Docinho | 04

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Exagero? Talvez... mas eu podia jurar que estava morrendo de fome; minha barriga já clamava por comida, roncando sem parar. Estava prestes a reclamar novamente da comida, mas o garçom estava esperando o motoboy trazer o gás; estava demorando tanto.

— Maluzinha, tá com fome ainda? — Rafa me perguntou de um jeito meigo que ela sempre usava, quando queria algo.

— Não to mais com fome, só to quase comendo meu braço. — Revirei os olhos irritada.

— O T3ddy pode te levar pra comer em outro lugar, se quiser — Mauro sugeriu, e o T3ddy olhou surpreso, guardando o celular. Era nítido que o casal queria e precisava ficar sozinho.

— Rafa, me dá dinheiro? Eu deixei minha bolsa em casa. — Ela bufou, olhando-me. — Eu te devolvo, quando chegar em casa. Quer que eu saio daqui ou não?

— Não precisa, Malu; eu pago o que você quiser — T3ddy disse, olhando-me, e eu tinha certeza de que ele iria se arrepender de dizer aquilo.

— Tá bom, então vamos... Casal, se comporta, viu? — Levantei-me, seguindo o T3ddy até a saída. — O cúmulo um restaurante sem gás, viu.  Nunca vi isso — disse alto, antes de cruzar a porta, para que o garçom ouvisse, e o T3ddy caminhou até o carro.

— Onde você quer ir? — Ele parou, olhando-me.

— Na barraca de fast food, que tem ali na frente. Dá pra ir andando. Vem - o chamei e esperei que se colocasse ao meu lado para começar andar novamente.

— Melhor ir de carro. Vai chover, sabia? — Reclamou ele.

— Eu não sou de papel, sabia? — Retruquei com um sorriso nos lábios.

— Mas eu sou de açúcar, um docinho — ele disse sério, fazendo-me rir.

— Não vai chover, T3ddy; você vai voltar inteiro pra casa, relaxa — afirmei. - É super perto, sério. Olha a barraca ali — apontei.

— Mas já estou cansado. Podia ter vindo de carro. — Revirou os olhos, reclamando.

— Caminhar faz bem. Para de frescura, ou te faço correr. — Parei na calçada, olhando se estava vindo carro, ou não, para poder atravessar.

— Você nem é louca — ele disse, rindo, duvidando de mim.

Peguei sua mão e atravessei a rua, correndo, puxando-o; que consequentemente teve que correr também. Acabamos por chegar rindo à barraca e só soltamos nossas mãos para receber o lanche. Ele pagou tudo como havia dito; sentamo-nos em um banco da praça com nosso lanche e uma latinha de refrigerante para cada um e comemos, enquanto conversávamos.

Besides The Life - T3ddy | Lucas OliotiOnde histórias criam vida. Descubra agora