um novo amor?